Como era de se esperar, a pandemia do coronavírus afetou fortemente a economia do Rio Grande do Sul, até mais do que a brasileira. De acordo com projeções da Fiergs, o Estado deve fechar este ano com uma redução de 6,8% do PIB, contra -4% do resultado do País. Um dos motivos que contribuiu para um desempenho inferior à média nacional foi também a estiagem que assolou o território gaúcho.
Os percentuais foram apresentados na manhã desta terça-feira (8), durante o “Balanço e Perspectivas da Economia 2020/2021”, evento que neste ano foi realizado através de videoconferência devido à Covid-19. Para 2021, a federação das indústrias está mais otimista e projeta um crescimento de 4% do PIB do Rio Grande do Sul e 3,2% do Brasil. No entanto, essas previsões levam em conta o cenário de uma economia que não sofra novamente o seu “fechamento”, devido a uma eventual piora da pandemia. No caso dos gaúchos, se a produção agrícola ficar estagnada no próximo ano, o crescimento do Rio Grande do Sul pode cair para 2%.
Petry ressalta que a questão da vacinação é ponto fundamental, mas alerta que logística é complexa. Foto Reprodução/JC
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, ressalta que a questão da vacinação é um ponto fundamental, no entanto alerta que a logística para tomar essa iniciativa em escala global é algo muito complexo. O dirigente chama a atenção para os reflexos na inflação com o coronavírus. “A primeira herança que tivemos no Brasil nessa questão da pandemia foi um pico inflacionário”, acrescenta Petry. Ele comenta que de uma inflação esperada na casa de 2% a 2,5%, saltou-se para um patamar de 4,5%.
Sobre os reflexos mundiais, o economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, salienta que 90% das economias do planeta entraram em recessão, com a perspectiva de uma contração do PIB mundial de 4,4%, assim como uma queda de 9,2% do comércio internacional e 245 milhões de postos de trabalho perdidos no mundo.