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Turismo

- Publicada em 08 de Novembro de 2020 às 13:27

Destinos internacionais já investem na atração de público

Visitação de brasileiros à Suíça em 2019 foi recorde, afirma o cônsul Fabien Clerc

Visitação de brasileiros à Suíça em 2019 foi recorde, afirma o cônsul Fabien Clerc


MARCELO BELEDELI/ESPECIAL/JC
Com as fronteiras de diversos países fechadas devido à pandemia de Covid-19, promover viagens internacionais pode parecer loucura. No entanto, para muitos destinos e mesmo governos de países, usar esse período para convencer o público que está ansioso para viajar novamente a conhecer as suas atrações é uma estratégia de mercado.
Com as fronteiras de diversos países fechadas devido à pandemia de Covid-19, promover viagens internacionais pode parecer loucura. No entanto, para muitos destinos e mesmo governos de países, usar esse período para convencer o público que está ansioso para viajar novamente a conhecer as suas atrações é uma estratégia de mercado.
Na Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris), que se encerra neste domingo (8) no centro de eventos Serra Park, vários países, como Suíça, Tailândia, Costa do Marfim, Mônaco, Seychelles e a cidade de San Francisco (EUA) procuraram aproveitar a feira para fazer contatos e fechar negócios de promoção de seus destinos. Os participantes estrangeiros encontraram um público ansioso por oportunidades de viagens no futuro.
“Muitos brasileiros querem saber quando as fronteiras vão abrir. Saímos daqui com esperança positiva para futuro das viagens”, afirma o cônsul da Suíça em São Paulo, Fabien Clerc. O trânsito de brasileiros na Suíça está impedido pela restrição de entrada ao Espaço Schengen (composto por 26 países, incluindo nações que estão fora da União Europeia).
Antes da pandemia, o fluxo de turistas brasileiros para a Suíça havia batido recorde em 2019, quando foram registradas 250 mil diárias vendidas em hotéis. No entanto, o público total é bem maior, uma vez que esse número não registra brasileiros que se hospedaram com passaportes de outros países nem pessoas que fizeram uso de aplicativos como Airbnb. “Acreditamos que essas diárias registradas representem apenas 60% das pessoas do Brasil que visitaram a Suíça no ano passado”, afirma Clerc.
Para voltar a atrair os brasileiros, a Suíça tem investido em campanhas de promoção de seus destinos, especialmente os voltados para o turismo de luxo. “Esse é um segmento com uma demanda que está constante. Quem gasta com destinos mais luxuosos não está tão preocupado com as diferenças cambiais, por exemplo, que tornam a Suíça um país mais caro. Ele turista aceita pagar a mais por uma boa experiência”, explica o cônsul.
“Destinos internacionais de luxo são os primeiros a terem retomada de negócios após uma crise”, explica Rogério Linguanotti, diretor da empresa Hello Brazil, especializada na prestação de serviços de divulgação para companhias e instituições que desejam ampliar sua atuação no Brasil. Na Festuris, a Hello Brazil promoveu destinos no Marrocos e na Tailândia.
Segundo Linguanotti, hotéis internacionais que oferecem experiências como turismo de aventura, de natureza e de relaxamento deverão estar entre os primeiros a atrair o público de viagens internacionais, que deve buscar destinos com menos aglomerações. A principal dificuldade, para Linguanotti, é o fechamento do espaço Schegen e o risco de uma nova onda de contaminações nos países europeus. “Muitas companhias aéreas passam pela Europa, e várias pessoas não querem arriscar ir para lá neste momento, mesmo que só por conexão. Então destinos que não dependem da Europa e que possam fazer promoções, como Maldivas, Dubai e México estão ganhando espaço e estará bem posicionados no mercado”, afirma.
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Mercado de luxo será um dos primeiros a ser reativado, afirma Linguanotti. Marcelo Beledeli/JC
No entanto, uma coisa é certa para os promotores de destinos internacionais: os países terão que encontrar uma maneira de voltar a permitir viagens. “Vamos ter que conviver com o vírus durante muito tempo, mas não podemos fechar o mundo. Talvez as pessoas tenham que fazer testes antes de viajar, ou tenham que ter no passaporte que tomaram a vacina, quando estiver disponibilizada”, afirma o cônsul da Suíça.

Costa do Marfim quer turistas brasileiros

Basílica de Nossa Senhora da Paz é um dos atrativos do país africano

Basílica de Nossa Senhora da Paz é um dos atrativos do país africano


Wilson Decola/Divulgação/JC
Um país que está aproveitando a pandemia para marcar presença no mercado e ganhar espaço nas escolhas dos brasileiros é a Costa do Marfim. Localizado na África Ocidental, o pequeno país de 25 milhões de habitantes e que tem o francês como língua oficial está apostando no turismo como forma de ajudar a economia local, que desde 2016 vinha mantendo um crescimento em torno de 7% ao ano.
Segundo Jean Jacques Kouassi, diretor do escritório de turismo da embaixada da Costa do Marfim, o país vem promovendo seus destinos para os brasileiros há nove anos, especialmente participando de feiras e eventos como a Festuris. No entanto, apesar de ter algum fluxo de visitantes provenientes do Brasil, especialmente relacionado a viagens de negócios (de representantes de empresas brasileiras ligadas aos setores de caminhões e de cacau e chocolate), a atração de turistas de passeio é rara.
Uma dificuldade é a falta de ligações aéreas diretas - voos entre o Brasil e a Costa do Marfim precisam fazer ao menos uma conexão, especialmente em Portugal, África do Sul ou Marrocos. “Estamos tentando solucionar isso negociando com operadoras para vender pacotes casados, em que o turista pode passar alguns dias no Marrocos e o restante na Costa do Marfim”, explica Kouassi.
Segundo o diretor, vender os destinos do país durante a pandemia é complicado, mas vale a pena estrategicamente. “Uma hora a emergência sanitária vai acabar, e fazendo promoção agora estaremos melhor posicionados para continuar o projeto de atração de turistas”, afirma.
Entre os principais atrativos oferecidos pela Costa do Marfim estão Abidjan, sua maior cidade e centro financeiro; as belas praias de seu litoral, que conta com diversos resorts; o turismo religioso, especialmente a maior basílica do mundo, a catedral de Nossa Senhora da Paz, em Yamoussoukro; além de turismo cultural, rural e de natureza.