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Economia

- Publicada em 06 de Outubro de 2020 às 18:04

Setor de casas noturnas e festas quer retorno responsável para coibir eventos clandestinos

Setor de entretenimento gaúcho movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2019

Setor de entretenimento gaúcho movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2019


COOLTURE/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Dependendo totalmente de aglomerações para se manter, o segmento de casas noturnas e produtoras de festas busca junto ao poder público alternativas para preparar a retomada gradual das atividades e, ao mesmo tempo, coibir a realização de eventos clandestinos que se proliferam em Porto Alegre e demais regiões do Estado.
Dependendo totalmente de aglomerações para se manter, o segmento de casas noturnas e produtoras de festas busca junto ao poder público alternativas para preparar a retomada gradual das atividades e, ao mesmo tempo, coibir a realização de eventos clandestinos que se proliferam em Porto Alegre e demais regiões do Estado.
Após se unirem em torno da elaboração de planos de abertura, já apresentados à prefeitura da Capital e ao governo do Estado, empresários do setor aguardam decreto liberando atividades no Rio Grande do Sul. Eles lançaram, nesta terça-feira (6), um manifesto público pedindo o retorno das atividades, enquanto buscam encontrar soluções que atendam tanto aos seus anseios quanto às necessidades do público, ávido por diversão.
"O nosso ramo precisa e é feito de aglomerações e fomos literalmente empurrados pelo público a nos movimentarmos, principalmente diante do crescimento desordenado dos eventos clandestinos, que tomaram conta do Estado desde o feriado de 7 de setembro. Essas festas crescem exponencialmente e focam no público jovem, que nós atendemos", relata o empresário Marcos Paulo Magalhães, do Grupo TE2, que lidera espaços como as casas Provocateur, 300 Cosmo Dining Room e os eventos da Casa NTX, todos na Capital.
Por meio das redes sociais, a mobilização - que reúne mais de 35 empresários e representantes de 25 casas noturnas e produtoras de eventos do Rio Grande do Sul -, ganhou espaço e se consolidou sob o lema #precisamosvoltar, no qual os empresários colocaram a concorrência em segundo plano e se uniram "para lutar pela retomada da diversão e alegria de maneira segura e responsável". No manifesto que vem sendo divulgado, os representantes do segmento - Grupo TE2, Grupo Austral, Opinião, Combo Agência, Coolture, Complex, Club 688, NY72, Bar1Bar2 e URB Stage- destacam que o setor do entretenimento movimentou no ano passado, em todo o Estado, mais de R$ 1 bilhão e que essa importância econômica, traduzida ainda na geração de milhares de empregos diretos e indiretos, justifica a iniciativa.
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Casas noturnas como a Club 688, em Porto Alegre, estão desde março sem poder operar. Crédito: Club688/Divulgação/JC
Os empresários ressaltam no documento que compreendem o cenário imposto pela pandemia, mas apontam que, diante da redução dos indicadores da pandemia no Estado, há caminhos para preparar o retorno, mediante a adoção de protocolos rígidos e de amplo diálogo com o público. Segundo eles, o setor está unido para trabalhar pelo "retorno com uma liberdade consciente e protocolos não só para nos proteger do vírus, mas sim de todos os perigos que qualquer aglomeração pode ter".
"Estamos diante de um perigo iminente com a realização de festas clandestinas, sem protocolos sanitários nem de segurança, e queremos evitar um desastre. Precisamos educar nosso público e dar uma perspectiva aos frequentadores das casas e festas, ou seguiremos vendo o público jovem organizando e participando dessas festas. Propomos uma volta com liberdade consciente", aponta Magalhães.

Testagem antecipada e controle de temperatura estão entre medidas de prevenção

O grupo propõe planos de retomada gradual do setor divididos em fases, de acordo com a situação epidemiológica e indicadores do Estado e dos municípios, e entre as soluções sugeridas para controle e prevenção de contágio da Covid-19, destaca a testagem antecipada dos frequentadores pré-evento, o veto a clientes que testarem positivo e a colaboradores dos grupos de risco, controle de temperatura e uso obrigatório de máscara e álcool gel. O distanciamento, segundo Magalhães, seria traduzido em uma "liberdade segura", garantida pelos exames feitos antecipadamente.
Para esse processo, os promotores dos eventos sugerem parceria com laboratórios e garantia de realização dos testes em datas e locais divulgados aos clientes cadastrados, que só poderão participar do evento mediante compra antecipada e online do ingresso. Após a testagem, cada frequentador receberá o laudo e, se positivo, a pulseira para garantir acesso ao evento. "Queremos protocolos factíveis, passíveis e possíveis de serem executados e acreditamos que esse possa ser o caminho. Não adianta colocar 500 pessoas em um lugar com capacidade para 10 mil, pois haverá aglomeração igual. Festa é contato social, não adianta, precisamos educar as pessoas e responsabilizá-las pra isso", reforça o empresário.
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Eventos como os realizados na casa noturna Coolture geram empregos e movimentam o público jovem da Capital. Crédito: Coolture/Divulgação/JC
Após reunião com os secretários de Saúde e de Desenvolvimento de Porto Alegre, na semana passada, o grupo manteve nesta terça-feira (6) o primeiro contato com a equipe do governo do Estado, para apresentar sugestões de reabertura gradual das casas de entretenimento da Capital e de regiões como o Litoral Norte a a Serra. A agenda preliminar foi com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rodrigo Lorenzoni, que ficou de levar as demandas do setor aos comitês de crise e de dados do Palácio Piratini. "Foi uma reunião produtiva, mas nosso primeiro contato. Sabemos que com o Estado o plano exige reformulação de acordo com a realidade de cada prefeitura e região", comenta o empresário, que planeja ainda a estruturação de um evento-teste para o mês de novembro.

Plano em estruturação prevê reabertura gradual de casas noturnas, eventos e festas

Para o segmento, manter as atividades paralisadas significa não apenas intensificar o desemprego de milhares de famílias, mas deixar de gerar impostos e de arrecadar recursos. Segundo levantamento dos empresários, o setor de entretenimento é responsável por gerar mais de 50 mil empregos diretos e indiretos e faturar cerca de R$ 20 bilhões, em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho.
Por conta dessa realidade, o grupo desenvolveu um projeto de abertura gradual das atividades, com auxílio de médicos infectologistas, e compreende que a reabertura é possível, diante da melhora do cenário da pandemia no Estado, e desde que respeitadas as medidas de segurança propostas.
Fase de abertura gradual*
  • Fase 1 (valeria para outubro): eventos com ocupação de até 400 pessoas + staff ou 50% da capacidade do local
  • Fase 2 (valeria entre final de outubro e início de novembro): eventos com ocupação de até 800 pessoas + staff ou 50% da capacidade do local
  • Fase 3 (valeria durante meados do mês de novembro): eventos com ocupação de até 1,2 mil pessoas + staff ou 50% da capacidade do local
  • Fase 4 (valeria do final de novembro ao início de dezembro): eventos com ocupação de até 1,5 mil pessoas + staff ou 50% da capacidade do local
  • Fase 5 (condicionada ao início da vacinação em grupos de risco ou eventos similares com aglomeração a partir de 1,5 mil pessoas): eventos com ocupação superior 1,5 mil pessoas + staff
* sujeitas à mudança e nova fase do distanciamento controlado e baseadas na métrica de leitos e dados da classificação em bandeira laranja
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