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Seguros

- Publicada em 26 de Julho de 2020 às 21:24

Seguradoras desembolsam R$ 14 milhões no Rio Grande do Sul

Fenômeno climático resultou em diversos sinistros no início do mês

Fenômeno climático resultou em diversos sinistros no início do mês


/Divulgação DCSC/jc
Depois de transcorrido quase um mês do ciclone bomba que assolou a região Sul do Brasil no final de junho, a estimativa até agora do dinheiro que está sendo desembolsado pelas seguradoras permite uma boa ideia da dimensão dos estragos causados. Segundo o Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindsegrs), as empresas da categoria irão retornar à população mais de R$ 14 milhões em sinistros indenizados em função do fenômeno, somente no Estado. No total, foram mais de 1,4 mil avisos de sinistros de gaúchos.
Depois de transcorrido quase um mês do ciclone bomba que assolou a região Sul do Brasil no final de junho, a estimativa até agora do dinheiro que está sendo desembolsado pelas seguradoras permite uma boa ideia da dimensão dos estragos causados. Segundo o Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindsegrs), as empresas da categoria irão retornar à população mais de R$ 14 milhões em sinistros indenizados em função do fenômeno, somente no Estado. No total, foram mais de 1,4 mil avisos de sinistros de gaúchos.
Se for levada em consideração todo o Sul do País, com Paraná e Santa Catarina incluídos, os números crescem exponencialmente, pois o território catarinense foi o mais impactado pelos ventos. O diretor presidente do Sindsegrs e diretor territorial do Rio Grande do Sul da Mapfre Seguros, Guilherme Bini, calcula que os valores pagos pelas seguradoras, nos três estados, superam R$ 125 milhões.
Dentre as modalidades que estão indenizando clientes, estão os seguros de automóvel, de condomínio, residencial, empresarial, benfeitorias, engenharia e rural. Bini salienta que, após o evento do mês passado, houve uma maior procura de seguros no Rio Grande do Sul nas carteiras residencial e patrimonial rural, que foram os segmentos mais afetados com o ciclone bomba.
"Parece que precisa ter um fenômeno, algo que gere a motivação das pessoas, para comprarem o seguro", argumenta. O vice-presidente do sindicato e diretor comercial Sul da Sompo Seguros, Alberto Müller da Silva, atesta que quando acontece algo como esse ciclone bomba, sempre há um aumento da busca pelos seguros, mas em um segundo momento esse fluxo diminui. O integrante da Sompo detalha que a principal procura, nessas situações, é pela cobertura de danos causados por vendavais. Ele lembra que esses seguros podem incluir o que está dentro da residência ou do estabelecimento comercial. "Tivemos um grande supermercado que teve um dano no telhado e molhou as mercadorias, então o seguro cobre a estrutura e os produtos afetados", explica.
Silva comenta que, para ser considerado um vendaval e ser possível acionar o seguro, é preciso que o vento registre uma velocidade igual ou acima de 15 metros por segundo. No caso de um evento de amplas proporções, em que as seguradoras precisam arcar com valores muito elevados, por atender a diversos clientes, ele informa que as companhias têm uma proteção para elas próprias, chamada de resseguro. "Todas as seguradoras pagam um seguro para uma resseguradora", frisa. O executivo revela que, com o ciclone bomba, a Sompo teve um prejuízo de cerca de R$ 26 milhões, contudo, pelo resseguro da companhia, a empresa pagou
R$ 5 milhões e o restante foi bancado pela resseguradora. Sobre outra questão catastrófica, mas na área da saúde, o presidente do Sindsegrs diz que, com a pandemia do coronavírus, a procura pelos seguros de vida e residencial aumentou. Bini argumenta que as pessoas estão trabalhando mais em home office, o que gera mais preocupação de que uma eventual sobrecarga elétrica causada por um raio, ou outro problema, possa causar danos em equipamentos imprescindíveis.

Gaúchos, catarinenses e paranaenses são os que mais buscam proteção

O ditado "gato escaldado tem medo de água fria" serve para explicar por que os moradores do Sul do Brasil, que frequentemente enfrentam fenômenos climáticos extremos, demandam mais seguros para suas casas do que os de outras partes do País. Levantamento da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) aponta que 21,76% dos imóveis residenciais dessa região do País possuem seguro. No Sudeste o índice é de 20,49%, no Centro-Oeste 13,21%, no Nordeste 3,87% e no Norte 3,41%.
A vice-presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg, Magda Truvilhano, concorda com a tese de que a região Sul do País tem um patamar de procura por seguros residenciais mais elevado do que as outras localidades do Brasil justamente por conta dos fenômenos climáticos já ocorridos, como vendavais e descargas elétricas.
Sobre o atendimento feito pelas seguradoras durante a ocorrência do último ciclone bomba, Magda explica que, no caso de um sinistro tradicional, a companhia enviaria uma pessoa para fazer a avaliação dos danos. Contudo, nessa situação ou de calamidades públicas, em que é notório que os impactos atingiram uma extensão muito grande, as empresas geralmente montam pontos de atendimento na região para agilizar os procedimentos. "Muitas vezes, nem se faz a vistoria do local, porque o evento por si só foi constatado", aponta.
O grupo Bradesco Seguros, por exemplo, realizou o que chama de "operação calamidade" em decorrência do ciclone bomba. O superintendente executivo de sinistros da Bradesco Auto/RE, Carlos Oliva, confirma que a empresa foi acionada por diversos clientes. O executivo destaca que, quando a seguradora se depara com uma ocorrência em que há reflexos consideráveis a muitos segurados de uma só vez, a companhia busca ações para acelerar o atendimento.
"A gente vai até a casa da pessoa, com profissionais que são da região, que conhecem o preço dos materiais, e eles ajudam na estipulação do valor (para o restauro da casa)", detalha. Foi a 31ª operação desse tipo realizada pela empresa e, segundo Oliva, a maior. Após duas semanas de trabalho, iniciado no dia 1º de julho, a soma de sinistros avisados atingia em torno de 3 mil e a perspectiva de indenizações era superior a R$ 43,5 milhões. Uma iniciativa adotada pela Bradesco Auto/RE para facilitar o acesso às residências afetadas foi o processo de vistoria remota, através de aplicativos e celulares.