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Educação

- Publicada em 20 de Outubro de 2020 às 15:56

Fapergs realiza semana Prêmio Pesquisador Gaúcho 2020

Odir Dellagostin destaca na entrevista que tanto a ciência quanto a arte são essenciais à vida

Odir Dellagostin destaca na entrevista que tanto a ciência quanto a arte são essenciais à vida


LUIZA PRADO/JC
Acontece, até sexta-feira, a programação do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2020, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). As palestras, todas virtuais, abordam assuntos variados, como inteligência artificial, ciências da saúde e matemática e estatística. O homenageado deste ano é o reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, por estar à frente na coordenação das pesquisas em combate à Covid-19.
Acontece, até sexta-feira, a programação do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2020, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). As palestras, todas virtuais, abordam assuntos variados, como inteligência artificial, ciências da saúde e matemática e estatística. O homenageado deste ano é o reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, por estar à frente na coordenação das pesquisas em combate à Covid-19.
Com tema “Arte e Ciência, essenciais para evolução humana”, o evento contará com o reconhecimento a alunos da rede pública ganhadores das medalhas de Ouro nas Olímpiadas Brasileiras de Matemática no ano passado, na sexta-feira com o 2.º Prêmio Jovem Talento Científico. O presidente da Fapergs, Odir Dellagostin, destaca na entrevista que tanto a ciência quanto a arte são essenciais à vida. Mais informações pelo site fapergs.rs.gov.br.
Jornal do Comércio – Como está sendo a realização on-line, neste ano, do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2020?
Odir Dellagostin - O Prêmio Pesquisador Gaúcho é um evento anual realizado pela Fapergs e, este ano, está diferente, no formato virtual, estamos comemorando o décimo ano consecutivo Como forma de marcar e comemorar a décima edição, resolvemos associar o evento da Fapergs às comemorações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa). Decidimos acrescentar a ciência à arte, por isso fizemos essa referência que tanto a ciência como a arte são essenciais a vida, a sociedade e a humanidade
JC - A pesquisa está em evidência nesse ano de 2020, em função da sua importância frente ao combate à Covid-19. O senhor espera que esse evento contribua para a valorização da pesquisa e da ciência em detrimento das linhas de pensamento que banalizam a sua importância?
Dellagostin - Não há dúvidas que a ciência é extremamente importante para resolver problemas críticos como os que estamos enfrentando com os impactos da pandemia. A sociedade tem visto a importância da área de pesquisa e da área acadêmica. Um número maior de pessoas passou a perceber que ciência é importante e que o trabalho dos cientistas impacta a vida delas. Estudos científicos recentes demonstram que os brasileiros dão pouca importância para a pesquisa e a confiança da população em geral nos cientistas é muito baixa, menor do que em outros países. O evento que estamos promovendo contribui para mudar essa realidade, não vamos mudar de uma hora para outra a mentalidade, mas com certeza o evento da Fapergs é um passo na direção certa, tentando diminuir o distanciamento entre cientista e população.
JC - A homenagem ao reitor da UFpel, Pedro Hallal, tem a ver com a valorização do trabalho de pesquisa feito pelas universidades federais para o entendimento e combate ao vírus da Covid-19?
Dellagostin - Não poderíamos deixar de reconhecer um trabalho de tamanho impacto, como o estudo epidemiológico conduzido pela Universidade Federal de Pelotas. Um estudo que tem contribuído no dia-a-dia nas definições políticas, nas decisões do governo que tem fornecido informações importantes, mostrando ao mundo situações que ninguém conhecia como a progressão da doença no Estado e no País. O estudo ganhou destaque na semana do Prêmio Pesquisador Gaúcho, com uma placa de menção honrosa ao reitor Pedro Hallal pela coordenação à frente da universidade; mas reconhecemos que existe uma grande equipe trabalhando nesse projeto, está sendo um trabalho coletivo, um trabalho que envolveu muitas outras instituições e que não está finalizado.
JC - O evento promove o 2.º Prêmio Jovem Talento Científico. Em sua opinião, que função o evento exerce ao premiar esses alunos que estão há um tempo longe da escola, em razão da pandemia, e que enfrentarão dificuldades agora no retorno?
Dellagostin - Eu tive a oportunidade de conversar com esses alunos que conquistaram medalhas, eles gravaram um vídeo que será exibido na sexta-feira. É emocionante, é tocante ouvir esses jovens, alguns de escolas do interior do Estado, de cidades pequenas e que foram longe e demonstraram que é possível: com força, dedicação e interesse ultrapassar barreiras que outros veem como intransponíveis. Esses alunos conquistaram prêmio de nível nacional; então, é uma alegria poder reconhecer esses talentos, de coloca-los em evidência, para a comunidade em geral é bom o exemplo para os outros alunos, e ao mesmo tempo, colocando esses jovens junto dos cientistas reconhecidos nacional e internacionalmente é um fato que pode incentivar esses jovens a seguir essas carreiras.
JC - Os recursos públicos destinados à pesquisa vinham sofrendo cortes em função da crise econômica. Com a pandemia, como ficou esse cenário?
Dellagostin - Tenho acompanhado todo a movimentação em nível nacional e estadual, recentemente assumi a presidência do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), confesso que vejo com preocupação o nosso futuro, ao mesmo tempo que a sociedade passou a perceber a importância da pesquisa em ciência e tecnologia, os governos estão sofrendo uma crise econômica que vai ter reflexos por vários anos. Durante crises econômicas, o investimento em ciência e tecnologia, muitas vezes, é colocado em segundo plano. Nós esperamos que os nossos governantes percebam a importância da ciência e não façam reduções tão drásticas em investimentos que já são escassos. No Rio Grande do Sul, tivemos a sinalização do governo que não vamos sofrer cortes, pelo contrário, temos a expectativa de uma pequena ampliação nos investimentos no próximo ano.
JC - Como o senhor vê a parcerias entre entidades públicas e privadas para aumentar o recurso destinado a área de pesquisa em ciência e tecnologia?
Dellagostin - Fundamental, nós também temos a contribuição do setor privado para pesquisas e avanços tecnológicos. Precisamos incentivar a pesquisa nas empresas. No entanto, não esperamos que o setor privado financie totalmente a ciência. Sempre terá que ter investimento público, como acontece nos demais países, mas sem dúvidas, podemos ampliar as pesquisas em empresas e incentivar a interação entre o setor privado e o setor acadêmico. Inclusive, a Fapergs em parceria com a Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) lançamos o programa Techfuturo que vai conceder os recursos para realização de pesquisas em empresas, porém, obrigatoriamente esses projetos terão que envolver pesquisadores de instituições científicas e tecnológicas.

Reitor da UFPEL será homenageado no evento

Na semana promovida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs), o reitor na Universidade Federal de Pelotas será homenageado pela coordenação e liderança nos estudos da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Pedro Hallal diz que "tenho muito orgulho desse prêmio, que não é individual, ele é um prêmio de toda a equipe de pesquisa do epicovid-19. Essa equipe de pesquisadores é composta por pesquisadores da UFpel e de outras 12 universidades gaúchas. Então, ao receber esse prêmio, recebo em nome dessa equipe de 13 universidades lideradas pela UFpel. O epicovid-19 é uma pesquisa que deixa um legado para a ciência gaúcha e para o Rio Grande do Sul como um todo, nunca uma pesquisa esteve tão próxima da nossa população e por isso é um grande orgulho a gente ter sido homenageado”.