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Economia

- Publicada em 24 de Março de 2021 às 21:22

Térmica Uruguaiana segue sem produzir energia

Unidade, que pertencia ao grupo AES, foi adquirida pela Saesa em setembro do ano passado

Unidade, que pertencia ao grupo AES, foi adquirida pela Saesa em setembro do ano passado


CRISTIANO GUERRA/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A Central Térmica Uruguaiana (CTU), que tinha previsão de gerar energia a partir de fevereiro para a rede elétrica brasileira, segue sem atender a esse objetivo. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no sistema interligado do Brasil, a usina ainda não forneceu energia para essa rede neste ano, pelo menos até a última terça-feira (23).
A Central Térmica Uruguaiana (CTU), que tinha previsão de gerar energia a partir de fevereiro para a rede elétrica brasileira, segue sem atender a esse objetivo. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no sistema interligado do Brasil, a usina ainda não forneceu energia para essa rede neste ano, pelo menos até a última terça-feira (23).
A usina gaúcha a gás natural, que anteriormente pertencia ao grupo AES, foi adquirida pela argentina Saesa em setembro de 2020. A reportagem do Jornal do Comércio (JC) procurou a empresa para obter informações sobre a perspectiva de operação da térmica, mas não teve retorno. Anteriormente, o presidente de Saesa, Juan Bosch, havia comentado que a planta tinha iniciado as ações para comissionamento (processo que tem como finalidade verificar o funcionamento adequado da unidade) em 14 de fevereiro. Como a unidade estava há cerca de cinco anos inativa, alguns protocolos de segurança precisavam ser cumpridos.
Conforme Bosch, durante os testes, foi observada a necessidade de atualização de questões operacionais em uma subestação de energia e a meta era trabalhar para retomar as medidas de comissionamento o mais rapidamente possível. O dirigente não chegou a confirmar ou negar rumores que apontavam que os problemas do empreendimento poderiam estar também vinculados à falta de suprimento de gás natural.
A usina de Uruguaiana não produz energia de forma contínua desde 2009, justamente devido a dificuldades de oferta de gás natural proveniente da Argentina. A geração da térmica foi retomada, em caráter emergencial, em 2013, 2014 e 2015, por períodos temporários. O complexo foi o primeiro a operar com gás natural no Brasil. A geradora iniciou suas atividades em 2000 e tem capacidade instalada de 639,9 MW (o que corresponde a cerca de 15% da demanda média de energia elétrica do Rio Grande do Sul). Nessa atual volta à atividade, a tendência era que a unidade atuasse com em torno de um terço dessa potência.
O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, ressalta que a usina é uma importante fonte de geração de energia firme (que não oscila com as condições climáticas, como a eólica e a solar) para o País e, em particular, para o território gaúcho. No entanto, ele acrescenta que um dos pontos mais relevantes quanto à operação da termelétrica é que o empreendimento pode servir de "âncora" para justificar o aumento da oferta de gás natural no Estado. "O Rio Grande do Sul, com a térmica funcionando, vislumbra a viabilidade da conclusão do gasoduto de Uruguaiana até o polo petroquímico de Triunfo", argumenta o dirigente.
Deitos ressalta que, se a ligação entre a Fronteira Oeste e a região Metropolitana se transformar em realidade, o Rio Grande do Sul passaria a contar com duas fontes de entrada de gás natural (a outra é através do Gasoduto Bolívia-Brasil - Gasbol). Ainda sobre o combustível, o empresário adianta que na próxima terça-feira (31) está sendo agendada uma videoconferência de integrantes da Fiergs (entre os quais o presidente da entidade, Gilberto Petry) e o governador Eduardo Leite para discutir como tornar o gás natural um insumo mais competitivo no Estado.
Uma das sugestões defendidas pela classe empresarial é a diminuição das taxas aplicadas pela Sulgás (a estatal gaúcha responsável pela distribuição do gás natural) e a consequente redução da tarifa. Deitos alerta que as modificações propostas precisam ser praticadas antes do processo de privatização da estatal (previsto para ocorrer ainda neste ano), porque o comprador do grupo precisa ter o conhecimento de quais serão as "regras do jogo" para precificar a empresa.
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