As recentes medidas para frear a pandemia e que incluem a redução de horário de funcionamento no período da noite para o comércio e serviços em todo o Rio Grande do Sul
vão até a semana que vem, pelo decreto estadual. Mas lojistas de Porto Alegre já contam com mais restrições futuras, mas descartam lockdown.
A expectativa foi medida em pesquisa do Sindilojas na Capital. Segundo a apuração, sete a cada dez comerciantes (71%) suspeitam que "podem ocorrer novas restrições nas atividades do setor", informou o sindicato. Na Capital, a prefeitura seguiu o limite do decreto do governador Eduardo Leite,
mas permitiu a abertura mais cedo, a partir das 6h.
Dos que acreditam em ações como as recentes, 97,2% não esperam o fechamento geral, que até hoje na pandemia nunca foi adotado pelo governo gaúcho como regra geral e nem pela gestão na Capital.
Caso venham a ser estendidas em função da manutenção do crescimento de casos de Covid-19 - nessa terça-feira (8), o
Estado ficou entre os cinco com mais casos e mortes em um dia -, as restrições serão a queda no faturamento (99% dos ouvidos), demissões (33%), atraso nas contas da empresa (29%), desistência de contratar temporários (19%), atraso no pagamento da folha dos funcionários (15%) e atraso/negociação do aluguel (15%).
A preocupação com o que poderá vir é compreensível. O setor está a uma semana do Natal, a data que normalmente geraria mais vendas no ano. O Sindilojas projeta que a data
vai movimentar R$ 368 milhões.
Quase 70% dos lojistas informaram que ainda não conseguiram se refazer dos prejuízos desde que eclodiu a pandemia. Mesmo entre os recuperaram as perdas (31%), a receita foi quase 60% do que seria obtido. Outro detalhe importante: metade dos pesquisados não tem capital de giro para suportar mais restrições e quem tem suporta por dois meses a volta das medidas.
Sobre os cuidados na pandemia, como seguir protocolos que foram alvo de campanha do setor, 78% dos lojistas observam que os clientes seguem os cuidados, mas 22% admitem dificuldades com consumidores resistentes a cumprir as regras.