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Agronegócios

- Publicada em 05 de Agosto de 2020 às 14:30

Screw avança na internacionalização e na expansão dos negócios

Fornecedora de peças para máquinas agrícolas, Screw deve contratar cem pessoas pós-pandemia

Fornecedora de peças para máquinas agrícolas, Screw deve contratar cem pessoas pós-pandemia


Screw/Divulgação/JC
Fornecedora de peças para máquinas e equipamentos agrícolas, como hélices helicoidais, a Screw, de Cachoeira do Sul, também colhe os frutos das grandes safras brasileiras e do agronegócio nos últimos anos. E ainda que registre, com a pandemia, retração nas vendas no primeiro semestre deste ano, a indústria metalúrgica mantém seu otimismo em alta e os investimentos girando. Entre os projetos mais avançados, hoje, está aumentar a internacionalização da empresa.
Fornecedora de peças para máquinas e equipamentos agrícolas, como hélices helicoidais, a Screw, de Cachoeira do Sul, também colhe os frutos das grandes safras brasileiras e do agronegócio nos últimos anos. E ainda que registre, com a pandemia, retração nas vendas no primeiro semestre deste ano, a indústria metalúrgica mantém seu otimismo em alta e os investimentos girando. Entre os projetos mais avançados, hoje, está aumentar a internacionalização da empresa.
A indústria aposta hoje em dois principais planos no mercado internacional: fincar suas bandeiras na Itália e nos Estados Unidos. O começo deste processo de ampliação da presença no Exterior foi com o início das exportações para a Argentina, em 2015, onde colocou uma filial em 2016.
Os projetos de investimento na Europa e Estados Unidos, conta João Streit, diretor-presidente da Screw, avançam a passos largos - contidos apenas pela pandemia global gerada pelo coronavírus. Na Argentina, já fabrica e monta peças para praticamente todas as grandes indústrias de máquinas agrícolas - assim como no Brasil.
“Como estamos exportando para Europa e Estados Unidos, precisamos ter armazéns de depósitos para abastecer os compradores locais”, explica Streit.
Na Europa, a empresa já deu início ao ingresso, no dia 22 de julho, quando venceu a primeira etapa do leilão judicial de um “concorrente” na Itália, na cidade de Ostiglia, onde deverá abrir Screw Itália. O processo, agora, explica Streit, entrou em uma segunda fase.
“Pela lei italiana, os perdedores destes processos de leilão podem se unir, criar uma nova empresa e, se depositarem 10% a mais do que o vencedor havia ofertado, o juiz reabre o leilão”, em cujo processo a Screw permanece no páreo e avançará de uma forma ou outra, assegura o executivo.
Ainda que a fabricante de Cachoeira do Sul ganhe com as exportações em um momento de dólar valorizado, como o atual, a visão do grupo é pensar em longo prazo, diz Streit. Por isso também mira em uma unidade própria em solo norte-americano assim que a pandemia permitir.
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João Streit, presidente da Screw, mira em uma unidade própria em solo norte-americano. Foto: Screw/Divulgação
“A nossa decisão de internacionalização passa muito pela questão cambial. Estando nestes países, você reduz os impactos dessas variações. Exportando, há sempre os riscos da variação cambial. Hoje, a cotação é favorável, mas por um tempo, no passado, não foi. E poderá não ser no futuro”, pondera Streit.
Pensar na internacionalização com unidades próprias, diz o executivo, é uma estratégia mais ampla do que simplesmente ganhar (ou perder) conforme as constantes mudanças cambiais brasileiras. Estando em solo estrangeiro, com negócios locais, o objetivo do grupo é amenizar os impactos de tantos altos e baixos.
“Fixados nesses países, você ameniza o problema cambial, pode passar a produzir localmente e enviar de lá a países onde o dólar não está favorável. Isso é uma estratégia que pensa no futuro, e não apenas no momento”, reforça o diretor-presidente da Screw.
Para chegar a este patamar, de competição inclusive em território norte-americano, onde estão as sedes dos grandes fabricantes de máquinas agrícolas, o executivo ressalta que só foi possível pela especialização total no mercado chamado de screw conveyors. Com ações e investimentos constantes que ganharam um grande salto ainda em 2010, da mesma forma que hoje, pensando no futuro.
A empresa começou a construir em 2010, e inaugurou em 2012, um pavilhão com 18 mil metros quadrados (hoje são 35 mil), em área de 73 hectares próximo das BR-153. Em 2019, passou a ampliar os investimentos para transformar a empresa em uma indústria 4.0, produzindo no sistema just in time.
“Passamos a produzir não para estoque, mas o que o cliente precisa, com um potencial de montagem mais competitivo. Para o parque fabril da John Deere, em Horizontina, por exemplo, conseguimos produzir e embarcar 48 horas antes do dia que eles vão precisar para suas linhas de montagem de lá” , exemplifica Streit.
Mesmo com uma retração de 7,5% nas vendas no primeiro semestre do ano, a empresa segue de olho na retomada, que Streit avalia que virá em breve. Isso porque o setor do agronegócio brasileiro segue com recordes e bons preços. E mesmo que a produção de máquinas neste ano deva ficar em cerca de 4 mil unidades de colheitadeiras (ante até 10 mil de anos anteriores), avalia o executivo, a empresa está cadastrando currículos para futuras contratações.
“O produto grão está valorizado, e o produtor com receita para comprar. O Rio Grande do Sul teve perdas, mas Brasil e América Latina têm recordes. As plataformas de milho, por exemplo, foram muito bem neste ano”, diz Streit.
Com isso, a metalúrgica de Cachoeira do Sul estima que precisará de mais cem funcionários em breve. No Grupo Screw como um todo, calcula Streit, devem ser abertas 150 novas posições. Hoje, são torno de 550 funcionários na companhia, 380 deles na Screw.
“Após a pandemia, com grãos valorizados e a defasagem de compras de colheitadeiras, praticamente estagnadas desde 2013, voltaremos a um patamar de até 8 mil colheitadeiras. Precisamos estar preparados para isso”, comemora, antecipadamente, o executivo.

Saiba mais sobre a empresa

Indústria foi fundada em 1995 e hoje emprega cerca de 380 pessoas

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Screw/Divulgação/JC
  • Metalúrgica de Cachoeira do Sul, com 25 anos de história, a Screw pertencente ao Grupo Agroscrew, que atua há mais de 55 anos, sempre no segmento de peças agrícolas, e formado pelas empresas Screw, Usiagro e Agropertences. Também faz parte da companhia a Screw Argentina.
  • A metalúrgica produz transportadores helicoidais, um conjunto de peças que vai dentro de uma colheitadeira, por exemplo, e que fazem o deslocamento do grão de uma parte a outra das máquinas, assim como de carretas graneleiras.
  • Em breve a empresa deverá fazer o anúncio da Screw Itália e, passada a pandemia, finalizar o projeto Screw Estados Unidos. Em território norte-americano, onde já tem negociações em curso, montará primeiro um warehouse (grande armazém, que serve como entreposto industrial).
  • As exportações do grupo hoje representam cerca de 10% dos negócios, e devem passar para 20% em 2021. Além disso, os negócios na Argentina somam mais cerca de 5% ao faturamento brasileiro, cujo valor registrado em 2019 a empresa prefere não revelar.