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Economia

- Publicada em 06 de Maio de 2021 às 18:06

Dólar cai a R$ 5,27, menor valor desde 14 de janeiro, com Selic em alta

 No mercado futuro, o dólar para junho cedia 1,50% às 17h35, a R$ 5,2875

No mercado futuro, o dólar para junho cedia 1,50% às 17h35, a R$ 5,2875


MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL/JC
Agência Estado
O dólar operou todo o dia em forte queda ante o real, chegando na mínima a recuar a R$ 5,25, no menor nível diário desde 18 de janeiro. As projeções de mais altas de juros no Brasil e a perspectiva de ingresso de capital externo no País ajudaram o real a ter o melhor desempenho no mercado internacional nesta quinta-feira, 6, considerando as 34 divisas mais líquidas. O movimento foi ajudado pelo dia de baixa do dólar nos emergentes. Além disso, grandes investidores têm feito grande desmonte de posições contra a moeda brasileira no mercado futuro da B3, que só na quarta-feira, 5, somou US$ 2 bilhões.
O dólar operou todo o dia em forte queda ante o real, chegando na mínima a recuar a R$ 5,25, no menor nível diário desde 18 de janeiro. As projeções de mais altas de juros no Brasil e a perspectiva de ingresso de capital externo no País ajudaram o real a ter o melhor desempenho no mercado internacional nesta quinta-feira, 6, considerando as 34 divisas mais líquidas. O movimento foi ajudado pelo dia de baixa do dólar nos emergentes. Além disso, grandes investidores têm feito grande desmonte de posições contra a moeda brasileira no mercado futuro da B3, que só na quarta-feira, 5, somou US$ 2 bilhões.
No fechamento, o dólar à vista terminou em queda de 1,62%, a R$ 5,2779, no menor valor deste o dia 14 de janeiro. No mercado futuro, o dólar para junho cedia 1,50% às 17h35, a R$ 5,2875.
Apesar de divergências quanto ao tom do comunicado do Banco Central sobre a alta de juros, a visão consensual é que mais altas virão pela frente e o real tende a ganhar força nesse ambiente, recuperando o espaço perdido a outros emergentes.
O Bank of America prevê mais duas elevações de 0,75 ponto porcentual, uma em junho e outra em agosto. Já a consultoria inglesa TS Lombard vê o risco de o BC ter de elevar a Selic a 6,5% até o fim do ano, caso haja piora do risco fiscal e uma desancoragem das expectativas de inflação para 2022. O banco suíço Julius Baer elevou a previsão de Selic ao final de 2021 de 4,5% para 5%.
Caso não haja piora dos riscos fiscais, os economistas do Citi avaliam que o juro mais alto tende a igualar as taxas do Brasil a de outros emergentes, trazendo de volta as operações de 'carry trade', quando um investidor toma recurso em um país de juro zero e aplica em outro de taxa mais alta. Atualmente, o México, com juro de 4%, era o mercado na América Latina que vinha sendo alvo desse tipo de operação, enquanto no Brasil o câmbio passou a ser usado como um instrumento de proteção (hedge) para outras estratégias, por causa do custo baixo. Esse movimento pressionava adicionalmente o real.
Neste contexto, o Citi espera que o real tenha desempenho levemente melhor em comparação a outras moedas emergentes do que nos últimos anos, quando acumulou o posto de pior divisa internacional.
"Tende agora a ter atratividade maior para o investidor estrangeiro alocar seus recursos aqui", afirma o economista da Amplla Assessoria em Câmbio, Alessandro Faganello, destacando que o BC não só elevou os juros em 0,75 ponto ontem como sinalizou outro aumento da mesma magnitude em junho.
Para o analista de pesquisa de estratégia de mercados emergentes do Julius Baer, Mathieu Racheter, a mensagem do BC é de juros mais altos e deve ajudar o real no curto prazo. Mas mesmo com a Selic em alta, o grupo financeiro suíço está mais cauteloso com o Brasil e recomenda a seus clientes que sejam "seletivos" com ativos brasileiros, em meio a um cenário incerto, com a antecipação da campanha presidencial de 2022, com a volta do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao jogo, além de uma retomada econômica ainda lenta por causa da pandemia.
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