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Indústria

- Publicada em 04 de Agosto de 2020 às 03:00

Atividade industrial gaúcha cai 10,8% no 1º semestre

Para voltar ao patamar de fevereiro, seria preciso expansão de 13,7%

Para voltar ao patamar de fevereiro, seria preciso expansão de 13,7%


/FREDY VIEIRA/JC
Mesmo com a elevação de 4,2% de maio para junho, a segunda consecutiva após os 10,2% registrados entre abril e maio, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) permanece em um nível muito baixo, segundo divulgado nessa segunda-feira (3) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Para voltar ao patamar de fevereiro haveria a necessidade de uma expansão de 13,7%.
Mesmo com a elevação de 4,2% de maio para junho, a segunda consecutiva após os 10,2% registrados entre abril e maio, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) permanece em um nível muito baixo, segundo divulgado nessa segunda-feira (3) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Para voltar ao patamar de fevereiro haveria a necessidade de uma expansão de 13,7%.
Segundo o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, o resultado do sexto mês do ano apenas evitou um tombo maior na atividade no primeiro semestre de 2020, cuja queda acumulada chegou a 10,8% na comparação a igual período de 2019. "Ainda estamos distantes de reverter as perdas recordes dos meses de março e abril. Eram esperadas medidas que flexibilizassem o isolamento social e econômico e acelerassem a retomada nas atividades, mas elas foram tímidas", afirma o dirigente.
Com exceção da utilização da capacidade instalada (UCI), que ficou estável em 74,4%, os componentes do IDI-RS exibiram o mesmo comportamento de crescimento em junho, mas nenhum voltou ao nível anterior à pandemia. O IDI-RS no mês foi puxado pelo faturamento real ( 13,6%) e pelas compras industriais ( 9,8%). As horas trabalhadas na produção ( 5,9%), a massa salarial ( 1%) e o emprego ( 0,3%) também avançaram na passagem mensal, com ajuste sazonal. O emprego voltou a crescer após três meses de queda.
"A crise econômica é sem precedentes e seus reflexos mantêm a atividade industrial gaúcha baixa. A demanda interna, com consumo e investimentos, e as exportações industriais, ainda que tenham mostrado alguma melhora, também continuam bem abaixo dos patamares de antes da crise", observa o presidente da Fiergs.
No primeiro semestre de 2020, todos os componentes do IDI-RS registraram quedas expressivas frente a igual período do ano passado: compras industriais (-19,1%), faturamento real (-12,9%), horas trabalhadas na produção (­-11,8%), a UCI (-6,3 pontos percentuais), massa salarial (-8,6%) e emprego (-2,7%). Além disso, os seis primeiros meses de 2020 terminaram com recuos intensos e generalizados em 14 dos 17 setores pesquisados. As principais influências negativas vieram de Veículos automotores, com baixa de 20,8%, e Máquinas e equipamentos e Couros e calçados, com 12,3% e 20,9%, respectivamente. Em sentido oposto, mais uma vez o destaque positivo esteve com o setor de Alimentos, cujo aumento chegou a 3,5%.
Com o cenário atual, a expectativa é de recuperação para o segundo semestre, segundo Petry, acompanhando a reabertura gradual das atividades e o aumento da confiança empresarial. Mas o ritmo será lento, destaca, influenciado pelo desemprego elevado e, especialmente, pela incerteza quanto à evolução da pandemia no país e no mundo.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o IDI-RS caiu 10,4% em junho - a nona queda consecutiva nessa métrica. Dois dias úteis a mais em junho de 2020 evitaram um resultado pior para o índice.

Duração da pandemia preocupa setor

O anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a pandemia do coronavírus "não está sequer perto do fim" é um alerta para a indústria gaúcha. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, chamou atenção para o fato de que a quarentena (40 dias) já se estendeu para 140 dias e sem perspectiva no curto prazo. "O quadro deixa de ser preocupante e passa a ser grave. Não se trata da questão saúde versus economia, mas de ambas terem o mesmo olhar que passa pelo comprometimento de todos para chegar a um denominador comum, ou seja, a sobrevivência das pessoas e empresas", diz.
Petry destaca que, com o fechamento de empresas, demissões em massa e comércio sem vendas, aumenta o desespero de quem não pode cumprir compromissos financeiros. "O efeito é em cascata: caixas quebrados, Estado sem arrecadação, população doente também pelos efeitos causados pela pandemia", afirma o presidente da Fiergs ao lembrar que não adianta fechar comércio se a população andar livremente sem máscaras, enchendo parques e ruas nos finais de semana.