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Varejo

- Publicada em 04 de Agosto de 2020 às 21:19

Comércio está inseguro sobre o Dia dos Pais

Com as 12 lojas de Porto Alegre fechadas, Paquetá aposta no on-line

Com as 12 lojas de Porto Alegre fechadas, Paquetá aposta no on-line


/PAQUETÁ/DIVULGAÇÃO/JC
Entre as datas mais aguardadas pelos varejistas gaúchos, o Dia dos Pais pode não representar um alívio tão grande para os lojistas, que seguem com portas fechadas em diversas cidades devido às medidas para conter a pandemia de Covid-19. Em levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas do Sindilojas Porto Alegre, foi constatada a expectativa de queda de 14,1% da movimentação financeira da data. Em 2019, o segundo domingo de agosto representou a circulação de R$ 149 milhões no Estado. Já em 2020, a previsão é de que injete apenas R$ 128 milhões na economia gaúcha.
Entre as datas mais aguardadas pelos varejistas gaúchos, o Dia dos Pais pode não representar um alívio tão grande para os lojistas, que seguem com portas fechadas em diversas cidades devido às medidas para conter a pandemia de Covid-19. Em levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas do Sindilojas Porto Alegre, foi constatada a expectativa de queda de 14,1% da movimentação financeira da data. Em 2019, o segundo domingo de agosto representou a circulação de R$ 149 milhões no Estado. Já em 2020, a previsão é de que injete apenas R$ 128 milhões na economia gaúcha.
No entanto, o próprio presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, acredita que alguns entrevistados estão com previsões irrealistas para a data. O valor do ticket médio, por exemplo, é previsto em R$ 173,00, o que representaria uma queda de apenas 5,2% para a pesquisa realizada na mesma época de 2019 (R$ 182,00). "A expectativa é essa, mas eu não acredito que ela venha a se confirmar. Em função do que está acontecendo na pandemia, e com as lojas fechadas nesta data, eu acredito que o ticket médio irá cair bastante", declarou o dirigente.
A esperança de vendas se concentra no e-commerce. Segundo o levantamento, 92,6% dos entrevistados afirmaram que vão utilizar o site da loja para adquirir seus presentes. Tal comportamento já vinha tendo destaque desde o início da pandemia. Porém, o Dia dos Pais fez com que as redes sociais recebessem atenção especial.
A Paquetá, tradicional loja de calçados e acessórios, que atualmente opera no Rio Grande do Sul com apenas 20% das lojas abertas, ou em regime pegue e leve, optou também pelo investimento no ambiente digital para o Dia dos Pais. Com as 12 lojas de Porto Alegre fechadas, Marcos Gomes, gerente executivo de digital e omnichannel da Paquetá, afirma que "direcionamos prioritariamente nossos investimentos para as mídias digitais, utilizando também, rádio e SMS para impactar de forma assertiva nossos clientes".
Gomes comenta ainda que por conta do fechamento das lojas as vendas do Rio Grande do Sul caíram, mas que a empresa projeta um Dia dos Pais positivo. As vendas da rede de varejo iniciaram 2020 superiores ao ano anterior, e com a pandemia regrediram. Porém, o e-commerce tem representado a principal fonte de receita da Paquetá, que focou seus esforços publicitários para a data comemorativa em campanhas específicas para as redes sociais.
Cenário semelhante é encontrado na rede de lojas Multisom, conhecida pela venda de instrumentos musicais, TVs e eletrônicos. Sérgio Bittencourt, diretor comercial da empresa, conta que "nosso maior destaque foram as vendas realizadas no e-commerce durante a pandemia, que cresceram cerca de 130% entre os meses de abril e junho com relação a 2019". Com 40% das lojas do estado fechadas, a Multisom optou, também, pelo fortalecimento das redes "optamos por centralizar nossa comunicação para o trade focada no digital', afirma Bittencourt que complementa "para o Dia dos Pais estamos apostando nas vendas de produtos focados em tecnologia".
Para o presidente do Sindilojas, a tendência de ampla adesão dos consumidores as compras pela online vai se tornar um padrão. "Mesmo com a posterior volta do comércio, a internet passará a ser sempre um caminho. Os lojistas deverão se integrar ou desaparecer do mercado", afirma Kruse.

Comerciantes fazem readaptação das atividades

O levantamento divulgado pelo Sindilojas aponta ainda um desejo de 88,3% dos entrevistados de comprar seu presente de Dia dos Pais em um comércio local, das pequenas e médias empresas, que estão entre as mais afetadas pelas medidas de controle ao coronavírus, como conta Tonynho Ostyn, sócio-fundador da Ostyn Moda Masculina, loja especializada que existe há 19 anos na Capital gaúcha. "Houve em um primeiro momento um impacto violento sobre a nossa venda. Tanto que ficamos 10 ou 20 dias parados".
Ostyn conta que foi através do fortalecimento das redes sociais do empreendimento que ele e a esposa, conseguiram manter a loja da família aberta "Sempre fomos atuantes nas redes sociais, mas agora aumentamos nosso ritmo de postagens e de vídeos. Também mandamos vídeos e fotos no WhatsApp".
Para retomar as vendas, a loja que antes oferecia somente vestuário masculino social, passou a vender moletons e abrigos. Além disso, o contato direto com a lista de clientes que já existia, passou a ser fundamental a manutenção da loja.
O lojista afirma que está animado com o possível resultado de vendas para a data. "A gente tem dia a dia acrescentado estratégias para fazer com que o Dia dos Pais seja de boas vendas. Nós acreditamos que iremos prosperar", afirma Ostyn.

No resto do País, expectativas para vendas estão mais animadoras

Em outros estados a retomada já está acontecendo, trazendo uma perspectiva mais animadora para o Dia dos Pais. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) prevê que o período entre os dias 20 de julho e 8 de agosto traga um aumento de 23% nas vendas dos e-commerces do País. A comparação é feita com o mesmo período de 2019. A ABComm ainda aponta que o Dia dos Pais deve trazer cerca de R$ 3,5 bilhões para o varejo online. O ticket médio das vendas realizadas no período deve ser de R$ 373,00.
No Brasil, a reabertura de 498 shoppings deve representar um aumento de 9% das vendas dos empreendimentos em relação às semanas anteriores. Os dados são de um levantamento da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).