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Economia

- Publicada em 21 de Junho de 2021 às 16:25

Estaleiro Rio Grande busca encomendas para suprir conteúdo local

Complexo gaúcho quer abocanhar parte dos negócios que precisam atender às regras de conteúdo local

Complexo gaúcho quer abocanhar parte dos negócios que precisam atender às regras de conteúdo local


Cristiano Valente/Divulgação/JC
Jefferson Klein
Apesar do polo naval gaúcho estar longe da imponência que apresentou no passado, quando chegou a gerar milhares de empregos e implementar mais de uma plataforma de petróleo ao mesmo tempo, o Estaleiro Rio Grande apresenta no momento um maior otimismo com o reaquecimento do mercado de óleo e gás no Brasil.
Apesar do polo naval gaúcho estar longe da imponência que apresentou no passado, quando chegou a gerar milhares de empregos e implementar mais de uma plataforma de petróleo ao mesmo tempo, o Estaleiro Rio Grande apresenta no momento um maior otimismo com o reaquecimento do mercado de óleo e gás no Brasil.
No entanto, o diretor operacional da Ecovix (empresa que administra o complexo rio-grandino), Ricardo Ávila, frisa que a perspectiva da estrutura não é capitanear o desenvolvimento de encomendas, como ocorreu no passado, mas sim prestar serviços para as empresas internacionais que vencerem as licitações da Petrobras e que precisarão atender à exigência de um mínimo de conteúdo local nesses projetos.
“A gente não acredita que a Petrobras vai contratar direto (com estaleiros brasileiros), isso é uma coisa muito difícil, porque ela está contratando com estaleiros internacionais há bastante tempo e não deve mudar”, argumenta o executivo. O dirigente admite que é muito complicado para os empreendimentos nacionais competirem com os preços praticados pelas companhias de fora do País. Um exemplo disso foram as concorrências pelas plataformas P-78 e P-79 vencidas, respectivamente, pelos grupos estrangeiros Keppel Shipyard e consórcio Saipem e DSME. No entanto, Ávila destaca que essas encomendas também terão que atender a um percentual de 25% de conteúdo local, ou seja, as empresas ganhadoras terão que contratar alguns serviços no Brasil.
Para evitar a ociosidade do estaleiro gaúcho que, como toda a indústria naval brasileira, foi fortemente impactado pelo redirecionamento das demandas da Petrobras para o exterior e pelos reflexos da operação Lava Jato, a Ecovix buscou diversificar atividades. Dentro dessa estratégia, o complexo chegou a entrar na disputa pela construção de um navio antártico, solicitado pela Marinha brasileira, porém acabou desistindo da concorrência.
Ávila explica que, ao longo do processo, o estaleiro gaúcho percebeu algumas dificuldades técnicas para ir adiante com a iniciativa, pois não tinha experiência em projetos dessa natureza. “Ficou muito evidente que não seríamos competitivos”, revela o executivo. Ele acrescenta que o estaleiro ainda se encontra envolvido em um procedimento de recuperação judicial e não poderia insistir e desembolsar vultosos recursos em uma proposta, que provavelmente não teria êxito. Na ação envolvendo a embarcação antártica, o grupo contava com a parceria da companhia chilena Asmar, que tem mais know-how nesse tipo de atividade.
Enquanto busca novas oportunidades na área de óleo e gás, o Estaleiro Rio Grande continua seu acerto com o porto rio-grandino para a movimentação de cargas que o cais público não consegue operar devido a obstáculos como, por exemplo, falta de profundidade do calado. Um dos itens trabalhados mais frequentemente pelo complexo são as toras de madeira. Atualmente, entre colaboradores diretos e indiretos, o estaleiro emprega cerca de 120 pessoas.
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