Petróleo fecha misto com alta de estoques e impasse nos EUA, apesar de vacina

Os contratos futuros de petróleo fecharam sem direção única nesta quarta-feira (9) após o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos informar inesperada alta nos estoques da commodity no país. A deterioração das negociações por novo pacote fiscal em Washington ajudou a compor o cenário de aversão ao risco, mas as perspectivas pela vacinação contra o coronavírus atenuaram as perdas.

O contrato do WTI para janeiro fechou em baixa de 0,18%, em US$ 45,52 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para fevereiro fechou em leve alta de 0,04%, a US$ 48,86 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Segundo o DoE, os estoques de petróleo nos EUA subiram 15,189 milhões de barris, para 503,231 milhões de barris, na semana passada, e surpreenderam analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que previam queda de 1,2 milhão de barris no período. "Ninguém previa esse aumento enorme chegando e as preocupações com o excesso de oferta podem ressurgir rapidamente se isso se tornar uma tendência", explica o analista Edward Moya, da Oanda.

Investidores monitoraram também as discussões entre governo e Congresso americanos sobre uma nova rodada de estímulos fiscais. Embora as conversas estivessem progredindo nos últimos dias, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, criticou a postura dos democratas hoje, enquanto a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, o acusou de atrapalhar o processo.

Diante do impasse, o dólar recuperou parte do terreno perdido recentemente e, como consequência, contribuiu para deixar o petróleo sob pressão - a divisa americana apreciada tende a prejudicar o ativo energético, por deixá-lo mais caro e, assim, menos atraente.

Apesar disso, as cotações da commodity permaneceram em território positivo por uma considerável parte da sessão. Isso porque há otimismo em relação à distribuição de uma vacina contra o coronavírus, que pode acelerar a retomada da demanda. Um dia depois do Reino Unido iniciar a vacinação com a fórmula da Pfizer e os EUA confirmarem a eficácia do mesmo imunizante, o Canadá autorizou hoje o uso emergencial da vacina da farmacêutica americana.