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Economia

- Publicada em 23 de Setembro de 2020 às 17:43

Com perdas de R$ 4,79 bi, trade turístico busca alternativas para se capacitar e promover roteiros regionais

Cidades como Gramado (foto) e Canela têm 85% do PIB  e dos empregos apoiados no turismo

Cidades como Gramado (foto) e Canela têm 85% do PIB e dos empregos apoiados no turismo


CLEITON THIELE/SERRAPRESS/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Fernanda Crancio
Um dos setores que amarga perdas significativas em função da pandemia da Covid-19, o turismo gaúcho busca alternativas para recuperar o fôlego e, aos poucos, conseguir retomar não apenas as atividades, mas principalmente a confiança dos visitantes. Para isso, tem buscado alternativas para mostrar que é possível viajar e receber com segurança, e apoios institucionais para avançar na capacitação das operadoras às novas exigências e na promoção de roteiros regionais, que podem impulsionar o setor e ajudar a mitigar a falência registrada em mais de 30% dos estabelecimentos.
Um dos setores que amarga perdas significativas em função da pandemia da Covid-19, o turismo gaúcho busca alternativas para recuperar o fôlego e, aos poucos, conseguir retomar não apenas as atividades, mas principalmente a confiança dos visitantes. Para isso, tem buscado alternativas para mostrar que é possível viajar e receber com segurança, e apoios institucionais para avançar na capacitação das operadoras às novas exigências e na promoção de roteiros regionais, que podem impulsionar o setor e ajudar a mitigar a falência registrada em mais de 30% dos estabelecimentos.
De acordo com o Comitê de Retomada do Turismo do Rio Grande do Sul, o setor perdeu R$ 4,79 bilhões entre os meses de março a junho e foi o que mais demitiu entre 21 setores da economia gaúcha. Esse impacto é ainda potencializado naquelas regiões que têm a atividade turística como principal matriz econômica, casos do Litoral e da Serra. As cidades de Gramado e Canela, por exemplo, concentram 85% do Produto Interno Bruto (PIB) e a maioria maciça dos empregos nas atividades do setor, segundo dados da prefeitura de Gramado.
Para o coordenador do Comitê, Thomas Fontana, o cenário do segmento é dramático e exige apoio financeiro de órgãos e instituições. Com a suspensão de atividades por conta da necessidade de isolamento social, entre 30% e 40% dos estabelecimentos do segmento registraram falência, segundo ele. "Nosso Comitê vem trabalhando há quatro meses pela retomada segura e organizada do turismo Estado, pois foi um dos setores mais afetados pela pandemia. O turismo impacta e é impactado por todos os demais setores e atua como um cluster - conjunto de atrativos que fazem o diferencial turístico. Ou seja, o fechamento de empresas agora pode significar fechamento das demais depois, pois um destino se faz justamente pelo interesse do turista nesse cluster", destaca.
Para tentar reerguer o setor, o grupo tem buscado apoio da Assembleia Legislativa para desencadear uma campanha de incentivo aos roteiros regionais, que está sendo elaborada em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado (Sedetur). Segundo o presidente do Parlamento gaúcho, deputado Ernani Polo, a intenção é colaborar para valorizar os destinos turísticos do Estado. “Queremos destacar os roteiros regionais para que as pessoas conheçam e valorizem o Rio Grande”, disse.
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Reunião do Comitê com deputados e representantes do governo tratou da retomada do setor no RS. Foto: Reprodução/JC
Em reunião virtual na terça-feira (22), capitaneada por Polo, o comitê solicitou também apoio da bancada federal gaúcha para obter R$ 10 milhões em emendas parlamentares para a execução de projetos nesse sentido e voltados ao planejamento, à promoção e capacitação do setor, que pode influenciar diretamente na geração de emprego e renda. Segundo o coordenador da bancada em Brasília, deputado federal Giovani Cherini, o turismo deve ser um dos setores mais importantes para a retomada econômica pós- pandemia e é visto como prioridade entre as ações da bancada.
