As entidades representativas dos caminhoneiros autônomos descartam a paralisação das atividades nos dias 1 e 2 de fevereiro. Em reunião realizada na segunda-feira (25), a Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bens e Cargas (Conftac), Federação dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul (Fecam/RS), Federação de São Paulo (Fecam/SP), Federação de Minas Gerais (Fetac/MG) e Fecavre/SP, juntamente com os sindicatos filiados e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) discutiram sobre uma mobilização que vem sendo divulgada em redes sociais pelo autodenominado Conselho Nacional do Transporte de Cargas (CNTC).
O presidente da Fecam-RS, André Costa, diz que o CNTC não tem representatividade legal para falar pela categoria. Durante a reunião de segunda-feira, os participantes colocaram o posicionamento de cada sindicato e entidade sobre uma possível paralisação. “O que nós tivemos foi a esmagadora maioria tendo a mesma opinião, de que não é o momento oportuno para se fazer paralisação e que sequer reconhece a legitimidade de tal conselho”, afirma.
Costa ressalta que não é o momento para se fazer uma paralisação, apesar de todas as dificuldades que afetam o transporte rodoviário de carga. “O momento não é oportuno para isso. Logo no começo da pandemia da Covid-19, os profissionais sofreram na estrada, sendo discriminados, não tendo lugar sequer para parar fazer alimentação e até que a sociedade e os gestores compreendessem de sua importância e voltassem a dar a devida importância”.
Ele lembra que existe uma generalização em torno do conceito sobre o termo caminhoneiro e que as entidades participantes da reunião representam o transportador autônomo de cargas, ou seja, aquele que é o dono do caminhão e que dirige o seu próprio veículo de carga. “Aquele que tem CNPJ, seja ele pequeno, médio ou grande, não diz respeito à categoria do caminhoneiro. Aquele que é trabalhador, ou empregado, ou motorista, não é um transportador autônomo”, explica.
O dirigente acrescenta que todas as pautas da categoria - alto custo dos combustíveis, baixa remuneração, exploração e falta de fiscalização efetivas - estão sendo discutidas e todas têm previsão legal. “O que a categoria entende? Que estes temas estão sendo discutidos e que existem outros meios para que possa minimizar o que está sofrendo o caminhoneiro autônomo, o proprietário do caminhão nesse setor de transporte. Há outras maneiras que não a paralisação”, afirma Costa.