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Economia

- Publicada em 09 de Julho de 2020 às 03:00

Varejo ajuda B3 a encostar nos 100 mil pontos


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No dia em que as vendas do varejo surpreenderam muito positivamente, em recuperação de 13,9% em maio ante queda na casa de 16% em abril, o Ibovespa encontrou fôlego para fechar em alta de 2,05%, aos 99.769 pontos, tendo chegado bem perto dos 100 mil, a 99.972 pontos na máxima da sessão, por volta das 16h40min. O desempenho na B3 foi bem superior ao observado nos mercados do exterior, onde se viram fechamentos negativos na Europa e relativamente moderados em Nova York até perto do fim da sessão.
No dia em que as vendas do varejo surpreenderam muito positivamente, em recuperação de 13,9% em maio ante queda na casa de 16% em abril, o Ibovespa encontrou fôlego para fechar em alta de 2,05%, aos 99.769 pontos, tendo chegado bem perto dos 100 mil, a 99.972 pontos na máxima da sessão, por volta das 16h40min. O desempenho na B3 foi bem superior ao observado nos mercados do exterior, onde se viram fechamentos negativos na Europa e relativamente moderados em Nova York até perto do fim da sessão.
Sobre o comércio, tanto a queda de abril como a alta de maio foram as maiores da série histórica do IBGE para o setor, que retrocede a janeiro de 2000. Comparado a maio de 2019, houve retração de 7% nas vendas este ano, refletindo o estrago da pandemia - algo que já vinha sendo colocado na conta desde o fim de março, quando o distanciamento social foi iniciado e o mercado passou a se concentrar em leituras na margem para aferir a retomada.
Assim, o desempenho das vendas em maio frente a abril, bem acima do consenso, alimentou a demanda por ações na B3 nesta quarta-feira. O giro financeiro totalizou R$ 26,5 bilhões e, na semana, o índice acumula agora ganho de 3,11% - no mês, avança 4,96%, limitando as perdas do ano a 13,73%.
"O mercado quer ver o que viu hoje: dados que reflitam a materialização de uma melhora econômica que faça os 100 mil pontos serem não apenas um ponto (do Ibovespa no gráfico), mas uma consequência", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. Ele chama atenção para o desempenho também bem superior ao consenso para o varejo ampliado ( 19,6% no resultado de maio, o maior da série, desde 2003).
O ampliado inclui os segmentos automotivo e de construção civil, de maior valor agregado e sobre os quais "havia um grau maior de dúvida" quanto ao potencial de recuperação em meio à pandemia, observa o analista. "O desempenho do varejo ampliado corrobora a visão de que o fundo do poço já passou", contou Arbetman.
"Hoje (ontem) foi varejo na veia, o que se refletiu no avanço de ações como Natura ( 6,04%, terceira maior alta do Ibovespa na sessão) e Vivara ( 6,86%). Ajudou também a alta de 3,4% no preço do minério de ferro em Qingdao (China), que impulsionou as ações da Vale ( 1,69%) e das siderúrgicas (CSN 3,84%). E para complementar, os bancos, de grande peso no Ibovespa, andaram bem hoje (Bradesco PN 3,41%). Como se vê, há muito entusiasmo para testar os 100 mil pontos logo", concordou Márcio Gomes, analista da Necton. No lado oposto, CVC caiu 6,07% e Marfrig cedeu 2,28%.
O diretor e economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, avalia que os números do varejo vieram "sólidos" e são um indício de que o fundo do poço da atividade econômica foi em abril. Ele espera que a recuperação prossiga nos próximos meses, mas alerta que o quadro ainda de crescimento dos casos de covid no Brasil pode atrapalhar esta recuperação. Na avaliação de Ramos, a inflação comportada sugere que é mais provável um corte pequeno de juros na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom).
O dólar firmou queda nos negócios da tarde, após dois dias de alta. A sessão foi marcada pelo enfraquecimento da moeda americana no exterior, após notícias animadoras sobre uma vacina para combater o coronavírus, mas com o crescimento de casos nos Estados Unidos no radar. Também pesaram no mercado de câmbio preocupações com possíveis infecções do coronavírus na cúpula do governo brasileiro após o presidente Jair Bolsonaro ter contraído a doença. Com esse temor, o dólar chegou a operar em alta por alguns momentos e, na máxima, foi a R$ 5,3942 ( 0,20%). No final dos negócios, o dólar à vista terminou em baixa de 0,63%, cotado em R$ 5,3496.
O economista-chefe do BNP Paribas, Gustavo Arruda, destaca que o cenário do banco francês é de dólar enfraquecido na economia mundial, por conta da liquidez em excesso despejada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). "Essa liquidez tende a vazar, ir para outros ativos e mercados. A moeda americana deve ficar um pouco mais fraca", disse.
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