A classificação de bandeira preta é vista com preocupação pelo setor varejista. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski, é importante que o governo do Estado encontre uma solução para possibilitar que o varejo continue operando, mesmo em forma reduzida.
Jornal do Comércio - Como o senhor avalia o atual cenário para os varejistas?
Sérgio Galbinski - No ano passado, quando a gente fechou, vínhamos de um ano normal, então as empresas tinham um caixa, dinheiro que estavam recebendo. Mas 2020 não foi um ano normal, aquele dinheiro que vinha de 2019 as empresas gastaram para continuar existindo, então pagaram funcionários, pagaram aluguéis e o dinheiro terminou. Quando a gente começa o ano fechando, vai ser muito pior do que o ano passado, porque aquele dinheiro que a gente tinha de 'gordura' não existe mais. A MP que permitia colocar empregados em layoff já se exauriu, então, agora, fechar vai ser bem mais desastroso no que no ano passado.
JC - O senhor percebe receptividade do governo em relação a uma flexibilização para o varejo de rua?
Galbinski - Na bandeira preta muitas lojas podem ficar abertas. Loja de material de construção, de pneus, de peças de conserto... se olhar bem, o que fecha é loja de rua. E isso causa um desequilíbrio muito grande, porque a gente fecha e os grandes mercados vendem itens não-essenciais. Aí a pessoa que precisa comprar uma toalha, um eletrodoméstico, se dirige a um hipermercado para comprar. O povo pode sair de casa e comprar. Só as lojas estando fechadas não vai bastar.
JC - O foi recomendado aos varejistas nesta semana?
Galbinski - Que mantenham contato com seus clientes por todas as redes. E que não esmoreçam, pois esse vírus em algum momento vai passar, a vacina está chegando, e que o varejo sempre vai estar presente para suprir a necessidade dos consumidores.