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Economia

- Publicada em 22 de Março de 2021 às 18:29

Corsan capta R$ 600 milhões em operação de debêntures

Estatal vai usar o dinheiro para refirçar o caixa e a maior vai para investimentos em localidades

Estatal vai usar o dinheiro para refirçar o caixa e a maior vai para investimentos em localidades


ARQUIVO CORSAN/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Enquanto não desata o plano para abrir capital sem manter o controle estatal, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) acaba de reforçar o caixa com R$ 600 milhões captados no mercado por meio da emissão pública de debêntures, a primeira na história da companhia.
Enquanto não desata o plano para abrir capital sem manter o controle estatal, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) acaba de reforçar o caixa com R$ 600 milhões captados no mercado por meio da emissão pública de debêntures, a primeira na história da companhia.
"O dinheiro já está no caixa", avisou o presidente da companhia nesta segunda-feira (22), Roberto Barbuti. O "dinheiro" vai em parte para melhorar a condição do caixa e o maior volume para investimentos em melhoria e ampliação da infraestrutura do sistema de saneamento, tanto na ampliação da rede de água como no tratamento de esgoto.    
A liquidação da operação, comunicada ao mercado em 10 de fevereiro, foi na sexta-feira (19). Segundo a estatal, a oferta chegou a receber interesse de mais de R$ 1,3 bilhão de investidores qualificados. A emissão seguiu a instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de esforços restritos. Neste tipo de oferta, há limite para até 75 investidores. As séries de debêntures não são conversíveis em ações. 
A atração despertada no mercado é apontada como exemplo da capacidade da companhia de captar recursos para executar planos de expansão. Até 2033, a Corsan projeta R$ 10 bilhões para dar conta de entregas contratuais e novos patamares da universalização dos serviços previstos no novo marco regulatório do setor.
"A operação serve de exemplo de como começamos e como terminamos e sobre o que conseguimos capturar de valor, que não é pouca coisa", resumiu Barbuti, ao #JCExplica. A principal justificativa para abrir capital com perda do controle - o Estado quer manter 30% das ações ordinária, com direito a voto, continuando a ser o maior acionista-, é a necessidade de recursos para honrar os compromissos com 317 municípios.      

#JCEXPLICA: Assista à entrevista do presidente da Corsan

Na semana passada, o governador Eduardo Leite comunicou a decisão de privatizar a estatal, mudando promessa de campanha que era contra a medida. O primeiro passo foi pedir a apreciação de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) na Assembleia Legislativa que retira a exigência de plebiscito para vender capital abrindo mão do controle. Hoje 99,9% das ações são do Estado. A Corsan é uma companhia de economia mista.
Se tiver sucesso, Leite vai enviar Projeto de Lei para que os deputados deliberem sobre a autorização para a abertura de capital. A meta é fazer o IPO em outubro e obter R$ 1 bilhão na oferta.  
Foram quatro séries de debêntures ofertadas. Apenas a primeira não foi efetivada. A segunda soma R$ 150 milhões, com resgate em cinco anos (2026), e a terceira e quarta, que são da classe de debêntures incentivadas na área de infraestrutura, totalizam R$ 450 milhões - R$ 115 milhões da terceira, com prazo de sete anos (2028), e R$ 335 milhões da quarta, com prazo de dez anos (2031).
"Atraímos os principais investidores desse mercado no País", destaca o presidente da estatal. O executivo, desde 2019 no cargo, comenta que o novo capital permitirá dar andamento a um volume maior de aportes. Em 2020, a estatal bateu recorde, com investimentos de R$ 417 milhões, cita ele.
"Quando assumi, fui muito claro: não é para segurar nenhum investimento por falta de dinheiro. Dinheiro vamos atrás", recorda Barbuti. O presidente estima que devem ser aplicados R$ 700 milhões em expansões e melhorias. A cifra seria uma transição para um nível mais elevado, que atenderia a metas contratuais e ja alinhadas com o novo marco. 
"Temos de seguir para um patamar de R$ 1 billhão de investimentos ao ano", observa o executivo.  
Segundo a estatal, os recursos das debêntures de infraestrutura serão aplicados em obras dos sistemas de abastecimento de água (SAA) e esgotamento sanitário (SES) nos municípios que serviram de lastro para a emissão. São 14 localidades em diversas regiões, como Canela e Gramado, na Serra Gaúcha. Santa Maria e Santa Cruz do Sul, no Centro, Iraí, no Noroeste, Dom Pedro, na Campanha, e São José do Norte, no Litoral Sul.   

Confira o destino dos R$ 450 das debêntures de infraestrutura

Alegrete: ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES), com implantação de redes coletoras na Bacia 1 e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)
Alvorada e Viamão: implantação do Sistema Integrado de Abastecimento, com captação, adutoras, elevatórias, ETA, tratamento do lodo e reservatórios
Cachoeira do Sul: ampliação da ETE em 2º módulo
Dom Pedrito: ampliação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA), com captação, elevatória de água bruta e tratamento do lodo da Estação de Tratamento de Água (ETA)
Eldorado do Sul: ampliação do SAA, com adutora de água tratada e reservatório
Gramado e Canela:
  • Ampliação do SAA, com elevatória e adutora de água bruta, ampliação da ETA II, tratamento do lodo da ETA II, adutora de água tratada, reservatório e booster
  • Ampliação do SES em Canela, com implantação de redes coletoras nas Bacias Canelinha e Santa Terezinha e ampliação da ETE Santa Terezinha - 2º módulo
  • Implantação da ETE Ávila em Gramado (1º e 2º módulos)
Iraí: ampliação do SAA, com barragem de nível e reforma na elevatória de água bruta
Osório e Xangri-Lá: ampliação do SAA, com implantação de sistema de tratamento de lodo na ETA Osório e na ETA Atlântida Sul
Santa Maria: ampliação do SAA, com adutora de água bruta do Escrimin e adutora de água tratada da UFSM
São José do Norte: amipliação do SAA da 5ª Seção, com adutora e elevatória de água tratada e reservatórios
Santa Cruz do Sul: implantação da Estação de Tratamento de Água
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