Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 11 de Março de 2021 às 18:12

Incertezas na política preocupam mercado financeiro

Alta dos preços está pressionando o governo federal, afirma André Perfeito

Alta dos preços está pressionando o governo federal, afirma André Perfeito


Lucas Seixas/Folhapress/JC
Adriana Lampert
O principal temor do mercado financeiro é "que 2022 esteja começando agora". Essa é a opinião do economista André Perfeito que participou de uma live sobre o cenário econômico brasileiro realizada pela Fundação Família Previdência, na tarde desta quinta-feira (11).
O principal temor do mercado financeiro é "que 2022 esteja começando agora". Essa é a opinião do economista André Perfeito que participou de uma live sobre o cenário econômico brasileiro realizada pela Fundação Família Previdência, na tarde desta quinta-feira (11).
"Com o Lula voltando ao páreo (para disputar as eleições presidenciais), a pressão política aumenta e Bolsonaro pode querer alterar o plano dele em 2021", disse Perfeito. "A política e economia estão intimamente ligadas, por isso este temor que Bolsonaro migre para o populismo e largue a política neoliberal, tomando medidas populares", traduz o presidente da Fundação, Rodrigo Sisnandes. 
Com a alta dos combustíveis, e com preços do gás de cozinha e alimentos afetados pela inflação, a pressão aumenta sob o governo federal, destacou Perfeito. "Esse cenário impõe para a população mais pobre uma situação muito difícil, onde daqui a pouco as pessoas não vão ter como comer ou vão ter que usar lenha para cozinhar, por exemplo." Com esta e uma série de outros problemas que precisam ser resolvidos a curto prazo, como o dólar em alta e a inflação sendo projetada para pelo menos 7% no acumulado do ano em julho, o governo federal teria que dar conta de fazer a economia crescer em curto prazo, observou o economista.
"Mas não dá para fazer isso, porque aí vai contra a política do ministro Paulo Guedes, que quer tirar (responsabilidade pelos serviços básicos) do estado para colocar na iniciativa privada, e controlar os gastos públicos, para que os juros caiam e atraiam novos investimentos", avaliou Perfeito. Na análise dele, com esta incerteza pairando no ar, pode aumentar a pressão sobre o governo. "Com isso, a economia vai ganhar volatividade e quem tem dinheiro pode aproveitar para investir, mas há risco." 
Sem desencorajar quem quer investir no mercado de capitais, Perfeito ponderou que outra saída para brasileiros que preferem não se arriscar são os planos de previdência privada. Sobre a poupança, ele frisou que aplicar dinheiro nesta fonte "não é investir, mas guardar" recursos. "Atualmente, a poupança está rendendo menos que a inflação. Na verdade o brasileiro ainda prefere esta fonte mais por uma questão cultural mesmo."
"Os planos de previdência são, sem dúvida, o melhor investimento a longo prazo", concordou Sisnandes. "Hoje nossa empresa paga R$ 51,5 milhões/mês em aposentadoria para mais de 9,2 aposentados e pensionistas. Mas nosso desafio é democratizar o acesso aos planos de previdência complementar", afirmou o presidente da Fundação Família Previdência, que atua sem fins lucrativos. "Temos hoje na volta de 200 milhões de brasileiros e apenas 7 milhões têm acesso a um plano de previdência complementar." Sisnandes observa no entanto, que, para quem quer investir e sacar rendimentos a curto prazo, este não é o caminho ideal. "O plano de previdência complementar é para o cidadão ter renda quando se aposentar."
Perfeito alertou que em meio ao cenário de instabilidade, ainda é preciso observar que ao optar por fundos de previdência, o investidor deve considerar que irá destinar uma parcela significativa de sua renda na empreitada. "Importante frisar que neste momento de inflação subindo, aplicar dinheiro na poupança não é bom, significa perda de recursos." Na análise do economista, antes de tomar qualquer decisão é preciso passar por educação financeira, com ajuda de um especialista. "Mas o que vai fazer o brasileiro a aprender a investir será um cenário de juros mais baixos", opina.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO