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Aviação

- Publicada em 28 de Dezembro de 2020 às 21:15

Aeroportos gaúchos devem ganhar melhorias com leilão

Terminais de Uruguaiana (foto), Pelotas e Bagé participarão do certame

Terminais de Uruguaiana (foto), Pelotas e Bagé participarão do certame


CRISTIANO GUERRA/DIVULGAÇÃO/JC
Uma série de obras de aprimoramento estão previstas no edital do leilão de 22 aeroportos da Infraero que o governo federal realizará no dia 7 de abril de 2021. A disputa será dividida em três blocos: Norte, Central e Sul. Esse último conjunto compreende os complexos paranaenses de Curitiba, Foz do Iguaçu, Bacacheri e Londrina, os catarinenses de Navegantes e Joinville e os gaúchos de Pelotas, Uruguaiana e Bagé.
Uma série de obras de aprimoramento estão previstas no edital do leilão de 22 aeroportos da Infraero que o governo federal realizará no dia 7 de abril de 2021. A disputa será dividida em três blocos: Norte, Central e Sul. Esse último conjunto compreende os complexos paranaenses de Curitiba, Foz do Iguaçu, Bacacheri e Londrina, os catarinenses de Navegantes e Joinville e os gaúchos de Pelotas, Uruguaiana e Bagé.
No caso dos empreendimentos no Rio Grande do Sul, entre as contrapartidas previstas pela licitação, o novo concessionário terá que adequar a capacidade de processamento de usuários e bagagens no aeroporto, incluindo terminal de passageiros e estacionamento de veículos, implantar áreas de segurança de fim de pista e prover sistema visual indicador de rampa de aproximação do tipo PAPI (Precision Approach Path Indicator - que através de luzes auxilia o piloto na hora do pouso). No total do bloco Sul, a estimativa de investimento em melhorias é em torno de R$ 2,8 bilhões, sendo que a receita prevista para o vencedor deste certame, ao longo dos 30 anos de concessão dos aeroportos, é de aproximadamente R$ 7,4 bilhões. A contribuição inicial mínima da concorrência (lance base) será de cerca de R$ 130 milhões.
O bloco Sul é o que verifica os números mais vultosos da concorrência. O grupo Norte, por exemplo, que engloba os aeroportos de Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM), Manaus (AM), Tefé (AM) e Boa Vista (RR), terá contribuição mínima de R$ 47,8 milhões, investimentos previstos de R$ 1,4 bilhão e receita de R$ 3,6 bilhões. Já o Central abrange os empreendimentos de Goiânia (GO), Teresina (PI), Palmas (TO), Petrolina (PE), Imperatriz (MA) e São Luís (MA) e uma contribuição de R$ 8,1 milhões, aportes de R$ 1,8 bilhão e retorno de R$ 3,5 bilhões. Somados, os 22 complexos representam 11% do total do tráfego aéreo de passageiros no Brasil.
O especialista na área de aviação e redator do site AirlineGeeks.com, João Machado, destaca que a intenção do governo federal é englobar em cada lote do certame características distintas. "Quem levar o filé, deve também pegar outros aeroportos menores e a meta com essas disputas é desenvolver também essas estruturas menores sob a tutela do novo concessionário", comenta Machado.
Dentro dessa lógica, os aeroportos gaúchos não estariam entre os mais valorizados do pacote, se forem levados em conta os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEAs) desenvolvidos sobre as estruturas que serão licitadas. Conforme esses levantamentos, o complexo de Pelotas, para contemplar a adequação do nível de serviço e sua ampliação, segundo o crescimento esperado da demanda, precisaria de um investimento total de R$ 71 milhões (no prazo de 30 anos, mas boa parte dos recursos desembolsados no começo da concessão), enquanto Uruguaiana de R$ 66 milhões e Bagé de R$ 69 milhões. Os estudos apontam que esses projetos proporcionariam um retorno abaixo do custo de capital e, consequentemente, a concessão isolada dos empreendimentos seria inviável financeiramente.
O consultor em aeroportos Fernando Bizarro concorda que em um modelo como esse proposto pelo governo alguns aeroportos rentáveis "subsidiam" os que não têm tanta atratividade comercial. Ele também aponta que a tendência é de melhorias nessas estruturas, após serem arrematadas. "Desde que as obrigações previstas na licitação sejam cumpridas", frisa. Bizarro enfatiza que a estatal Infraero não tem mais capacidade para realizar grandes investimentos.
De acordo com a Infraero, o aeroporto de Bagé conta com pista com 1,5 mil metros de comprimento e 30 metros de largura e terminal de passageiros de 600 metros quadrados, com capacidade para 200 mil usuários ao ano. Já o complexo de Pelotas possui uma pista de 1.980 metros por 42 metros, um terminal de 1.098 metros quadrados e pode atender até 800 mil pessoas por ano. Em Uruguaiana, a pista tem 1,5 mil metros por 30 metros, o terminal possui 800 metros quadrados e a capacidade é de 300 mil passageiros ao ano.
 

Pandemia da Covid-19 afeta movimentação nos complexos

Os aeroportos do Interior gaúcho, assim como os de maior porte, também foram afetados pela pandemia do coronavírus. Segundo informações da Infraero, de janeiro a novembro deste ano, Bagé registrou 403 pousos e decolagens, Pelotas 691 e Uruguaiana 250. Se for levado em conta o mesmo período em 2019, quando não houve o impacto da Covid-19, Bagé teve 438 voos partindo e chegando, Pelotas 1.436 e Uruguaiana 515. Já conforme o site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os três aeroportos juntos, de janeiro a outubro de 2020, verificaram a movimentação de 6.113 passageiros, enquanto no mesmo período de 2019 foi de 20.979 pessoas.
Para se ter uma ideia da diferença entre as demandas registradas pelos empreendimentos envolvidos no bloco Sul do leilão, de janeiro a outubro deste ano o aeroporto de Curitiba teve movimentação de cerca de 1 milhão de passageiros e em torno de 2,6 milhões nesse mesmo período em 2019. Já o aeroporto de Foz do Iguaçu registrou 300 mil e 900 mil passageiros nos respectivos intervalos.