Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 27 de Janeiro de 2021 às 03:00

Copom considerou alta de juros na decisão passada

Autoridade monetária reduziu taxas para enfrentar a pandemia

Autoridade monetária reduziu taxas para enfrentar a pandemia


MARCELLO CASAL JR/ebc/jc
Alguns membros do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, consideraram subir a taxa básica de juros (Selic) já na reunião da quarta-feira passada (20), alegando preocupação com o risco inflacionário. A maioria, no entanto, decidiu esperar a publicação de indicadores econômicos mais recentes para definir os próximos passos, de acordo com a ata do encontro divulgada ontem.
Alguns membros do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, consideraram subir a taxa básica de juros (Selic) já na reunião da quarta-feira passada (20), alegando preocupação com o risco inflacionário. A maioria, no entanto, decidiu esperar a publicação de indicadores econômicos mais recentes para definir os próximos passos, de acordo com a ata do encontro divulgada ontem.
Na ocasião, o BC manteve a taxa a 2% ao ano, renovando a mínima histórica, mas abandonou o compromisso de não subir os juros, o chamado de "forward guidance". Segundo o documento, as projeções para inflação estão ao redor do centro da meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Além disso, "os riscos fiscais geram um viés de alta nessas projeções".
"Os membros do Copom discutiram o impacto dessa assimetria no balanço de riscos [de alta na inflação] no grau apropriado de estímulo monetário. Em particular, alguns membros questionaram se ainda seria adequado manter o grau de estímulo extraordinariamente elevado [Selic baixa], frente à normalização do funcionamento da economia observada nos últimos meses", diz o texto.
Com a pandemia do novo coronavírus, a autoridade monetária teve que cortar juros para estimular a economia e conter o movimento de deflação (queda nos preços) gerado especialmente pela queda no consumo. Nos últimos meses, contudo, os preços voltaram a subir e as expectativas do mercado para a inflação de 2021 e 2022 também se elevaram.
Com a retirada do "forward guidance", que é um instrumento adicional de política monetária, o Copom voltará a analisar o cenário econômico geral a cada reunião e poderá elevar a Selic, mas não especificou quando. No mercado, estima-se que os juros possam subir ainda no primeiro semestre e que terminem o ano pouco acima de 3%.
Com a sinalização, o mercado começa a enxergar possibilidade de alta de juros antes do previsto. A Claritas Investimentos mudou as projeções depois da divulgação da ata. A gestora esperava alteração na Selic apenas no quarto trimestre, mas agora vê chance de a taxa subir já na próxima reunião, em março, apesar de prever que deva ocorrer apenas em maio.
Além disso, a projeção da instituição para Selic do ano passou de 3% para 4,5%. "A ata do Copom deixa clara a preocupação com a atividade econômica, as incertezas da vacinação em relação à pandemia e quanto á responsabilidade fiscal", disse a economista-chefe da Claritas, Marcela Rocha.
Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Investimentos, também aposta que a taxa básica só começará a subir em maio, quando deverá se elevar em 0,25 ponto percentual. "O BC está sendo apenas mais transparente no tocante às opiniões dos membros e não significa que vai aumentar os juros em março, pois há muito assimetria do lado da atividade [renda] mas, sobretudo do fiscal", afirmou. O economista manteve as projeções em 3,5% para 2021 e 4,5% até junho de 2022.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO