Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 14 de Julho de 2020 às 18:03

Reforma de Leite: foco é reduzir peso de ICMS em poucos setores e na baixa renda

Cardoso (à esq.) e Leite apontaram impactos de desonerações e peso de setores mais tributados

Cardoso (à esq.) e Leite apontaram impactos de desonerações e peso de setores mais tributados


GUSTAVO MANSUR/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Como no Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, a B3, que tem as ações que mais pesam, a arrecadação de ICMS gaúcho tem suas "blue chips", denominação emprestada do mercado acionário para identificar os três maiores geradores de caixa - telecomunicações, energia e combustíveis -, que respondem por quase 35% de tudo que entra de ICMS para sustentar o Estado. A redução dessa dependência é um dos alvos da reforma tributária do Governo Leite, que começa a ser conhecida. 
Como no Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, a B3, que tem as ações que mais pesam, a arrecadação de ICMS gaúcho tem suas "blue chips", denominação emprestada do mercado acionário para identificar os três maiores geradores de caixa - telecomunicações, energia e combustíveis -, que respondem por quase 35% de tudo que entra de ICMS para sustentar o Estado. A redução dessa dependência é um dos alvos da reforma tributária do Governo Leite, que começa a ser conhecida. 
A plataforma de medidas ainda não foi revelada em detalhes. Nesta terça-feira (14), foram dadas as linhas gerais, que combinam sete eixos, segundo o governador Eduardo Leite e sua equipe: simplificação, redistribuição da carga, redução de alíquotas, estímulo à atividade, revisão de benefícios fiscais, modernização e progressividade, tributar menos a produção e consumo e mais o patrimônio.
Na quinta-feira (16), o governador Eduardo leite promete apresentar o modelo completo, que vai ter aumento de alíquotas de tributos sobre patrimônio - IPVA e para herança e doações -, devolução de imposto pago a mais para a população de baixa renda e revisão de incentivos fiscais e desonerações. 
As blue chips se transformaram em uma muleta de geração de caixa estadual ao longo de décadas. Gráfico da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) aponta que a arrecadação de ICMS sobre o Produto Interno Bruto (PIB) se manteve quase estável desde 1989, quando foi de 6 %, e ultrapassou 7% em 2019. A cifra com as blue chips chegou a representar 1%, há 30 anos, e está em 2,5%. 
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/png/2020/07/14/206x137/1_tributos_rs_carga_setorial_jornal_do_come_rcio-9095316.png', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5f0ddb7ef1263', 'cd_midia':9095316, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/png/2020/07/14/tributos_rs_carga_setorial_jornal_do_come_rcio-9095316.png', 'ds_midia': 'Reforma tributária Rio Grande do Sul - medidas - tabela com IPVA - Governo Eduardo Leite - Sefaz - tributos - veículos - GRÁFICO CONCENTRAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA - SETORES DA ECONOMIA - icms - confronto com renda', 'ds_midia_credi': 'GOVERNO DO RS/DIVULGAÇÃO/JC', 'ds_midia_titlo': 'Reforma tributária Rio Grande do Sul - medidas - tabela com IPVA - Governo Eduardo Leite - Sefaz - tributos - veículos - GRÁFICO CONCENTRAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA - SETORES DA ECONOMIA - icms - confronto com renda', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '440', 'align': 'Left'}
As últimas majorações de ICMS, como as que dominaram o governo de José Ivo Sartori (MDB, 2015-2018) e foram renovadas para o os dois primeiros anos do Governo Leite - até este ano e retornam aos níveis normais em 2021 -, promoveram elevação de 25% para 30%. Como incidem em todas as faixas de renda, com elevado consumo e são eficientes no recolhimento, as alíquotas de energia, teles e combustíveis acabaram sendo o recurso mais imediato para salvar o caixa. 
O titular da Sefaz, Marco Aurelio Cardoso, reforça que a dependência aumentou às blue chips, enquanto indústria e atacado representam média de 6,16% na arrecadação. "Temos setores que quase não pagam imposto por alguma desoneração ou crédito presumido", identifica Cardoso. A politica tem sido acionada como vetor para investimentos e para beneficiar os mais pobres o que é colocado em xeque pelo governo.
"O setor de máquinas, equipamentos e veículos lideram o crédito presumido, com quase 30%. No lado oposto, setores como eletricidade, tem mais impacto (imposto), o que onera famílias de menos renda", confronta o secretário.
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/png/2020/07/14/206x137/1_tributos_rs_carga_setores_jornal_do_come_rcio-9095304.png', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5f0ddabd1bb9d', 'cd_midia':9095304, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/png/2020/07/14/tributos_rs_carga_setores_jornal_do_come_rcio-9095304.png', 'ds_midia': 'Reforma tributária Rio Grande do Sul - medidas - tabela com IPVA - Governo Eduardo Leite - Sefaz - tributos - veículos - GRÁFICO CONCENTRAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA - SETORES DA ECONOMIA - icms', 'ds_midia_credi': 'GOVERNO DO RS/DIVULGAÇÃO/JC', 'ds_midia_titlo': 'Reforma tributária Rio Grande do Sul - medidas - tabela com IPVA - Governo Eduardo Leite - Sefaz - tributos - veículos - GRÁFICO CONCENTRAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA - SETORES DA ECONOMIA - icms', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '431', 'align': 'Left'}
"A atual estrutura agrava a distribuição de renda, quem ganha menos, com 2,4% da renda, responde por 5% do consumo e 5% do ICMS. O ICMS impacta 14,7% sobre quem ganha até R$ 1.908,00. Quanto maior a renda menor o peso do ICMS, dentro da regressividade da cobrança", elenca Cardoso, como mais argumentos para revisar a lógica, adotando a progressividade.
A estimativa dos impactos com a revisão de desonerações é que se chegue a quase R$ 1 bilhão em arrecadação, mas distribuída por três anos. A cifra fica longe dos R$ 2,8 bilhões que serão perdidos com o retorno das alíquotas para 17% (em vez de 18%) e 25% (em vez de 30%). A reforma também deve estabelecer a duas alíquotas como padrão do sistema.   
"Não nos contentamos em manter a carga como está, por isso vamos redistribuir e ter ferramentas para atrair investimentos", justificou o governador.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO