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Economia

- Publicada em 23 de Julho de 2020 às 15:54

Porto-alegrense busca mais casa e bairro distante para viver na pandemia, aponta Quinto Andar

Schneider, a mulher Thais, a fila Larissa e a cadelinha Pipoca já estão em casa na zona sul

Schneider, a mulher Thais, a fila Larissa e a cadelinha Pipoca já estão em casa na zona sul


FABIO SCHNEIDER/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
O profissional de TI Fabio Schneider juntou duas situações: o baixo astral da filha Larissa, de cinco anos, e a gravidez da mulher Thais Bocchi, para radicalizar. Trocou o apartamento confortável em um bairro valorizado e próximo ao Centro de Porto Alegre por uma casa na Zona Sul da Capital. Tudo na pandemia, que abriu as portas para mudanças como a de Schneider e família e muito mais gente, constatou a imobiliária virtual Quinto Andar.
O profissional de TI Fabio Schneider juntou duas situações: o baixo astral da filha Larissa, de cinco anos, e a gravidez da mulher Thais Bocchi, para radicalizar. Trocou o apartamento confortável em um bairro valorizado e próximo ao Centro de Porto Alegre por uma casa na Zona Sul da Capital. Tudo na pandemia, que abriu as portas para mudanças como a de Schneider e família e muito mais gente, constatou a imobiliária virtual Quinto Andar.
Pesquisa exclusiva do app, que se considera a maior imobiliária do Brasil por ter na carteira R$ 28 bilhões em ativos, para o Jornal do Comércio descobriu que muito mais gente está seguindo os mesmos passos do pai de Larissa. As pessoas estão trocando locais situados em áreas com maior concentração e fluxo para morar em bairros mais distantes e com espaço de convivência e contato com a natureza.
"Nos primeiros três meses da pandemia, minha filha respondeu bem, mas depois começou a não querer mais sair de casa e nem usar máscara. Ela começou a ficar pra baixo", recorda o consultor. "Quando vi ela assim decidi: quer saber, vamos mudar no meio de tudo isso e vamos buscar uma casa", disse Schneider, sobre a resolução.
Ele admite que já havia pesando na possibilidade de trocar o apartamento por casa, mas sempre adiava. "Se não fosse a pandemia, não mudaria", garante o porto-alegrense, citando que conseguiu manter o mesmo nível de despesa. Schneider e a mulher, que tiveram a notícia do segundo filho em meio ao isolamento, queriam um lugar com grama e espaço para a filha poder mexer com plantas. 
"Para sentar no sol com a minha filha sem usar máscara", resume o profissional de suporte em TI.  A cadelinha Pipoca, pet da família, também ganhou um pátio para correr à vontade. Detalhes como segurança, que costumam pesar na resistência por casas, foi resolvido após conversa com a proprietária que topou instalar cerca elétrica no entorno do imóvel no molo do bairro Tristeza.
Os novos focos nas locações ficam claros na comparação do primeiro e segundo trimestre na plataforma do Quinto Andar em Porto Alegre. Os quatro bairros com maior aumento percentual de procura estão todos fora dos eixos centrais - Jardim Itu-Sabará (74% mais), Vila Ipiranga (51%), Alto Petrópolis (27%). Tristeza (25%) e Cavalhada (19%). Três ficam na zona norte e dois na zona sul.
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Já as regiões com queda no interesse combinam tanto zonas mais centrais como distantes - as maiores quedas foram do Partenon (-25%) e Floresta (-12%). Também caem nas buscas Centro Histórico (-7%), Cidade Baixa (-6%) e Moinhos de Vento (-5%). No ranking dos dez bairros mais buscados, a mudança é mais sutil, pois o volume total pesa mais, mas já se detecta que endereços na Vila Ipiranga, que fica nas imediações do Shopping Iguatemi, subiram posições - de último da lista para o sexto lugar. 
"A mudança foi muito rápida. Foi um choque. Usamos a inteligência de dados para conseguir entender melhor o que a pessoa quer e colocar mais atenção para aumentar a oferta", diz o gerente executivo de estratégia da empresa, Arthur Malcon.
Não foi só novos endereços que entraram no radar dos usuários do app. A busca por casas em condomínios cresceu 20% e em endereços sem a estrutura fechada, 5%. Enquanto isso, o interesse por apartamentos caiu 2% e unidades compactas, como estúdio ou kitnet, 13%. Neste quesito, a imobiliária virtual relaciona a busca pela proximidade com a natureza.  
Outra mudança é de tamanho das residências. Usuários buscaram 30% mais opções com três quartos e 29% mais por quatro. "As pessoas querem mais espaço para convivência ou para home-office", explica Malcon, que admite não ter como saber se isso veio para ficar. "Achamos que não é um comportamento de curto prazo. Ninguém se muda para resolver a vida por dois a três meses. O contrato de locação é de 30 meses", observa Malcon.
O aplicativo rastreou mais preferências que se acentuaram na pandemia. Estar mais em casa também pede facilidades como churrasqueira. As características mais olhadas foram o local para assar carne (71%), sol da tarde (37%) e luminosidade natural (11%). No fluxo inverno, teve queda de 35% o quesito morar perto de metrô ou trem.
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Larissa já aproveita o novo ambiente na casa na zona sul em Porto Alegre. Foto: Fabio Schneider/Divulgação 
Schneider, a mulher, Larissa e a cadelinha Pipoca já curtem a nova moradia há um mês. O profissional de TI diz que a filha voltou a sorrir. "Já evitei psicólogo e psiquiatra para nós e para ela. Está pesado para todo mundo", acrescenta. Justamente por isso, Schneider passou a incentivar os amigos a fazer o mesmo. "Quem sabe motivo pessoas que estão na dúvida a se decidir", conclui.
Malcon cita que o comportamento dos moradores de Porto Alegre aparece em outros mercados que o Quinto Andar atua no País. Outro detalhe detectado é que o tempo para efetivar contratos é menor quando é casa, indicando o efeito de maior interesse. Mas a procura por residências na Capital acabou afetando preços dos aluguéis, que subiram 8% nesse tipo de imóvel.
Em geral, contratos fechados no segundo trimestre tiveram queda de 8,3% no valor, passando de média de R$ 1,2 mil para R$ 1,1 mil por mês. Apartamento teve queda de 8% e estúdio ou kitnet, de 10%. Mais de 60% dos bairros com ofertas no Quinto Andar tiveram redução de preços.  
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