Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 21 de Janeiro de 2021 às 03:00

Apesar de reajuste, preço de combustíveis no Brasil segue defasado, dizem analistas

Litro da gasolina teve novo reajuste nesta semana no país

Litro da gasolina teve novo reajuste nesta semana no país


Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas/JC
Mesmo com o reajuste de R$ 0,15 no litro da gasolina autorizado na terça-feira passada (19), os preços dos combustíveis da Petrobras continuam defasados, segundo especialistas do setor. Segundo cálculo de Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, o preço da gasolina vendida pela estatal está 7% abaixo do preço da gasolina internacional. Com relação ao diesel, o percentual de defasagem é estimado entre 11% e 14%, de acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
Mesmo com o reajuste de R$ 0,15 no litro da gasolina autorizado na terça-feira passada (19), os preços dos combustíveis da Petrobras continuam defasados, segundo especialistas do setor. Segundo cálculo de Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, o preço da gasolina vendida pela estatal está 7% abaixo do preço da gasolina internacional. Com relação ao diesel, o percentual de defasagem é estimado entre 11% e 14%, de acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
Thadeu Alves, chefe de petróleo e gás da FCStone, afirma que a postura da Petrobras de segurar os preços vem sendo mantida por um tempo maior do que o habitual. A estratégia, segundo ele, não faz sentido do ponto de vista econômico. "Por razão de mercado não é. Se quer ganhar um market share, uma fatia de mercado maior, com abrangência maior, coloca abaixo, mas manter por três semanas a 15% abaixo não faz sentido no mercado", disse Alves.
Ele alertou que em alguns locais sem produção, como São Luís (MA), o preço do diesel está abaixo até do praticado no Golfo Americano, principal praça de importação e de onde o Brasil recebe a commodity. "Se a Petrobras não mudar a postura atual, se o preço não voltar, vamos ter um impasse, porque ela vai precisar subir sozinha no mercado e vai entrar na situação do governo Dilma", afirmou Alves.
Durante o primeiro mandato de Dilma, entre 2011 e 2014, a determinação era que a Petrobras não fizesse o repasse da alta no barril de petróleo internacional para os preços de combustíveis praticados no mercado interno. Isso causou prejuízo bilionário à estatal.
A Abicom protocolou no início do mês um ofício no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reclamando do que vê como prática predatória da Petrobras na política de preços. Sergio Araújo, presidente da entidade, afirma que a defasagem na Petrobras inviabiliza a importação e pressiona o setor de produção de etanol.
Segundo ele, a credibilidade do país pode ser abalada se a política de preços não for alterada, o que afastaria investidores, atrapalharia a geração de empregos e o desenvolvimento. "Já vivemos esta mesma história no início dos anos 2000, e o resultado não foi bom para o País, para a sociedade e nem para o refinador", destacou Araújo.
Outro efeito do preço dos combustíveis diz respeito à inflação. O preço da gasolina compõe 5% do IPCA, principal índice de preços do país, com elevado impacto indireto sobre os preços de outros produtos, dado seu uso para transporte. Nesse sentido, a defasagem de preços poderia evitar um impacto maior sobre a inflação, que encerrou o ano de 2020 em 4,52%, acima do centro da meta da inflação para o ano, de 4%.
Alves, da FCStone, porém, avalia que não há "nenhum indicativo, suspeita ou rumor" de que haja algum tipo de interferência política na Petrobras para segurar os preços dos combustíveis com o objetivo de evitar o repassa para a inflação, apesar de existir esse efeito colateral benéfico.
O último reajuste feito pela Petrobras no preço da gasolina havia sido em 29 de dezembro, com aumento de 4% no diesel e 5% na gasolina. No mesmo período, o preço do barril do tipo Brent cresceu 8%.
De acordo com um levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas, o preço do litro da gasolina subiu de R$ 4,714 para R$ 4,805, uma alta de 1,91% na primeira quinzena de 2021. Conforme a pesquisa, a maior alta de preços ocorreu no Amazonas (4,73%), e a menor em Tocantins (0,8%). Nenhum estado do país registrou redução no valor médio do combustível. Os dados foram obtidos por meio do registro das transações realizadas de 1 a 14 de janeiro com o cartão de abastecimento da ValeCard em cerca de 20 mil estabelecimentos credenciados.
Procurada, a Petrobras afirma que tem compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com os mercados internacionais.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO