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Economia

- Publicada em 30 de Setembro de 2020 às 17:58

Juros fecham em baixa e encerram mês com taxas pressionadas pelo risco fiscal

Os juros futuros encerram o segundo mês consecutivo com abertura das taxas na curva

Os juros futuros encerram o segundo mês consecutivo com abertura das taxas na curva


GERD ALTMANN/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Agência Estado
Os juros futuros deram uma trégua no último dia do mês, também marcado pelo término do trimestre, com o fechamento da curva após dois dias de alta com o estresse gerado pela estratégia do governo para custear o Renda Cidadã, programa que deve substituir o Bolsa Família. O movimento não é um sinal de que o mercado está fazendo as pazes com Brasília, mas resulta de um ajuste técnico diante da percepção de que as taxas estavam muito elevadas, além do bom humor externo e tentativas da equipe econômica de reforçar o compromisso fiscal. Apesar disso, os juros futuros encerram o segundo mês consecutivo com abertura das taxas na curva, o que não se via desde maio de 2018, na época da greve dos caminhoneiros no Brasil.
Os juros futuros deram uma trégua no último dia do mês, também marcado pelo término do trimestre, com o fechamento da curva após dois dias de alta com o estresse gerado pela estratégia do governo para custear o Renda Cidadã, programa que deve substituir o Bolsa Família. O movimento não é um sinal de que o mercado está fazendo as pazes com Brasília, mas resulta de um ajuste técnico diante da percepção de que as taxas estavam muito elevadas, além do bom humor externo e tentativas da equipe econômica de reforçar o compromisso fiscal. Apesar disso, os juros futuros encerram o segundo mês consecutivo com abertura das taxas na curva, o que não se via desde maio de 2018, na época da greve dos caminhoneiros no Brasil.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou o último dia do mês em 3,05%, de 3,174% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 terminou em 4,51%, de 4,665% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 6,50% (6,625% ontem) e o para janeiro de 2027, em 7,48%, de 7,604%. Para se ter ideia, este último havia encerrado julho com taxa de 7,19% e no último dia de agosto marcou 7,41%.
"Com o fechamento do mês e da Ptax, importante para empresas que têm receitas e despesas em dólar, as curvas reagiram bem à calmaria de Brasília e ao aumento do prêmio de risco nos últimos dois dias", diz o analista de Renda Fixa da Eleven Financial, Felipe Beckel. "Trata-se de um ajuste técnico porque o movimento dos últimos dias foi muito intenso e o mercado entendeu que talvez não tenha força para continuar porque a maior pressão já ocorreu".
Somado aos fatores locais, o clima externo positivo ajudou no recuo das taxas e o mercado tentou adotar uma postura mais "racional" após o estresse gerado pelo financiamento do Renda Cidadã, em meio ainda a declarações otimistas do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a geração de vagas no Caged acima do esperado, de acordo com o gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, Jefferson Lima. "Tivemos Guedes à tarde defendendo o teto de gastos e as reformas, o que deu um pouco mais de força à queda das taxas", afirmou.
Sobre o Renda Cidadã, Guedes disse hoje que o financiamento não será feito com o dinheiro reservado no Orçamento para o pagamento de precatórios, e que essa não é uma fonte de recursos "saudável, limpa, permanente e previsível". "Ligaram uma coisa a outra, estávamos estudando a redução das despesas com precatórios e disseram esse estudo aqui é para fazer o financiamento de um programa populista. Não é. Não há essa ligação direta", afirmou.
O ministro da Economia também destacou que é necessário um programa social bem financiado, ou seja, por meio de uma receita permanente. "Não pode ser financiado com puxadinho, ajuste. Não é assim que se financia o Renda Cidadã, é com receita permanente", reforçou Guedes.
Para o economista do BTG Pactual digital, Álvaro Frasson, a declaração do ministro da Economia coloca o Renda Cidadã como um 'anúncio ioiô', vai e volta, mas "ajudou bastante" os juros futuros, cujas taxas recuaram hoje. "Primeiro, o discurso em si mostra que o financiamento do programa não será bem assim. E, segundo, o fato de o Paulo Guedes falar", justifica. "O mercado estava carente de uma fala mais incisiva e pública do ministro dentro da linha de responsabilidade fiscal".
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