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Economia

- Publicada em 10 de Setembro de 2020 às 03:00

Oi aprova novo plano de recuperação judicial sob protesto de bancos

Operadora deve manter serviços de telefonia fixa e banda larga

Operadora deve manter serviços de telefonia fixa e banda larga


/PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
Sob protesto dos quatro maiores bancos do País, a Oi aprovou um novo plano de resgate da empresa, que declarou recuperação judicial em 2016 para tentar sobreviver a dívidas acumuladas de R$ 64 bilhões. O plano prevê a venda de diversas operações, avaliadas em cerca de R$ 38 bilhões, para ajudar a equacionar suas finanças e garantir novos investimentos. Segundo o banco BTG, as vendas podem render para a companhia cerca de R$ 24 bilhões, já que permanecerá com parte do maior ativo.
Sob protesto dos quatro maiores bancos do País, a Oi aprovou um novo plano de resgate da empresa, que declarou recuperação judicial em 2016 para tentar sobreviver a dívidas acumuladas de R$ 64 bilhões. O plano prevê a venda de diversas operações, avaliadas em cerca de R$ 38 bilhões, para ajudar a equacionar suas finanças e garantir novos investimentos. Segundo o banco BTG, as vendas podem render para a companhia cerca de R$ 24 bilhões, já que permanecerá com parte do maior ativo.
Ao fim do processo, a Oi manterá atuação apenas em telefonia fixa e banda larga. A empresa diz que o modelo "ajuda a acelerar a criação da maior empresa de infraestrutura de telecom do País, a partir da massificação da fibra ótica, viabilizando banda larga, 5G e serviços empresariais". O pedido de recuperação é resultado de uma crise iniciada na fusão com a Portugal Telecom, em 2013, operação apoiada pelos governos petistas dentro da política de "campeões nacionais". No ano seguinte, os sócios portugueses entraram em crise e o negócio desandou.
A Oi aprovou um primeiro plano de recuperação judicial em 2017, em assembleia que durou cerca de 20 horas e teve grande resistência dos bancos públicos Bndes, Caixa e Banco do Brasil. Depois disso, a companhia mergulhou em um conflito societário que ajudou a emperrar a execução do resgate. O plano aprovado nesta terça prevê a criação de cinco empresas para a venda. A operação de telefonia móvel, já em negociação com Claro, Tim e Vivo, tem valor mínimo de R$ 16,7 bilhões. O negócio, porém, pode enfrentar resistências no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As operações de fibra ótica serão separadas em uma empresa chamada InfraCo. A Oi definiu em R$ 20 bilhões o valor mínimo da operação. Nesse caso, a companhia quer permanecer com uma fatia de 49%, passando o controle para um novo sócio.
Em outra frente, a Oi pretende vender suas 637 torres de telefonia móvel por R$ 1 bilhão. Os cinco data centers foram avaliados em R$ 325 milhões e as operações de TV por assinatura, em R$ 20 milhões. A expectativa da companhia é vender todas as empresas até o fim de 2021. No início da assembleia, o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, disse que o objetivo é ter "uma empresa mais leve". "Acreditamos que vamos criar uma empresa que gera valor e confiança para todos os seus stakeholders [públicos-alvo]", afirmou. Diante da possibilidade de antecipação nos pagamentos, credores trabalhistas e fornecedores votaram em massa a favor do plano. Os fundos de investimento que transformaram suas dívidas em ações no primeiro plano de recuperação, também. O Bndes também votou a favor. A Oi ainda não abriu os dados da votação de outros credores, mas Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal se manifestaram contra durante a assembleia, que durou cerca de 12 horas.
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