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Economia

- Publicada em 22 de Abril de 2021 às 09:38

Cenário ainda é de incertezas para a economia gaúcha em 2021

Medidas adotadas para refrear os efeitos da pandemia geraram quadro negativo para indústria, comércio e serviços

Medidas adotadas para refrear os efeitos da pandemia geraram quadro negativo para indústria, comércio e serviços


MARIANA ALVES/JC
As perspectivas para o desempenho da economia do Rio Grande do Sul no começo de 2021 são mistas, com ainda muitas incertezas para o resto do ano. Por um lado, a agropecuária, com grande participação no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, vive um bom momento, com retomada forte da produção agrícola após um ano de estiagem e os preços das commodities em alta. Já em relação à indústria, ao comércio e aos serviços de modo geral, a perspectiva é, neste momento, de piora do quadro econômico, associada ao recrudescimento da pandemia.
As perspectivas para o desempenho da economia do Rio Grande do Sul no começo de 2021 são mistas, com ainda muitas incertezas para o resto do ano. Por um lado, a agropecuária, com grande participação no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, vive um bom momento, com retomada forte da produção agrícola após um ano de estiagem e os preços das commodities em alta. Já em relação à indústria, ao comércio e aos serviços de modo geral, a perspectiva é, neste momento, de piora do quadro econômico, associada ao recrudescimento da pandemia.
Esse cenário incerto das perspectivas para o Rio Grande do Sul foi apontado no Boletim de Conjuntura do governo do Estado, divulgado nesta quinta-feira (24), apontam para um cenário de incertezas nos próximos meses. O documento analisa as questões mais importantes da conjuntura internacional, nacional e regional disponíveis até o mês de abril, com foco no Rio Grande do Sul, com perspectivas para o próximo período. O estudo é elaborado por pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
"Se, por um lado, a volta do auxílio emergencial trará um acréscimo de renda, e por consequência, de consumo, as medidas adotadas para refrear os efeitos da pandemia geram um quadro de incerteza para a indústria e, principalmente, para o comércio e os serviços", conclui a pesquisadora Vanessa Sulzbach, coordenadora do estudo.
O boletim destaca que, como é esperado em anos posteriores a quebras severas de safras em função de estiagens, as previsões indicam que 2021 terá uma expansão importante na atividade agropecuária gaúcha. As previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) de março indicam um crescimento nas quantidades produzidas de soja (74,0%), fumo (20,6%) e milho (5,2%). Das quatro principais culturas do Estado, apenas a de arroz deverá ter redução na produção, de 0,8%.
No caso da indústria de transformação, houve taxas positivas de crescimento nos últimos meses de 2020 e início de 2021. Os dois primeiros meses de 2021 mostraram um avanço da indústria, com alta de 8,4% até fevereiro, tendo destaque os setores de máquinas e equipamentos, produtos de metal, químicos e de borracha e plástico. No entanto, a previsão é de que este fôlego não se mantenha por muito tempo. A atividade começou a enfrentar problemas, principalmente a partir de março, com o recrudescimento da pandemia no País e no Estado. Como exemplo, começaram a ser noticiadas paralisações temporárias das atividades de fábricas de veículos automotores, tanto no Rio Grande do Sul quanto no restante do Brasil.
Os dados do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS) do Rio Grande do Sul dos primeiros meses de 2021 captaram este sentimento de deterioração do quadro. Após atingir o valor de 66,1 (valores acima de 50,0 indicam otimismo) em dezembro de 2020, o índice voltou a piorar. Em março de 2021, atingiu o valor de 54,1, uma queda de 18,2% em três meses.
A perspectiva é a mesma para o comércio, que sofreu forte queda já no primeiro bimestre, com baixa de 9,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. A baixa no Estado foi mais intensa do que a registrada no país no mesmo período (-2,1%), de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.
O comércio varejista ampliado do Estado começou a apresentar redução das vendas a partir de outubro, na comparação com o mês anterior. Com a interrupção do Auxílio Emergencial a partir de setembro de 2020 — o qual retornou, mas com metade do valor, a partir de abril de 2021 — e o recrudescimento da pandemia, a tendência é de agravamento do quadro.
O indicador que mede a intenção de consumo das famílias gaúchas (ICF-RS) até apresentou evolução positiva nos primeiros meses de 2021, mas não a ponto de significar uma melhoria substancial das condições de consumo das famílias.
 
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