Apostando na retomada e de olho na volta dos turistas, entidades do trade gaúcho se uniram para lançar o Guia do Viajante Responsável.
Em julho o Comitê encaminhou ao governo do Estado um projeto voltado ao aperfeiçoamento do modelo de distanciamento controlado para viabilizar as atividades turísticas nesse retorno gradual. Atualizada no final de agosto, a proposta prevê a adoção de cuidados sanitários para as viagens pelo Rio Grande do Sul, a proteção à vida, às empresas e aos empregos, evitar o desmonte do setor e, sobretudo, encontrar alterativas para manter e incentivar o convívio enquanto se espera pela vacina da Covid. "Inevitavelmente, as pessoas estão retomando a vida, indo Às ruas e fazendo curtas viagens. Precisamos aprender a conviver com o vírus, elevando a segurança e permitindo a retomada econômica", aponta o documento.
Na análise do setor, o Rio Grande do Sul segue sendo referência nacional em turismo e com "excelentes níveis de desejo, ocupação e avaliação", integrando hotelaria, gastronomia, comércio, eventos e atrativos turísticos. Para o trade turístico, os destinos que sobreviverem à pandemia tendem a crescer, devido ao "desejo de viajar e a impossibilidade de sair do País".
Levantamento apontou impactos da pandemia sobre o setor
Pesquisa realizada pelo Comitê para medir o impacto da pandemia sobre os negócios do setor avaliou as atividades em funcionamento, as dificuldade de acesso a crédito e as expectativas de futuro dos entrevistados. O levantamento, feito entre os dias 13 e 30 de julho, contou com adesão de 768 profissionais e apontou que mais de 4,3 mil colaboradores já haviam sido demitidos até aquele período.
Para o segmento, além das dificuldades de acesso a crédito para fomento das atividades, a imprevisibilidade em função do sistema de classificação das bandeiras de risco epidemiológico adotado pelo Palácio Piratini foi apontada como grande dificuldade para o planejamento de turistas e empresários. Nesse sentido, o setor apesentou sugestões aos protocolos propostos pelo governo para a liberação das atividades.
Entre as sugestões feitas pelo setor para aperfeiçoamento do distanciamento controlado, algumas referente aos tetos de ocupação no transporte rodoviário, em operações de alimentação, em serviços, comércio e em parques e atrativos turísticos foram consideradas pelo Executivo gaúcho. Assim como as referentes aos horários de atendimento presencial ao turista.
O setor também defendeu a necessidade de retomar a realização de eventos no Estado- segmento que teve a liberação de algumas modalidades via decreto publicado na terça - e de contar com auxílio governamental para acesso a operações de crédito, além de uma maior flexibilização dos bancos estatais, maior dotação do Pronampe ao turismo, um fundo garantidor para o turismo e manutenção mínima das atividades turísticas nos destinos.
Em contrapartida, o trade também se comprometeu a manter os mais rígidos protocolos de segurança, a adotar o Selo Turismo Responsável do Ministério do Turismo, a executar campanhas para incentivo ao turismo responsável e a auxiliar os gestores públicos na aplicação de testes para identificar contágio pela Covid-19. O documento consolidado pelo trade foi validado por 91 entidades ligadas ao setor, 409 empresas e 41 municípios e conselhos municipais de turismo.
Sobre o setor
• Para alguns municípios o turismo é a principal matriz econômica;
• Somente na Serra, há mais de 4 mil empresas ligadas ao turismo, com 25 mil empregos diretos e cerca de 73 mil pessoas que dependem da atividade;
• O turismo no RS perdeu R$ 4,79 bilhões de março a junho;
• Dos 21 setores da economia, o turismo é o que mais demitiu;
• Entre os empresários que responderam pesquisa do Comitê,  foram registrados a dispensa de mais de 4 mil colaboradores.
Fonte: Comitê de Retomada do Turismo do Rio Grande do Sul
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