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Economia

- Publicada em 06 de Agosto de 2020 às 15:46

Porto Alegre: lojas de rua e shopping e Mercado Público poderão abrir de sexta a domingo

Comércio de Porto Alegre está fechado há 30 dias devido à maior demanda por leitos de UTIs

Comércio de Porto Alegre está fechado há 30 dias devido à maior demanda por leitos de UTIs


LUIZA PRADO/JC
A prefeitura de Porto Alegre autorizou a abertura de comércio de rua e shopping center e Mercado Público desta sexta-feira (7) a domingo (9), Dia dos Pais. A confirmação foi feita pelo gabinete do prefeito Nelson Marchezan Júnior na tarde desta quinta-feira (6). Salões de beleza, estéticas e barbearias também estão autorizados a abrir.
A prefeitura de Porto Alegre autorizou a abertura de comércio de rua e shopping center e Mercado Público desta sexta-feira (7) a domingo (9), Dia dos Pais. A confirmação foi feita pelo gabinete do prefeito Nelson Marchezan Júnior na tarde desta quinta-feira (6). Salões de beleza, estéticas e barbearias também estão autorizados a abrir.
As liberação não inclui as praças de alimentação dos centros comerciais, assim como bares e restaurantes de rua. Já o Mercado Público só pode abrir com ocupação máxima de 25% da capacidade. Não será permitido acesso às bancas, e o funcionamento deverá ocorrer com os portões fechados, à exceção dos espaços com acesso pela Praça XV de Novembro e avenida Borges de Medeiros. Os estabelecimentos de alimentação só poderão atender pelos sistemas de pegue e leve e telentrega. 
Segundo o secretário extraordinário de Enfrentamento do Coronavírus de Porto Alegre, Bruno Miragem, apesar do caráter "excepcional e experimental" da medida, o Executivo seguirá conversando com entidades representativas de vários setores da economia, para "construir" um modelo de retomada das atividades a partir da próxima semana, de forma que contenha "previsibilidade para os empresários" e possibilite conter o avanço das contaminações na Capital.
"A ideia é um cronograma de comum acordo, que ocorra a partir da próxima semana, podendo ser escalonado ou não", afirma Miragem. Segundo o secretário, atualmente a prefeitura avalia de dois a três modelos sugeridos por entidades empresariais, e busca adaptar às exigências da equipe de saúde do município. "É fundamental observar as formas de mitigar riscos e poder ter algum controle em relação ao ritmo de contágio, e de ocupação de leitos das UTIs na Capital", observa.
A expectativa sobre a reabertura, após 30 dias de estabelecimentos fechados, ganhou força depois de forte pressão de entidades empresariais diante da autorização de jogos de futebol nos estádios do Grêmio e Inter. A flexibilização recente anunciada pelo governador Eduardo Leite para abertura de comércio e restaurantes em regiões com bandeira vermelha, caso de Porto Alegre, abriu caminho para as medidas de agora. 
"Estamos construindo e conversando, e apresentando propostas - tanto para a área técnica, quanto para os empresários - há três semanas", destaca o prefeito Nelson Marchezan Júnior. "Vamos regrar para que o comércio possa colocar seu estoque de inverno para ser comercializado (no período que antecede a data) do Dia dos Pais." Segundo o prefeito, a ideia é criar um cronograma com regramento que permita que todas as atividades possam voltar à normalidade, com segurança, ainda em agosto.
A decisão foi bem recebida pelas entidades empresariais, com ressalvas. "A abertura do comércio agora, na véspera do Dia dos Pais, embora demorada e tardia, fará com que os lojistas que conseguiram chegar até aqui adquiram um fôlego para suportar as próximas semanas, que ainda serão de muitas incertezas", afirma o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse. Segundo ele, o período, mesmo com a retomada das atividades, segue sendo extremamente desafiador. O dirigente reforçou o apelo para que cada cidadão respeite as regras sanitárias e de distanciamento social, "medidas fundamentais para que o comércio não volte a ser sacrificado".
Para a presidente da Federasul, Simone Leite, a abertura restrita a estes três dias é "melhor que nada". "Buscamos, há várias semanas, a flexibilização das atividades em função da gravidade da crise econômica e da falta de renda dos trabalhadores e é importante repetir e salientar que as empresas cumprem todos os protocolos sanitários e representam locais seguros para se trabalhar."
Já a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA) classifica a reabertura como um "grande avanço". "É o primeiro passo para a retomada de negócios do segmento do varejo, que terá a oportunidade de diminuir seu prejuízo e movimentar a economia local", avalia o presidente da entidade, Irio Piva. Ele pondera que é preciso avançar ainda mais para uma retomada efetiva, com flexibilizações mais "consistentes". "Temos a expectativa de vermos os resultados das tratativas entre as entidades representativas e o prefeito Nelson Marchezan Junior já na próxima semana."
A novidade na Capital, porém, desagradou os setores que não foram contemplados. O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha) cobrou explicações do prefeito para não liberar gastronomia no Dia dos Pais. Para o presidente da entidade, Henry Chmelnitsky, os critérios foram incoerentes.
A prefeitura disse que prepara para a próxima semana um planejamento de retomada gradual dos demais setores, em conjunto com entidades empresariais e comerciais. Desde a última segunda-feira, lideranças de diversos segmentos aguardavam definições de reabertura e chegaram a apresentar propostas, mas a reunião oficial que era aguardada com o prefeito não aconteceu.
O secretário extraordinário de Enfrentamento do Coronavírus de Porto Alegre ressalta que, do ponto de vista da área técnica de saúde, a abertura do comércio durante os três dias representa um "risco controlável e serve como uma experiência do comportamento dos agentes econômicos e das pessoas em geral", para uma decisão mais concreta no futuro. Ele salienta que os protocolos seguem os mesmos: trabalhar com 50% da capacidade, atentar para higienização constante e o distanciamento das pessoas (em dois metros). O uso de máscara por todos também é uma exigência, a partir do decreto estadual.
Com reportagem de Adriana Lampert
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