O Sulpetro-RS, que representa os postos de gasolina, manifestou preocupação com mais um anúncio da Petrobras que, a partir desta quarta-feira (8), a gasolina estará 5% mais cara nas refinarias, sendo o segundo aumento somente neste mês. No dia 1º de julho, o combustível já havia sido reajustado em 3%. "Estamos vivendo uma pandemia, com dificuldades financeiras, queda brusca nas vendas e buscando manter empregos. Mas com mais uma elevação de preços, a crise no setor de postos será ainda mais grave", alerta o presidente do Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua.
Agora, são 18 alterações na gasolina desde o mês de março, quando se iniciou o período de distanciamento social no País. "O segmento da revenda de combustíveis, por ter como característica margens baixas e alto giro de produto, está sendo duramente afetado pelo cenário atual", explica Dal'Aqua. Segundo o dirigente sindical, até o momento, o Sulpetro estima redução do consumo de gasolina de cerca de 50% a 60%, na Capital, e de 30% a 40% de retração nos municípios do interior do Estado.
O Sulpetro esclarece ainda que não tem como prever como o mercado irá se comportar, pois muitas variáveis influenciam no preço final. O mercado é extremamente competitivo e cabe a cada revendedor definir suas políticas de preços, com base em suas condições de compras juntos às distribuidoras e suas planilhas de custo.
Segundo a estatal, a política de preços da Petrobras acompanha as cotações internacionais dos combustíveis, considerando ainda a taxa de câmbio, os custos de importação e a margem de lucro. No início da pandemia, os preços registraram quedas acentuadas, com a gasolina chegando a custar cerca de R$ 0,90 nas refinarias.
A alta recente acompanha as cotações do petróleo, que se recuperaram nas últimas semanas, após o relaxamento das medidas de distanciamento social principalmente da Europa e nos Estados Unidos. Em junho, o barril do Brent, negociado em Londres, subiu 7,4%. Na primeira semana de julho, avançou mais 4%.