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Conjuntura

- Publicada em 22 de Julho de 2020 às 18:09

Forma da abertura da economia preocupa empresários gaúchos

Presidentes do Sindilojas Porto Alegre, Sindha e Sinduscon-RS debateram pandemia do coronavírus

Presidentes do Sindilojas Porto Alegre, Sindha e Sinduscon-RS debateram pandemia do coronavírus


Federasul/Divulgação/JC
Se o desejo quanto à volta das atividades econômicas é uma unanimidade no meio empresarial, a maneira dessa retomada e a avaliação das políticas públicas que estão sendo tomadas quanto ao coronavírus é algo que gera mais de uma visão e preocupações. O assunto foi discutido na reunião virtual Tá na Mesa, dessa quarta-feira (22), mediada pela presidente da Federasul, Simone Leite, com os presidentes dos sindicatos das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Júnior, de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, e do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, que abordaram o tema “Sobrevivendo a Covid-19”.
Se o desejo quanto à volta das atividades econômicas é uma unanimidade no meio empresarial, a maneira dessa retomada e a avaliação das políticas públicas que estão sendo tomadas quanto ao coronavírus é algo que gera mais de uma visão e preocupações. O assunto foi discutido na reunião virtual Tá na Mesa, dessa quarta-feira (22), mediada pela presidente da Federasul, Simone Leite, com os presidentes dos sindicatos das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Júnior, de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, e do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, que abordaram o tema “Sobrevivendo a Covid-19”.
“Aqui já ficou bem demonstrado que nós estamos em quatro e os quatro têm uma opinião, há divergências”, destacou na ocasião o presidente do Sindilojas Porto Alegre. Kruse considerou o ponto de vista de Simone mais próximo ao de Dal Molin Júnior (os dirigentes da Federasul e do Sinduscon-RS reforçaram que quanto mais demorar a flexibilização das atividades econômicas, maiores serão os impactos na vida em geral das pessoas) e o dele mais similar ao de Chmelnitsky (um tom mais cauteloso quanto à volta das operações).
Kruse ressalta que todos têm suas razões e é preciso encontrar uma solução. O dirigente argumenta que as pessoas ficaram com medo de saírem para a rua e consumir. Ele comenta que a questão continua preocupante e que 20% das lojas e cerca de 7 mil empregos foram fechados na capital gaúcha durante esse período de pandemia. O empresário sustenta que é preciso orientar as pessoas para que cumpram os decretos e os protocolos de saúde. O presidente do Sindilojas acrescenta que o maior inimigo é o coronavírus e já há hospitais que registram superlotação de leitos.
“Nós não queremos abrir, nós precisamos abrir, mas entendemos que é preciso ter alguns cuidados, temos muito medo de que pessoas morram fora do hospital, isso seria desumano”, aponta Kruse. O presidente do Sindha concorda que todos querem que o comércio seja reaberto e vidas poupadas, mas pode haver diferenças de pensamentos quanto aos meios para chegar nesse objetivo.
Chmelnitsky diz que uma pesquisa feita no Rio de Janeiro indicou que 60% dos restaurantes que abriram estão arrependidos porque seus rendimentos caíram e seus custos aumentaram. “Essa questão de abrir por abrir, a qualquer preço, nós realmente temos muitas dúvidas”, admite. Ele recorda que os hotéis em Porto Alegre poderiam operar, mas a maioria não quis fazer isso, pois não tinha clientes. O presidente do Sindha frisa ainda que o aeroporto da capital gaúcha, porta de entrada de diversos visitantes da cidade, está atuando com 10% a 12% de sua capacidade.
Segundo o dirigente, é preciso respeitar as opiniões de quem está lidando com a situação da pandemia. “Respeito igualmente o governo estadual e o municipal, de que eles estão fazendo o melhor que podem”, considera. Sobre essa colocação, Simone questionou Chmelnitsky. “Tu achas mesmo que o prefeito (Nelson) Marchezan está fazendo tudo que está ao seu alcance quando ele diz que não é necessário hospital de campanha, porque nós não chegamos na gravidade da crise?” , indagou a presidente da Federasul. Chmelnitsky respondeu que não era técnico e não iria defender ou acusar alguém, mas que ouve opiniões de pessoas em que confia. “Com quem eu converso, eles são contra os hospitais de campanha, porque é algo extremamente temporário e não têm a infraestrutura adequada e nem a quantidade de tecnologia que precisa”, afirmou.

Federasul ressalta temor com falta de renda

A presidente da Federasul, Simone Leite, destaca que a entidade fez levantamentos sobre os receios proporcionados pela pandemia e percebeu que, se no início de abril o pânico de trabalhadores e empresários era quanto ao coronavírus em si, hoje é a respeito de não terem renda para sustentarem suas famílias. “As pessoas com que a gente faz as pesquisas querem trabalhar, isso é fato e acho que nenhum governo pode tirar esse direito das pessoas de terem dignidade e de serem protagonista das suas vidas”, enfatiza.
Ela também considera como desnecessária a paralisação parcial das atividades da construção civil em Porto Alegre (há exceções na interrupção decretada pelo poder municipal, como obras públicas ou relacionadas ao setor da saúde). O presidente do Sinduscon-RS, Aquiles Dal Molin Júnior, reforça que a construção civil não é um vetor de contágio, pois cumpre os protocolos de segurança e atua em um ambiente arejado. “Porto Alegre é a única cidade gaúcha com a atividade da construção civil paralisada”, salienta Dal Molin Júnior. Para o dirigente, poderia haver uma gestão melhor do problema, com uma maior flexibilização para atender à necessidade de trabalho das pessoas. Ele recorda que o segmento emprega em torno de 27 mil trabalhadores na capital.