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Indústria

- Publicada em 10 de Dezembro de 2020 às 12:19

Indústria eletroeletrônica cresceu 1% no Brasil em 2020

Home office e ensino à distância incentivaram as vendas de notebooks, afirma Abinee

Home office e ensino à distância incentivaram as vendas de notebooks, afirma Abinee


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O faturamento da indústria eletroeletrônica deve encerrar 2020 em R$ 173,4 bilhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Apesar do crescimento nominal de 13% na comparação com 2019 (R$ 153 bilhões), o aumento real foi de apenas 1%, uma vez que a inflação do setor, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), fechou o ano em 12%.
O faturamento da indústria eletroeletrônica deve encerrar 2020 em R$ 173,4 bilhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Apesar do crescimento nominal de 13% na comparação com 2019 (R$ 153 bilhões), o aumento real foi de apenas 1%, uma vez que a inflação do setor, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), fechou o ano em 12%.
Os resultados refletiram os efeitos da pandemia de Covid-19 no setor. De acordo com o a Abinee, o crescimento de 1% contou com a retomada da atividade iniciada a partir do 3º trimestre. No final do 1º semestre, o faturamento do setor caiu 7% em comparação com o mesmo período do ano anterior (dados descontando a inflação).
O crescimento do faturamento foi gerado especificamente pelo aumento real de 17% no valor de venda de produtos de informática, único dos oito segmentos classificados pela associação que registrou aumento real de comercialização em 2020. No total, segundo a associação, o ano deve fechar com uma venda de R$ 34,846 bilhões em equipamentos de informática. Já o segmento com maior queda foi o de componentes elétricos e eletrônicos, que deve encerrar o ano com redução de 7% em valores reais (descontada a inflação).
Segundo a Abinee, o incremento da área de informática contou com o aquecimento do mercado de notebooks, incentivado pela prática do home office e do ensino à distância, impulsionados a partir de março devido às medidas de isolamento decorrentes da pandemia. As vendas de notebooks devem fechar 2020 com alta de 18%. Além disso, houve incremento na comercialização de modelos mais caros. De acordo com a associação, os computadores pessoais (notebooks e desktops) com valores acima de R$ 3 mil somaram 48% do mercado em 2020, contra 31% em 2019. "Com o isolamento social e a necessidade de fazer trabalho home office ou ensino à distância, as pessoas procuraram investir em equipamentos com mais recursos", explica Cristina Keller, analista de economia da Abinee.
A produção industrial de bens eletroeletrônicos apresentou queda de 2% em 2020 em relação ao ano passado. A retração acumulada do ano será menos expressiva do que a registrada no final do 1º semestre, que apontava recuo de 6% no acumulado dos últimos 12 meses, o que demonstra a recuperação da atividade econômica a partir de julho. Já a utilização da capacidade instalada caiu de 78% para 75% este ano.
Mesmo com a redução de produção e as dificuldades geradas pandemia, a indústria eletroeletrônica conseguiu encerrar 2020 com um incremento de 4% em seu nível de emprego, que passou de 234 mil postos de trabalho em dezembro de 2019 para 243 mil vagas formais no final deste ano.
O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, observa que até maio todos os indicadores apontavam para um cenário drástico em 2020, em razão da pandemia, mas o dinamismo e a resiliência do setor reverteram a curva descendente dos indicadores. "As empresas conseguiram fazer uma leitura rápida do atual cenário, adequando processos e linhas de produção para a nova realidade", afirma.
Em relação ao mercado externo, as exportações pouco contribuíram para o faturamento da indústria eletroeletrônica, com queda de 21% em 2020, passando de US$ 5,6 bilhões para US$ 4,4 bilhões. Já as importações caíram 10%, de US$ 32 bilhões, em 2019, para US$ 28,9 bilhões este ano. Com isso, o déficit da balança comercial deve atingir US$ 24,5 bilhões, total 8% inferior ao apresentado em 2019 (US$ 26,5 bilhões).

Empresas estão otimistas em relação a 2021

Para o próximo ano, os empresários do setor eletroeletrônico têm expectativas favoráveis. A mais recente Sondagem realizada com os associados da Abinee indicou que 75% das empresas projetam crescimento nas vendas/encomendas no próximo ano; 22%, estabilidade e apenas 3%, queda.
Também o último Índice de Confiança do Setor Eletroeletrônico (ICEI) divulgado pela Abinee, em novembro, atingiu 62,9 pontos. Acima de 50 pontos, o ICEI indica confiança do empresário. “Estamos encerrando 2020 com um Índice de Confiança positivo e superior ao do ano passado”, observa Barbato. Em novembro de 2019, o ICEI havia alcançado 61 pontos.
Considerando a projeção de crescimento do PIB de 3,5% e inflação em torno de 3,3% ao ano em 2021, o setor eletroeletrônico espera um crescimento nominal de 12% e real (descontada a inflação) de 7% no faturamento, que deve alcançar R$ 194 bilhões.
Para o próximo ano, a Abinee também projeta elevação de 6% na produção e aumento de 3% no nível de emprego, que deve passar de 243 mil para 249,5 mil trabalhadores. Em relação ao mercado exterior, a associação espera que, em 2021, as exportações cresçam 7% (US$ 4,7 bilhões) e as importações, 10% (US$ 31,6 bilhões).