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Economia

- Publicada em 12 de Março de 2021 às 03:00

Fim do REIQ deve afetar Braskem em mais de US$ 150 milhões ao ano

Projeção foi divulgada pelo  vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da empresa, Edison Terra

Projeção foi divulgada pelo vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da empresa, Edison Terra


EDISON TERRA/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A recente decisão do governo federal de revogar o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), ferramenta que possibilitava a diminuição tributária (PIS e Cofins) sobre produtos químicos da primeira e segunda gerações (como nafta, eteno, polietileno e polipropileno), afetará diversas empresas desse setor, inclusive a gigante petroquímica Braskem.
A recente decisão do governo federal de revogar o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), ferramenta que possibilitava a diminuição tributária (PIS e Cofins) sobre produtos químicos da primeira e segunda gerações (como nafta, eteno, polietileno e polipropileno), afetará diversas empresas desse setor, inclusive a gigante petroquímica Braskem.
"Hoje, a gente estima que terá um impacto nos números da companhia, considerando os níveis de preços atuais, em torno de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões por ano", projeta o vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas para a América do Sul da Braskem, Edison Terra.
O REIQ foi criado em 2013 para que a indústria química diminuísse a diferença de competitividade com os concorrentes internacionais. O subsídio iniciou com uma isenção de 9,75% e foi reduzindo até o último percentual de 3,65%. Terra alerta que o fim do regime refletirá diretamente nas empresas químicas, mas atingirá indiretamente toda a cadeia ligada ao setor, que pode perder competitividade enquanto o Brasil não passar por reformas estruturais.
Apesar dessa dificuldade setorial, a Braskem mantém planos de crescimento para os próximos anos que envolvem, entre outras ações, chegar em 2030 à capacidade anual de 1 milhão de toneladas de produtos da marca I'm green, linha que é composta por resinas renováveis (fabricadas a partir de matéria-prima orgânica) e recicláveis. Para 2025, o patamar será de 300 mil toneladas. Hoje, o principal destaque da empresa nessa área é a unidade de eteno/polietileno verde (feitos com o etanol oriundo da cana-de-açúcar), localizada no polo de Triunfo, que tem potencial para produzir até 200 mil toneladas ao ano e encontra-se em processo de ampliação para 260 mil toneladas. A expansão deverá ser concluída no final de 2022 e absorverá cerca de US$ 61 milhões em investimentos.
A Braskem vem verificando um mercado crescente para este tipo de produto. O polietileno verde atingiu no ano passado o seu recorde de vendas, com a comercialização de 170 mil toneladas, contra 161 mil toneladas verificadas em 2019. O incremento das vendas desse item, de 2015 a 2020, foi na ordem de 53%.
Dirigentes da empresa comentaram sobre a perspectivas do portfólio I'm green e quanto ao resultado financeiro da companhia no ano passado em coletiva concedida à imprensa nessa quinta-feira (11). Apesar de um quarto trimestre positivo, com lucro líquido de R$ 846 milhões, o grupo registrou um prejuízo em 2020 de cerca de R$ 6,69 bilhões, contra um revés de R$ 2,79 bilhões no ano anterior, uma variação de 139%. Em comunicado ao mercado, a Braskem explicou que o desempenho foi "em função, principalmente, das provisões referentes ao evento geológico de Alagoas", algo que totaliza um montante de cerca de R$ 6,9 bilhões. O resultado foi impactado ainda pela variação cambial.
O evento referido pela companhia é relacionado à extração de sal gema, atividade que foi considerada a responsável pelo afundamento do solo em vários pontos de Maceió. O vice-presidente de finanças, suprimentos e relações institucionais da Braskem, Pedro Freitas, adianta que a empresa calcula desembolsar ainda nos próximos cinco anos, devido ao caso em Alagoas, R$ 9,18 bilhões, sendo que R$ 4,35 bilhões decorrentes dos danos causados serão gastos já em 2021.
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