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Economia

- Publicada em 01 de Abril de 2021 às 13:16

CEEE-D pagará R$ 1 bilhão em dívidas em um ano

Distribuidora de energia foi leiloada no dia 31 de março

Distribuidora de energia foi leiloada no dia 31 de março


MARIANA ALVES/JC
Jefferson Klein
A Equatorial Energia recém adquiriu a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) em leilão em que ofertou R$ 100 mil pela empresa e já se prepara para “abrir a carteira” e pagar parte do enorme endividamento que a estatal contraiu. O CEO do Grupo Equatorial Energia, Augusto Miranda, adianta que algumas dívidas financeiras, que totalizam R$ 1 bilhão, precisarão ser pagas em 12 meses por se tratarem de linhas de financiamento para governos, oriundas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
A Equatorial Energia recém adquiriu a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) em leilão em que ofertou R$ 100 mil pela empresa e já se prepara para “abrir a carteira” e pagar parte do enorme endividamento que a estatal contraiu. O CEO do Grupo Equatorial Energia, Augusto Miranda, adianta que algumas dívidas financeiras, que totalizam R$ 1 bilhão, precisarão ser pagas em 12 meses por se tratarem de linhas de financiamento para governos, oriundas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
Também em curto prazo, até 30 de novembro de 2022, a companhia precisará quitar um débito de R$ 524 milhões com Itaipu. Em teleconferência voltada a investidores para comentar a aquisição da CEEE-D, realizada nessa quinta-feira (1), Miranda detalhou que o total dos passivos da distribuidora gaúcha é de R$ 7,6 bilhões. Desse montante, após a conclusão da privatização com a concordância dos órgãos reguladores, R$ 3,5 bilhões ficarão sob responsabilidade do governo do Rio Grande do Sul e R$ 4,1 bilhões serão arcados pela Equatorial.
O executivo revela que o grupo começou a avaliar a compra da CEEE-D a partir de outubro do ano passado. Ele argumenta que a companhia apresenta diferenças de estrutura de mercado em relação às concessões atuais da Equatorial no segmento de distribuição de energia localizadas em Alagoas, Piauí, Pará e Maranhão. Na estatal gaúcha, há um menor peso dos clientes residenciais e uma maior relevância das classes industrial e comercial, além de uma menor base de consumidores de baixa renda. “Outro destaque é o ticket médio por cliente, bastante superior em comparação às demais concessões, ficando em 366 kWh por cliente”, destaca. Miranda acrescenta que a renda média domiciliar também é mais elevada, sendo de R$ 1.842,00 ao mês.
A título de comparação, depois da CEEE-D, o consumidor das concessionárias da Equatorial que tem a maior renda média domiciliar é o do Piauí, com R$ 831,00. Já quanto ao consumo de energia, em seguida à distribuidora gaúcha, o maior patamar das empresas do grupo é verificado em Alagoas, com 276,8 kWh por cliente. Conforme Miranda, historicamente a Equatorial tende a acelerar investimentos em novas concessões, especialmente em programas para melhorar a qualidade, combater as perdas e acompanhar o crescimento de mercado. No entanto, o executivo não informou quanto o grupo pretende fazer de aportes no sistema elétrico local, quando assumir efetivamente a gestão da CEEE-D.
Sobre haver algum impeditivo sindical para eventual dispensa de funcionários, o dirigente explica que é preciso respeitar um prazo de seis meses, devido ao acordo coletivo dos trabalhadores, para fazer desligamentos. No entanto, essa determinação não impede a realização de Programas de Demissões Voluntárias (PDVs). Na videoconferência, também foi mencionada a ação bilionária que a CEEE-D ingressou na Justiça, em 2015, buscando o reconhecimento do custo que teve com os ex-autárquicos (antigos servidores aposentados vinculados à companhia) de 1993 até o final de 2014. Os possíveis ganhos dessa ação, na época estimados em cerca de R$ 8 bilhões, assim como o passivo que restou com os ex-autárquicos, de cerca de R$ 450 milhões, ficarão sob o “guarda-chuva” do governo do Estado.
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