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Energia

- Publicada em 05 de Abril de 2021 às 21:37

Petrobras aumentará em 39% preço do gás natural

Tendência é que reajuste seja repassado para os clientes sem que as distribuidoras tenham qualquer lucro

Tendência é que reajuste seja repassado para os clientes sem que as distribuidoras tenham qualquer lucro


/STÉFERSON FARIA /AG. PETROBRAS/JC
Um importante insumo energético, principalmente para o segmento industrial, sofrerá uma expressiva alta de custo a partir de 1º de maio. A Petrobras informou nessa segunda-feira (5) que os preços de venda de gás natural para as distribuidoras estaduais terão aumento de 39% em R$/m3 (reais por metro cúbico), com relação ao último trimestre. Em nota, a Sulgás, concessionária que compra o gás natural da Petrobras e faz o produto chegar ao consumidor final no Rio Grande do Sul, informa que ainda não está definido o impacto do incremento do custo do gás anunciado nas tarifas praticadas pela companhia.
Um importante insumo energético, principalmente para o segmento industrial, sofrerá uma expressiva alta de custo a partir de 1º de maio. A Petrobras informou nessa segunda-feira (5) que os preços de venda de gás natural para as distribuidoras estaduais terão aumento de 39% em R$/m3 (reais por metro cúbico), com relação ao último trimestre. Em nota, a Sulgás, concessionária que compra o gás natural da Petrobras e faz o produto chegar ao consumidor final no Rio Grande do Sul, informa que ainda não está definido o impacto do incremento do custo do gás anunciado nas tarifas praticadas pela companhia.
A estatal gaúcha destaca que, quando o realinhamento de preços ocorrer, "deverá refletir apenas o repasse da variação no custo de aquisição do gás, sem nenhum ganho para a distribuidora". A Sulgás reforça também que, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), os serviços prestados pelas concessionárias de gás natural no Brasil respondem por 17% do valor final do produto, o que corresponde à operação, manutenção dos ativos, expansão da rede e remuneração das empresas. O maior peso no preço final é o da molécula (o combustível em si), seguido da tarifa paga ao transportador, que somadas correspondem a 59% do custo do produto. Impostos federais e estaduais representam aproximadamente 24% do valor pago pelos consumidores.
O secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, argumenta que, como a Petrobras é quem determina o preço da molécula, não há muito o que fazer em uma situação como a desse reajuste. "A Sulgás verificará o que tem que ser feito, mas provavelmente não se possa fugir (do aumento), porque a empresa não pode trabalhar no negativo", frisa o dirigente. Ele acrescenta que a companhia não pode se colocar em uma posição em que prejudique os serviços que presta. Além disso, a estatal gaúcha encontra-se hoje em um processo de privatização e uma eventual fragilização da distribuidora poderia afetar a atratividade dessa iniciativa frente a potenciais interessados.
Já o coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, admite que os reflexos nos custos industriais, com o aumento do gás natural, são muito impactantes. "Caso viabilizarmos o gasoduto Uruguaiana ao Polo Petroquímico de Triunfo e a alternativa de recebermos GNL (gás natural liquefeito) via porto de Rio Grande, a indústria gaúcha terá outras fontes de negociações e poderá ser mais competitiva", projeta o empresário. Nessa mesma linha, a Sulgás comenta que "de forma coordenada com outras quatro distribuidoras do Centro-Sul do País está com uma chamada pública em andamento buscando novos fornecedores de gás natural, com o intuito de ampliar a concorrência para a oferta de gás".
Também através de nota, a Abegás enfatiza que os reajustes realizados pela Petrobras serão repassados para o consumidor sem que as distribuidoras tenham qualquer ganho decorrente desse aumento. Segundo o comunicado, as elevações no preço do gás natural não trazem benefícios para as distribuidoras estaduais. Ao contrário, acabam tirando competitividade do gás natural em relação às outras fontes de energia tradicionais como a gasolina, o óleo combustível, o GLP (gás de botijão) e a eletricidade.

Elevação acompanha oscilações do petróleo e do câmbio

No trimestre, cotação do petróleo subiu quase 40%

No trimestre, cotação do petróleo subiu quase 40%


ANDRÉ MOTTA DE SOUZA/AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
Segundo a Petrobras, o aumento previsto no gás natural para maio decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. As atualizações dos custos dos contratos são trimestrais. Para os meses de maio, junho e julho, a referência são os valores de janeiro, fevereiro e março. Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de elevação das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram incremento devido à desvalorização do real.
Os preços de gás natural da Petrobras também incluem o repasse dos custos com o transporte do energético até o ponto de entrega às distribuidoras, que são definidos por tarifas reguladas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esta parcela do preço é atualizada anualmente no mês de maio pelo IGP-M, que, para o período de aferição (março de 2020 a março de 2021), registrou incremento de 31%. Ainda conforme a estatal, ao longo de 2020, os preços do gás natural às distribuidoras chegaram a ter redução acumulada de 35% em reais e de 48% em dólares, devido ao efeito da queda dos valores do petróleo no início do ano