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- Publicada em 28 de Maio de 2021 às 03:00

Cenário para o emprego é o pior durante toda a pandemia

Na relação trimestral, agora são 880 mil pessoas a mais em busca de uma oportunidade no mercado

Na relação trimestral, agora são 880 mil pessoas a mais em busca de uma oportunidade no mercado


/PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC/
O mercado de trabalho no Brasil vive seu pior momento em mais de um ano de pandemia, confirmou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação do País subiu de 13,9% no quarto trimestre de 2020 para um ápice de 14,7% no primeiro trimestre de 2021, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE.
O mercado de trabalho no Brasil vive seu pior momento em mais de um ano de pandemia, confirmou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação do País subiu de 13,9% no quarto trimestre de 2020 para um ápice de 14,7% no primeiro trimestre de 2021, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE.
"Aumentar a desocupação no primeiro trimestre de cada ano não é uma situação específica desse ano de 2021, é um comportamento relativamente esperado para esse momento do ano. O que a gente tem é que essa sazonalidade pode estar sendo reforçada pelo acúmulo que a gente vem tendo ao longo de 2020 de uma queda muito significativa de pessoas ocupadas, na medida que o tempo vai passando, e as pessoas passem a pressionar mais o mercado de trabalho em busca de ocupação", disse Adriana Beringuy. O País registrou um recorde de 14,805 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em março, 880 mil pessoas a mais em busca de uma vaga em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Em relação a março de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,956 milhão de pessoas a mais procurando trabalho.
"Os que contribuíram para o aumento na desocupação foram as mulheres, foram pretos e pardos, e, em termos regionais, foram Norte e Nordeste do País", apontou Adriana. Já a população ocupada somou 85,650 milhões de pessoas, 529 mil trabalhadores a menos em um trimestre. Em relação a um ano antes, 6,573 milhões de pessoas perderam seus empregos.
A taxa de desemprego só não subiu ainda mais porque a população inativa cresceu a 76,483 milhões de pessoas, 225 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 9,202 milhões de pessoas. Considerando todos os subutilizados, faltou trabalho para um recorde de 33,202 milhões de pessoas no País no primeiro trimestre de 2021. A conta inclui as pessoas em busca de emprego, quem está trabalhando menos horas do que gostaria e poderia, além das pessoas que não estão procurando vagas mas estão disponíveis para trabalhar, como os desalentados.
Para Adriana, o avanço da desocupação e da subutilização é maior em função da crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia. "É uma conjunção de fatores. No primeiro trimestre, a gente tem a questão tanto da crise em si, que está comprometendo a absorção da mão de obra, e o momento que é propício ao aumento da desocupação", contou Adriana. "De fato, esse primeiro trimestre pode ser visto como um momento bastante desfavorável para o mercado de trabalho", acrescentou.
 

Comércio fechou 293 mil postos no trimestre encerrado em março

O comércio fechou 293 mil vagas no trimestre encerrado em março ante o trimestre terminado em dezembro. Também houve perdas de vagas em alojamento e alimentação (-139 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-178 mil) e outros serviços (-173 mil).
Por outro lado, houve contratações na indústria (16 mil), transporte (59 mil), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (35 mil), construção (2 mil), serviços domésticos (6 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (126 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura ganhou 329 mil trabalhadores. Houve perdas em todas as demais atividades. A construção demitiu 361 mil, o comércio dispensou 1,636 milhão. Alojamento e alimentação fechou 1,400 milhão de vagas, e serviços domésticos perderam 1,041 milhão de trabalhadores.
A administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais demitiu 62 mil trabalhadores, a indústria dispensou 914 mil funcionários, enquanto o setor de informação, comunicação e atividades financeiras demitiu 55 mil. Transporte perdeu 542 mil vagas e os outros serviços demitiram 917 mil pessoas.