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Economia

- Publicada em 10 de Junho de 2021 às 03:00

Com novo aporte, Nubank aumenta disputa por clientes do sistema financeiro

Fintech aumenta a pressão sobre os bancos tradicionais do varejo

Fintech aumenta a pressão sobre os bancos tradicionais do varejo


FREDY VIEIRA/arquivo/JC
A entrada de um novo investidor peso-pesado no Nubank promete acirrar a disputa entre fintechs, corretoras e bancos tradicionais pelo bolso do investidor brasileiro. De um total de US$ 750 milhões em dinheiro novo que a instituição anunciou na terça-feira, US$ 500 milhões virão do fundo Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett. Segundo analistas, é um divisor de águas para o banco, que ganha novo status entre os investidores e se consolida como o maior banco digital do mundo em total de clientes - 40 milhões.
A entrada de um novo investidor peso-pesado no Nubank promete acirrar a disputa entre fintechs, corretoras e bancos tradicionais pelo bolso do investidor brasileiro. De um total de US$ 750 milhões em dinheiro novo que a instituição anunciou na terça-feira, US$ 500 milhões virão do fundo Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett. Segundo analistas, é um divisor de águas para o banco, que ganha novo status entre os investidores e se consolida como o maior banco digital do mundo em total de clientes - 40 milhões.
Com esses US$ 750 milhões extras, o Nubank completou também a maior rodada de investimento já feita por uma startup latino-americana: US$ 1,15 bilhão desde janeiro. Isso aumenta a pressão sobre os bancos tradicionais, que correm para se adaptar à era digital. O Bradesco, por exemplo, já criou um banco digital independente, o Next, mas ainda há pelo caminho bancos de investimento como o BTG e corretoras como a XP, que têm travado uma guerra particular envolvendo o passe de agentes autônomos.
O que também ajudou na expansão de clientes foi a aprovação em maio da aquisição da corretora Easynvest. Para se ter uma comparação, o Banco Inter alcançou 10,2 milhões de usuários no primeiro trimestre deste ano e o Next, do Bradesco, tem cerca de 4 milhões e prevê chegar a 7 milhões de clientes no fim do ano. Grandes bancos e empresas de serviços, como o Mercado Livre, também estão de olho nesse filão.
Com o aporte, o Nubank passou a ser avaliado em US$ 30 bilhões, segundo estimativas de mercado. Se já tivesse ações negociadas em Bolsa, a companhia comandada pelo colombiano David Vélez teria deixado para trás a XP (US$ 23 bilhões) e o BB (US$ 20,6 bilhões) e estaria próxima do BTG Pactual (US$ 36,4 bilhões) e do Santander Brasil (US$ 33,6 bilhões).
E isso que o Nubank nunca deu lucro. Em 2020, o banco digital conseguiu reduzir o prejuízo em 26%, mas ainda assim teve perdas de R$ 230 milhões. O estrategista-chefe da casa de análises Eleven Financial Research, Adeodato Volpi Netto, alerta, porém, que não é possível enxergar o Nubank como uma "fotografia", mas como um "filme". Segundo ele, a entrada de Buffett, conhecido no mercado como um investidor de longo prazo, ratifica um cenário positivo para a fintech.
"O DNA da Berkshire Hathaway é de investir em companhias que terão valor no longo prazo e o Nubank tem todas as ferramentas para criar um modelo de monetização forte a partir da sua base de clientes e com um modelo de geração crescente", diz Volpi Netto.
As fintechs estão em um momento de investimento intensivo. Em troca de crescimento acelerado, essas empresas queimam caixa e, consequentemente, lucro. Por isso, esses aportes podem fazer grande diferença perante a concorrência, ainda mais na busca pelos "desbancarizados", público disputado ferozmente pelas instituições.
"Existe espaço para todos no setor, pois o Brasil ainda tem um déficit muito grande em pessoas bancarizadas. Mas vai ser difícil repetir a trajetória do Nubank, pois a empresa se tornou um ponto fora da curva", diz Renato Mendes, especialista em inovação e CEO da consultoria F5 Business Growth.
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