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Mercado Imobiliário

- Publicada em 18 de Junho de 2021 às 03:00

Imóveis de alto padrão têm vendas aquecidas

Para Suder, home office e restrições de circulação incentivaram procura por imóveis mais caros

Para Suder, home office e restrições de circulação incentivaram procura por imóveis mais caros


PRATICA/DIVULGAÇÃO/JC
As taxas de juros baixas e mudanças sociais causadas pela pandemia trouxeram um impulso para o mercado imobiliário, especialmente o de alto padrão. Para o empresário Diogo Suder, proprietário da Suder Negócios Imobiliários, atividades como o home office e as restrições de circulação fizeram com que mais pessoas procurassem imóveis de maior valor. Em processo de expansão, com lançamento de novos sistemas e com intenção de dobrar o número de corretores - hoje são cerca de 90, a empresa prevê atingir mais de R$ 200 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) em 2022.
As taxas de juros baixas e mudanças sociais causadas pela pandemia trouxeram um impulso para o mercado imobiliário, especialmente o de alto padrão. Para o empresário Diogo Suder, proprietário da Suder Negócios Imobiliários, atividades como o home office e as restrições de circulação fizeram com que mais pessoas procurassem imóveis de maior valor. Em processo de expansão, com lançamento de novos sistemas e com intenção de dobrar o número de corretores - hoje são cerca de 90, a empresa prevê atingir mais de R$ 200 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) em 2022.
Jornal do Comércio - O que as pessoas estão procurando no mercado de alto padrão?
Diogo Suder - Como as pessoas estão mais tempo dentro de casa, a necessidade de apartamentos e casas maiores se tornou maior. Apartamentos com vista ou uma parte com área aberta para contemplar o pôr do sol, ou com uma área verde maior têm aparecido muito. Também o home office profissional, que antes de março do ano passado as pessoas até poderiam ter um cantinho adaptado para que de vez em quando a pessoa pudesse trabalhar em casa, e hoje não dá mais pra ter um "quebra-galho", tem que ter um espaço específico para conseguir se concentrar. Isso é uma procura grande sem dúvida, e também abriu um leque de possibilidades para uma saída da região do cliente. Com o home office, a necessidade de morar muito perto do trabalho reduziu um pouco, então alguns clientes optaram por sair da região onde estavam com o mesmo valor da casa onde conseguiam comprar uma casa um pouco maior. A necessidade de morar próximo ao trabalho acabou sendo diminuída, então isso também aconteceu. Além disso, o mercado de coberturas cresceu bastante.
JC - O que configura um imóvel de alto padrão? É uma classificação com critérios específicos ou é mais subjetiva?
Suder - Ela é um pouco subjetiva sim, mas remete à localização e padrão de acabamento, não necessariamente a tamanho ou valor. Posso ter um apartamento de 25m² de alto padrão, porque é bem localizado, tem um padrão de acabamento muito bom, tem estrutura boa, e ele acaba sendo de alto padrão mesmo sendo muito pequeno. E pode ter apartamentos de R$ 400 mil, R$ 500 mil que também são de alto padrão por conta da localização, infraestrutura e serviços que oferece ao morador. A categorização é um pouco subjetiva porque não tem valor definido ou tamanho definido.
JC - A Suder anunciou um investimento de R$ 1 milhão para este ano. Qual é o foco deste investimento?
Suder - Uma parte dele é em um sistema novo, em um software de gestão. Hoje nenhuma empresa que presta sistemas para imobiliária oferece uma solução completa, então estamos criando uma para nossos associados, para dar uma resposta mais completa e um atendimento mais rápido ao cliente. Quando o cliente entrar em uma página nossa vai ter uma resposta muito mais rápida porque vamos ter um sistema integrado. E uma outra parte do investimento é em marketing, principalmente online. Investimento em geração de cadastros, SEO, portais, Google Ads, sistemas, enfim. Tudo isso para a geração de clientes.
JC - Você acredita que o bom momento do mercado imobiliário deve continuar neste ano?
Suder - Acredito que sim por alguns cenários. A Selic aumentou, estava 2%, passou para 4,25%, mas ainda assim é uma das mais baixas da história. E, por mais que a perspectiva seja que ela chegue a 5% no final do ano de acordo com economistas, ainda assim ela vai continuar sendo baixa, a ainda vai fazer com que não seja atrativo para as pessoas deixar dinheiro em aplicações de renda fixa. O cenário de inflação mostra que ela vai ser mais alta, então quem deixar dinheiro parado em banco está perdendo poder de compra, então imóveis ainda vão ser investimentos interessantes para isso, além de ser sólido. E, se a gente pegar as seis maiores empresas incorporadoras de Porto Alegre, elas tem terrenos comprados com previsão de lançamento esse ano de R$ 5 bilhões. A gente sabe que nem tudo será lançado esse ano, mas já nos primeiros meses de 2022 vão acontecer esses lançamentos. Eu acredito que esse investimento que a gente tem feito nesse mercado é por acreditar em mais uns dois ou três anos de crescimento do mercado imobiliário. Ele é cíclico, tem dois três anos de alta, dá uma segurada, depois fica três quatro anos mais ou menos remando, depois tem maior ciclo de alta.

Parte dos preços não acompanhou inflação, diz Secovi

Momento é favorável para compra, reafirma Moacyr Schukster

Momento é favorável para compra, reafirma Moacyr Schukster


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER/JC
O setor imobiliário foi um dos que melhor segurou os impactos da pandemia de Covid-19. De acordo com o presidente do Secovi-RS/Agademi, Moacyr Schukster, houve um período no primeiro semestre da pandemia em que houve uma queda em vendas, mas que o segundo semestre trouxe uma recuperação - a partir de outubro de 2020, as vendas voltaram ao patamar pré-pandemia, com média de mil a 3,3 mil imóveis vendidos ao mês na Capital. Assim, ele observa, a queda de vendas foi de 13,91% em 2020, comparando com o mesmo período de 2019 - um tombo considerado pequeno, considerando todos os agravantes socioeconômicos trazidos pela pandemia. O começo de 2021 teve uma redução, típica para o período de verão. Em janeiro foram 2.739 vendas, em fevereiro 2.354, e março chegou a 2.988. Em maio, foram 3.245 negócios de venda.
Segundo Schukster, estamos em uma fase difícil de fazer prognósticos. "Única coisa que temos condições de afirmar é aquilo que é expresso em números, e em números Porto Alegre teve uma recuperação em vendas a partir de outubro até dezembro, aí tivemos um verão com 15% de retração, e a partir de março tivemos uma boa recuperação, com pico em maio até o momento", afirma.
Schukster também afirma que o governo agiu com inteligência ao adotar medidas contracíclicas como baixar juros de financiamentos e aumentar a oferta deles, de modo que isso se refletiu positivamente no mercado imobiliário. "A venda de imóveis continua, com alguns solavancos mas continua, e vai continuar", argumenta. Segundo ele, os preços estão estáveis, e, mesmo que muitos deles não tenham diminuído nominalmente, não acompanharam a inflação, o que deixa o momento favorável para comprar imóveis.