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Economia

- Publicada em 12 de Janeiro de 2021 às 01:45

Desempregados fazem fila em busca de vaga em Porto Alegre

Denise (à direita) encara fila que se formou no Centro para 70 vagas ofertadas pelo Sine

Denise (à direita) encara fila que se formou no Centro para 70 vagas ofertadas pelo Sine


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC/
Segunda-feira tem um sentido de retomada. Para Denise Bitencourt e Iara Maria de Oliveira, moradoras de Porto Alegre, o dia da semana reforçou a esperança em conseguir trabalho, após ficarem desempregadas em 2020, sob efeito da pandemia.
Segunda-feira tem um sentido de retomada. Para Denise Bitencourt e Iara Maria de Oliveira, moradoras de Porto Alegre, o dia da semana reforçou a esperança em conseguir trabalho, após ficarem desempregadas em 2020, sob efeito da pandemia.
As duas povoavam na manhã desta segunda-feira a fila com dezenas de outros candidatos que se formou em frente à agência do Sine, na rua José Montaury, no Centro Histórico. A empreitada não anda fácil: apenas 70 vagas estavam em jogo.
"Fui demitida em abril, trabalhava em uma empresa têxtil, logo depois de começar a pandemia", conta Denise, 42 anos, que voltou a buscar trabalho em agosto, mas até hoje não conseguiu ser encaminhada para algum posto. "Nada, nada, nada", diz ela, com reforço, sobre a ausência de oportunidade.
A moradora da Zona Sul conta que o marido vem garantindo o sustento em casa. Ele faz bicos de pedreiro. "Cortamos despesas, agora só o necessário." 
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Denise perdeu o emprego em abril de 2020 e diz que não surgiu 'nada, nada' desde então. Fotos: Patrícia Comunello
Iara, com 60 anos, teve o mesmo destino de Denise. Perdeu o emprego de doméstica com carteira assinada na largada da crise sanitária. "Trabalho em serviços gerais, de doméstica, o que surgir", avisa a candidata, admitindo que a idade costuma ser uma barreira para ser indicada a vagas.
Hoje ela depende da ajuda dos filhos. "As contas não param de bater na porta", resume a doméstica.
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Iara atua como doméstica e serviços gerais e lamenta que sua idade barre oportunidades          
As tentativas das duas desempregadas de se recolocar no mercado de trabalho revelam as condições nada favoráveis, que foram ainda piores nos primeiros meses da crise. A coordenadora do Departamento de Relações com o Mercado de Trabalho da Fundação gaúcha do Trabalho e Assistência Social (FGTAS), Ana Rosa Fischer, diz a oferta "parou em abril e maio" e começou a receber ofertas em junho e julho.
"Tem recuperação, mas tudo ainda muito incerto. As contratações estão tímidas em relação ao número de desempregados", admite Ana Rosa. O que ampliou a fila de pretendentes foi a saída de muitos trabalhadores, caso de Denise e Iara, do seguro-desemprego.
Em janeiro, também o fim do auxílio emergencial, tanto para autônomos como para quem tem emprego e teve suspensão ou redução de jornada, já impacta a maior demanda. Especialistas e empresas falam que a interrupção da política, mesmo com a pandemia se agravando, deve elevar a crise no mercado de trabalho. Em novembro, último dado do IBGE para o indicador, 561 mil pessoas estavam sem trabalho no Estado.  
No Sine, a oferta de vagas para construção civil, que costuma ser termômetro de maior atividade e por gerar maior volume, é tímida ainda. Por isso, a coordenadora que as "filas vão piorar". "E não vamos saber fazer o que fazer. Haverá muita gente precisando de emprego e renda e não terá vaga para todo mundo", projeta. Na largada do ano, o sistema registra 3,5 mil ofertas.
O total de vagas de emprego em 2020 nas unidades do Sine no Rio Grande do Sul foi de 59.090, ante 83.196 em 2019. A oferta caiu 30%. No ano anterior à pandemia, quase 30 mil candidatos conseguiram postos, enquanto, no ano passado, 11,2 mil se empregaram. A distância entre volume de vagas e contratações costuma marcar a intermediação pública.
Ana Rosa diz que não há como assegurar que as ofertas sejam exclusivas a quem busca os postos do Sine. "Esse é um dos aspectos que explica a diferença entre vagas e colocados. As empresas têm outras fontes de recrutamento", reforça a coordenadora. Além disso, demora na seleção, desistência do candidato e até mesmo cancelamento da oferta pela empresa colaboram no percentual de aproveitamento, detalha. 
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