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Economia

- Publicada em 22 de Julho de 2020 às 17:12

Setor de eventos auxilia governo na adequação dos protocolos para futura retomada

Opinião Produtora teve de transferir para o segundo semestre 43 espetáculos, ainda sem confirmação

Opinião Produtora teve de transferir para o segundo semestre 43 espetáculos, ainda sem confirmação


ROBSON NUNES/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Para projetar e organizar a retomada do setor de eventos no Rio Grande do Sul, quando isso for possível, um grupo de empresários tem trabalhado em conjunto com o governo do Estado para elaborar protocolos específicos às necessidades do segmento. As regras e critérios que devem compor as adaptações ainda estão em análise pelo comitê científico do Palácio Piratini, mas indicam o desdobramento do segmento em áreas, para permitir a realização de alguns tipos de eventos quando o cenário da pandemia abrandar e as bandeiras laranja e amarela voltarem a predominar no mapa do distanciamento controlado.
Para projetar e organizar a retomada do setor de eventos no Rio Grande do Sul, quando isso for possível, um grupo de empresários tem trabalhado em conjunto com o governo do Estado para elaborar protocolos específicos às necessidades do segmento. As regras e critérios que devem compor as adaptações ainda estão em análise pelo comitê científico do Palácio Piratini, mas indicam o desdobramento do segmento em áreas, para permitir a realização de alguns tipos de eventos quando o cenário da pandemia abrandar e as bandeiras laranja e amarela voltarem a predominar no mapa do distanciamento controlado.
 
