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Benefício

- Publicada em 19 de Agosto de 2020 às 03:00

Governo estuda MP para prorrogar auxílio emergencial

Pagamentos do auxílio começaram em abril inicialmente com a promessa de vigência por três meses

Pagamentos do auxílio começaram em abril inicialmente com a promessa de vigência por três meses


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Ainda sem uma definição sobre o novo formato do Bolsa Família, o governo estuda usar uma (Medida Provisória (MP) para prorrogar o auxílio emergencial com valor abaixo dos atuais R$ 600,00. O ministro da Economia, Paulo Guedes, sempre defendeu um valor de R$ 200,00 porque essa é a média aproximada do pagamento do Bolsa Família, mas auxiliares do governo contam com parcelas de R$ 300,00 e a possibilidade dos pagamentos até dezembro.
Ainda sem uma definição sobre o novo formato do Bolsa Família, o governo estuda usar uma (Medida Provisória (MP) para prorrogar o auxílio emergencial com valor abaixo dos atuais R$ 600,00. O ministro da Economia, Paulo Guedes, sempre defendeu um valor de R$ 200,00 porque essa é a média aproximada do pagamento do Bolsa Família, mas auxiliares do governo contam com parcelas de R$ 300,00 e a possibilidade dos pagamentos até dezembro.
O presidente Jair Bolsonaro já defendeu uma redução gradual dos valores, uma medida que técnicos chamam de "desmame" do programa. Eles ressaltam, no entanto, que ainda não há definição sobre o valor. A lei que rege o auxílio emergencial define que o benefício pode ser prorrogado atualmente por ato do Executivo sem a necessidade de validação do Congresso, desde que seja mantido o valor de R$ 600,00 (já que esse é o valor previsto no texto).
Após o encerramento dos três meses originais do programa (abril, maio e junho), o governo já liberou mais duas parcelas do auxílio (julho e agosto). O valor de R$ 600,00 foi mantido. Com o encerramento dos repasses se aproximando e a ausência de um novo programa social, além das pressões políticas para que o auxílio tenha continuidade, a equipe econômica busca uma alternativa.
A tendência, segundo fontes, é viabilizar as parcelas com a criação de uma MP, ou seja, por um mecanismo legal diferente da lei atualmente em vigor. Isso abre caminho para que o auxílio tenha um formato diferente. Embora a MP precise ser aprovada pelo Congresso posteriormente, o texto tem força imediata de lei e pode ser executado ainda durante as discussões.
Apesar de os parlamentares poderem alterar o valor, a equipe econômica ganhou o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para baixar a quantia. "Concordo com o governo que não há espaço para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600", disse ele na semana passada após reunião com Guedes.
As discussões sobre os próximos passos do auxílio emergencial estão ligadas ao ritmo de abertura das atividades econômicas pelo país. Diferentes estados e cidades relaxaram as medidas de isolamento, permitindo a volta ao trabalho. O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, já afirmou que o tamanho do auxílio emergencial é menor hoje do que no começo da pandemia.
"Certamente a necessidade dessa dimensão é muito menor do que em março, no início [da pandemia], quando o Brasil praticamente parou", disse Funchal há cerca de duas semanas. "À medida que a economia está retomando, a necessidade reduz. Então a discussão tem que ser essa", afirmou, ressaltando que a decisão seria política.
Embora o Legislativo tenha liberado o governo para ampliar gastos relacionados à pandemia do novo coronavírus neste ano, a equipe econômica tenta evitar uma explosão de gastos e, por consequência, de endividamento público.
Com o cenário atual, técnicos já esperam que a dívida bruta do governo vai superar 100% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. No encerramento do ano passado, o patamar estava em 75,8% do PIB.

Benefício demandou R$ 254,4 bilhões até agora

Equipe de Guedes ganhou apoio da Câmara para baixar o valor

Equipe de Guedes ganhou apoio da Câmara para baixar o valor


/EDU ANDRADE/ASCOM/ME/JC
O auxílio emergencial é a medida mais cara do pacote anticrise, e já demanda R$ 254,4 bilhões em recursos. Desse total, R$ 167,6 bilhões já foram efetivamente depositados nas contas dos beneficiários. Cada mês custa aproximadamente R$ 50 bilhões, considerando as regras atuais.
O programa foi instituído após o agravamento da crise de saúde, com o objetivo de dar assistência a trabalhadores informais, fortemente impactados pelas políticas de isolamento social e restrições de circulação nas cidades.
Inicialmente, o ministro Paulo Guedes propôs parcelas de R$ 200,00 por beneficiário. O Congresso pressionou por um aumento para R$ 500,00, mas o valor acabou fechado em R$ 600 após aval do presidente Jair Bolsonaro.
Para tentar evitar mais meses de auxílio emergencial, o Ministério da Economia está revisando programas sociais (como o abono salarial) para cortar despesas e redesenhar o Bolsa Família (quer seria rebatizado como Renda Brasil). O programa, no entanto, ainda está sendo desenhado pela equipe econômica.