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Economia

- Publicada em 19 de Abril de 2021 às 03:00

Para Ingo Plöger, vacina e reformas são essenciais

Executivo lidera, no Brasil, o Conselho Empresarial da América Latina

Executivo lidera, no Brasil, o Conselho Empresarial da América Latina


/Divulgação/JC
Osni Machado
A imunização contra a Covid-19 e as reformas no Brasil são questões cruciais, defendidas pelo presidente do Conselho Empresarial da América Latina, Capítulo Brasil (Ceal), Ingo Plöger. O empresário alerta que o País tem de estar preparado para enfrentar uma realidade, que tende a se agravar ainda mais se não forem tomadas medidas. "Precisamos ter um cuidado muito grande para não colapsar ainda mais os sistemas de saúde e para não gerar um aumento ainda maior de insatisfação da população'', destaca. Segundo Plöger, o grande desafio brasileiro é conter o avanço da pandemia ainda neste primeiro semestre de 2021.
A imunização contra a Covid-19 e as reformas no Brasil são questões cruciais, defendidas pelo presidente do Conselho Empresarial da América Latina, Capítulo Brasil (Ceal), Ingo Plöger. O empresário alerta que o País tem de estar preparado para enfrentar uma realidade, que tende a se agravar ainda mais se não forem tomadas medidas. "Precisamos ter um cuidado muito grande para não colapsar ainda mais os sistemas de saúde e para não gerar um aumento ainda maior de insatisfação da população'', destaca. Segundo Plöger, o grande desafio brasileiro é conter o avanço da pandemia ainda neste primeiro semestre de 2021.
Jornal do Comércio - O que é e como funciona o Conselho Empresarial da América Latina?
Ingo Plöger - O Conselho Empresarial da América Latina é composto por 22 países. Cada país representa um capítulo e foi formado há mais de 30 anos com a iniciativa de lideranças empresariais comprometidas com a integração da América Latina. Eles se reuniram e começaram a repensar a América Latina pelo lado empresarial para ser uma voz da iniciativa privada pela integração.
JC - O senhor foi presidente internacional do Ceal e atualmente preside o Capítulo Brasil.
Plöger - Sim, a presidência é de um ano e pode ser estendida, se for reeleito por mais um ano. Então, são dois anos de mandato. E, para ser presidente internacional, é necessário ser o presidente de um capítulo.
JC - O Capítulo Brasil tem quais atribuições e objetivos?
Plöger - As lideranças que compõem o capítulo brasileiro exercem não só a liderança dentro de suas empresas, mas, muitas vezes, lideranças dentro de seus setores (econômicos) ou dentro de confederações e de associações. As agendas que construímos são conjugadas e comumente aceitas entre os associados, tanto dos capítulos, quanto do internacional. Como exemplo, a grande discussão agora é o questionamento: onde é que está a nossa força após a pandemia da Covid-19? Então, certamente, vamos sair da pandemia mais digitalizados, menos globalizados e, por outro lado, com a concentração de mais riqueza e com o aumento da pobreza. Então esses são temas muito relevantes.
JC - Como o senhor vê o atual cenário para a América Latina?
Plöger - Estou assustadíssimo com o avançar da pandemia no nosso continente e fico triste com o índice de falecimentos. Os índices mundiais de infecções estão reduzindo, menos no nosso continente. O coronavírus, com suas cepas, tem uma velocidade assustadoramente forte. O nosso grande problema vai ser neste primeiro semestre. Por outro lado, como os países estão superando esses meses? Existem ajudas emergenciais, como no caso do Brasil, mas há limites. A gente vê os Estados Unidos com US$ 1,9 trilhão para a crise e, provavelmente, em junho (deste ano) eles já estejam com uma vida se normalizando. Já esse cenário não ocorre na América Latina; se tivermos muita sorte, no final deste ano normalizaremos. Essa fase de vacinação é fundamental. O que nos falta é o acesso à vacina. O acesso à vacina está muito mais focado nos países desenvolvidos do que nos em desenvolvimento.
JC - A integração da América Latina será postergada com a pandemia?
Plöger - É o cenário que a gente vê acontecer. O Ceal percebe, por exemplo, que a União Europeia parece estar muito dependente da China; os EUA também, porém, em menor escala. A União Europeia quer retomar a sua cadeia produtiva global e, para isso, busca outros fornecedores. É por isso que a gente vê alguns investimentos virem para a América Latina na parte energética, na parte de óleo e gás, no agronegócio, na construção civil, inclusive na área de embalagens industriais e assim por diante. Então, existe retomada de investimento para o nosso continente em função desse novo equilíbrio global.
JC - Como estão se agindo os empresários brasileiros no comércio internacional?
Plöger - Depende do setor. Existem pautas diferenciadas, mas, um tema muito forte no momento é a questão da sustentabilidade. O acordo Mercosul - União Europeia está em debate principalmente pela parte da sustentabilidade, em questões como a forma que tratamos do bioma amazônico. É um tema superdelicado e não são só os governos, mas também para os consumidores. As campanhas contra os produtos brasileiros que tenham alguma relação com o bioma amazônico, são colocadas também como críticas pelos consumidores. O Brasil, o lado empresarial, está se mobilizando para mostrar as diferenças.
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