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Economia

- Publicada em 30 de Agosto de 2020 às 20:33

Distribuidoras elétricas podem perder valor

Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira da Silva

Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira da Silva


/Abradee/Divulgação/JC
Jefferson Klein
O coronavírus ocasionou dois principais reflexos negativos para as distribuidoras de energia no País: uma queda de mercado (redução de consumo devido à diminuição das atividades industriais e comerciais) e o aumento da inadimplência por parte de muitos de seus clientes. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira da Silva, alerta que, se essa questão não for observada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não houver um mecanismo que recomponha o equilíbrio econômico-financeiro das companhias do setor, a situação causará a desvalorização dessas empresas.
O coronavírus ocasionou dois principais reflexos negativos para as distribuidoras de energia no País: uma queda de mercado (redução de consumo devido à diminuição das atividades industriais e comerciais) e o aumento da inadimplência por parte de muitos de seus clientes. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Aurélio Madureira da Silva, alerta que, se essa questão não for observada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não houver um mecanismo que recomponha o equilíbrio econômico-financeiro das companhias do setor, a situação causará a desvalorização dessas empresas.
O dirigente acrescenta que o cenário eleva os riscos de investimentos no segmento, fazendo com que os empreendedores pensem duas vezes antes de tomar uma decisão. O tema, conforme Madureira, influi ainda em processos de privatização, como o da estatal gaúcha CEEE-D, previsto para ocorrer no final deste ano. O representante da Abradee enfatiza que o desejo das concessionárias é que se possa fazer o registro nos seus balanços estabelecendo claramente o efeito da pandemia para que, em algum momento, através de um reajuste, revisão tarifária ou outra ferramenta, seja realizada a adequação. Ele destaca que o ambiente criado pelo coronavírus vem contribuindo para a redução do Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) das distribuidoras.
Conforme Madureira, a diminuição do uso de energia variou em cada concessionária e foi influenciada pelos segmentos atendidos. As companhias que abrangem predominantemente ao setor residencial tiveram reflexos mais amenos do que as que registram um maior número de clientes comerciais e industriais. As quedas de consumo chegaram a oscilar no começo da pandemia de 14% a 20%, porém a demanda vem sendo retomada gradativamente. Já a inadimplência verificada pelas distribuidoras no primeiro semestre deste ano foi na ordem de 7%, contra 3,5% no mesmo período de 2019. Somente em julho de 2020, o índice foi de cerca de 5%, contra 1,9% em julho do ano passado.
Madureira ressalta ainda que o encolhimento do mercado gerou uma sobrecontratação, ou seja, as distribuidoras acabaram ficando "amarradas" em contratos com as geradoras de um volume muito maior de energia do que foi e está sendo demando pelos consumidores. Para discutir os aspectos financeiros que o estado de calamidade pública decorrente da pandemia tem causado nas concessões e permissões de distribuição de energia, a Aneel abriu a consulta pública número 35. "Mas, o que saiu na minuta para essa consulta pública não atende ao item do devido equilíbrio econômico", critica. O prazo para contribuir com esse debate foi estipulado até 5 de outubro.
 
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