Desde o final de março, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no Estado e houve a suspensão de atividades econômicas e restrição à circulação na Capital e no Interior, o setor de eventos foi o primeiro a ser impactado pela necessidade de isolamento social, o que uniu os empresários e produtores de eventos, feiras e congressos em torno da necessidade de buscar estratégias e sensibilizar as autoridades para a construção de uma alternativa viável e segura às atividades do setor. Assim, surgiu o grupo Live Marketing RS. “Essa vem sendo uma construção conjunta, não uma pressão aos governos estadual e municipal, para termos protocolos adequados e estruturados quando for possível retornar com as atividades. Não estamos pedindo para abrir, mas que se alinhem os protocolos e que sejam equivalentes aos de outros setores. Os protocolos têm de valer para todos, não queremos que outros segmentos fechem, mas queremos poder abrir também”, esclarece Rodrigo Machado, um dos coordenadores do grupo, e sócio da Opinião Produtora.
Segundo ele, as sugestões apresentadas pelo setor ao secretário estadual de Planejamento, Governança e Gestão (Seplag), Claudio Gastal, vêm sendo elogiadas pelo comitê do governo, que avalia os protocolos para a retomada das atividades. Por meio de nota, a Seplag informou que “está em diálogo com lideranças do setor de eventos do Estado” e que o governo recebeu o material com a adaptações pedidas pelo Comitê Científico. “A proposta atual é subdividir a área em eventos corporativos, culturais, promocionais, entre outros, de acordo com a Classificação Nacional de Atividade Econômica de cada um”, explica a nota, já que atualmente todas as atividades têm a mesma classificação nos protocolos do distanciamento controlado, e o segmento de eventos entrava no escopo da área de serviços.
Uma das alternativas em análise pela Seplag é a possibilidade de vir a liberar a realização de alguns eventos para as regiões classificadas com bandeiras laranja e amarela no distanciamento controlado. “Entretanto, no momento, não há a definição de um prazo para a conclusão da análise por parte comitê e do governo do Estado”, ressalta a secretaria.
Dados divulgados pelo Live Marketing - que também levou suas demandas à Assembleia Legislativa e, na quinta da semana passada (17,) ao prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior-, apontam que a indústria de eventos impacta mais de 70 setores da economia e movimenta cerca de R$ 209,2 bilhões em faturamento no País, anualmente. No Estado, o setor está organizado em 340 empresas e gera cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos. “Nosso setor não tem bens como a indústria, por exemplo, nosso bem é o serviço, o que dificultam as garantias para obtenção de crédito. Ao não realizarmos eventos estamos deixando vários profissionais da cadeia sem emprego e passando dificuldades, estamos muito preocupados”, ressalta Machado.
Pela experiência pessoal do empresário já dá para ter uma ideia do quanto a pandemia vem impactando o setor. Desde março, a Opinião Produtora- responsável por administrar o Bar Opinião, o Pepsi On Stage e o Auditório Araújo Vianna- teve de transferir para o segundo semestre do ano 43 eventos programados, ainda sem confirmação de efetiva realização. Cada evento, segundo ele, movimenta cerca de 100 funcionários, além de trabalhadores temporários contratados por ação. Machado conta que não precisou demitir funcionários, mas cerca de 20 estão suspensos e recebendo o benefício emergencial do governo federal. “Deixamos de pagar mais de 5 mil cachês só com a transferência desses eventos. Foram cerca de 7 mil ingressos por dia que paramos de vender para esses shows”, explica.
No caso específico dos ingressos, o setor foi beneficiado pela Medida Provisória (MP) 946, editada em abril pelo governo federal, que dispõe sobre o cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de turismo e cultura em razão da pandemia. Entre outras determinações, a MP permite ao setor manter os ingressos vendidos por até 12 meses após a pandemia. “Essa MP foi fundamental para o setor, pois a pessoa que comprou o ingresso quer usufruir do show quando ele puder acontecer, e nós não precisamos devolver os valores dos shows que formos realizar”, comenta Machado.
O empresário aponta que uma das formas de retomar as atividades culturais, a exemplo do que vem sendo feito em países que já passaram pela pior curva da Covid-19, é apostar em eventos menores e com lugares marcados, respeitando os limites de distanciamento e todas as condições de segurança sanitária necessários. "A doença está aí, mas não podemos desacelerar mais a economia. Enquanto não tivermos uma vacina, essa pode ser uma alterativa para uma retomada gradual dos eventos e shows”, destaca.
Como exemplo, cita o caso do Auditório Araújo Vianna, na Capital, que nesse formato de evento com lugar marcado e distanciamento adequado, poderia receber cerca de 1,5 mil pessoas sentadas por espetáculo, pouco menos da metade da capacidade total do local. Já os shows com público em pé, segundo ele, não terão como ocorrer enquanto houver necessidade de limitação de espaço entre as pessoas. “É um período anormal, pra mim não é o novo normal. Quando voltarmos teremos de seguir muitos protocolos que já podíamos ter implementado, é também uma questão de educação das pessoas", completa Machado.
O SETOR
- O setor de eventos tem crescido em média 6,5% ao ano no Brasil, no período de 2013 a 2019
- No Rio Grande do Sul são 340 empresas
- Estima-se que o mercado movimente anualmente R$ 2 bilhões
- São cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos gerados no Estado
PROTOCOLOS SUGERIDOS PELO SETOR
Teto de ocupação:
- Distanciamento mínimo de 1m entre as pessoas, mediante uso obrigatório de máscara e de 2m² por pessoa. Ex: para uma área livre de 32m , seriam permitidas 16 pessoas no máximo, com uso de EPI
- Cada local de evento deve afixar na entrada, e de forma visível, cartaz informando o teto de ocupação e afixar marcações de piso para demarcar 0 distanciamento.
Distanciamento interpessoal:
- Distanciamento mínimo de 1m entre as pessoas, com uso de EPI
- Evitar formação de aglomerações de pessoas nos recintos, áreas internas e externas de circulação ou de espera, bem como nas calçadas, portarias e entradas dos prédios e estabelecimentos
- Quando necessária a utilização de filas de espera, deverá ser organizada com demarcação no chão e distância de 1,5m entre as pessoas
- Utilização, se necessário, de senhas ou outro sistema eficaz Para evitar filas ou aglomeração
Fluxo de pessoas:
- Implementação de corredores de sentido único para coordenar os fluxos de entrada e de saída, respeitando o distanciamento mínimo entre pessoas, assim como implementar a contagem de pessoas.
Higienização dos locais:
- Higienização após cada uso, durante o período de funcionamento e sempre quando do início das atividades, das superfícies de toque (terminais de autoatendimento, corrimão de escadas e de acessos, maçanetas, interruptores, paredes internas e botões de elevadores, telefones, balcões, mesas, teclados, relógios ponto, poltronas/cadeiras, portas de vidro, caixas eletrônicos, catracas, cartões de visitante e demais artigos e equipamentos que possam ser de uso compartilhado e/ou coletivo)
- Limpeza com álcool 70% dos equipamentos de pagamento eletrônico (máquinas de cartão de crédito e débito) após cada utilização;
-Disponibilização, em locais estratégicos de circulação, de lixeira com tampa com dispositivo que permita a abertura o fechamento sem o uso das mãos (pedal ou outro tipo de dispositivo), assim como a realização do recolhimento e descarte dos resíduos a cada 2 horas, com segurança.
- Limpeza frequente dos filtros de ar-condicionado dos locais de eventos
Ingressos:
- Incentivo aos ingressos on-line e adoção de pagamentos eletrônicos, para minimizar o manuseio de dinheiro;
- Ingressos on-line com horários de entradas marcadas no próprio ingresso/convite
- Credenciamento on-line e acesso via Qr Code do próprio celular
- Na compra do ingresso on-line o cliente preenche cadastro com seus dados para rastreamento futuro
Entradas e saídas:
- Criar linhas de entrada/saída com distanciamento
- Saídas e entradas exclusivas e separadas por quantidade de público
- Criar caminhos de acessos com distanciamento
Assentos:
- Locais devem ter assentos marcados com o distanciamento permitido
Outras medidas:
- Entrada com tapetes de higienização para os pés
- Não ter evento fechado sem lugar marcado
- Não haverá pista de dança
- Serviço de valet não será oferecido neste momento
- Ter ambientes isolados para quem for detectado com temperatura alta.
- Criar check list único para locais de eventos terem a mesma padronização de higiene, sanitária, de montagem e desmontagem dos eventos.
- Os organizadores se comprometem a separar um espaço no evento para realização de testes rápidos, se recebidos dos órgãos de saúde
Abertura gradual para bandeira laranja*:
50% capacidade
75% capacidade
Abertura para bandeira amarela*:
75% capacidade
100% capacidade
*Capacidade: distanciamento 1,00m com epi (min. 2m2 por pessoa/ 200m2- capacidade máxima de 100 pessoas, conforme protocolo do distanciamento controlado
Fonte: Live Marketing RS
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