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pandemia

- Publicada em 07 de Julho de 2020 às 21:03

Construção civil teme demissões em Porto Alegre

Setor emprega 27 mil pessoas em Porto Alegre e teme o fechamento de vagas

Setor emprega 27 mil pessoas em Porto Alegre e teme o fechamento de vagas


MARCO QUINTANA/JC
Desde o dia 26 de junho com as atividades interrompidas por decreto da prefeitura e observando a questão do coronavírus e as medidas imediatas de combate à pandemia intensificarem-se, o setor da construção civil em Porto Alegre já receia o desencadeamento de demissões de pessoal. A preocupação é compartilhada entre o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gelson Santana, e o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Jr. São cerca de 27 mil pessoas que atuam nessa área na capital gaúcha.
Desde o dia 26 de junho com as atividades interrompidas por decreto da prefeitura e observando a questão do coronavírus e as medidas imediatas de combate à pandemia intensificarem-se, o setor da construção civil em Porto Alegre já receia o desencadeamento de demissões de pessoal. A preocupação é compartilhada entre o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gelson Santana, e o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Jr. São cerca de 27 mil pessoas que atuam nessa área na capital gaúcha.
"Hoje, estamos muito mais preocupados do que estivemos anteriormente", admite Santana. O dirigente comenta que o cenário do coronavírus piorou e o inverno chegou ao Rio Grande do Sul com muita força, o que deve complicar ainda mais a saúde da população. O presidente do Sticc considera que a situação atingiu esse patamar porque o Brasil não se planejou para enfrentar a pandemia. Ele recorda que o problema começou na China, com a perspectiva de expandir globalmente, e havia tempo para os brasileiros se prepararem, o que não ocorreu.
Santana esperava que o panorama em Porto Alegre já estivesse mais tranquilo neste mês de julho, porém, agora, ele não possui mais convicção sobre o tempo que levará para que a pandemia seja amenizada. "Porque está piorando dia a dia e a população não está ajudando", lamenta. Na capital gaúcha, a prefeitura proibiu a atividade da construção civil com exceção para os fins de saúde, segurança, educação e a execução de obras públicas. Um desses empreendimentos que se encaixa nessa condição, citado como exemplo pelo presidente do Sticc, é a segunda ponte do Guaíba. Ele vê uma certa contradição no fato de que algumas obras foram liberadas e outras não somente porque são da iniciativa privada.
O sindicalista argumenta que a construção civil apresentou poucos problemas quanto ao coronavírus, já que é um ambiente aberto e ventilado, mas é preciso pensar na sociedade como um todo, pois os trabalhadores necessitam se deslocar até chegar aos canteiros de obra. Dentro da atual conjuntura, no ponto em que chegou a situação, Santana considera que não restava opção à prefeitura a não ser impedir à atividade da construção civil na capital gaúcha. "A vida é mais importante que a economia, porque a economia é possível de recuperar e a vida não", pondera.
Já o presidente do Sinduscon-RS acredita que poderia ter sido adotada uma outra solução que não fosse a interrupção do setor. Dal Molin Jr. defende que a atividade da construção civil, por não ser um segmento que registre propagação de casos de coronavírus e ter uma enorme relevância econômica e social, deveria ser liberada, mantendo os protocolos de segurança e higiene. Ele destaca ainda que as outras grandes capitais do País e as cidades do interior gaúcho não interromperam as obras como Porto Alegre o fez.
O empresário acrescenta que o setor teve um período de trabalho de 62 dias, iniciado em maio, quando foram reativados 200 canteiros de obras, e não houve registros de casos de trabalhadores contaminados. O dirigente ressalta que havia a expectativa de que, depois da atual interrupção de 26 de junho, em 15 dias as empresas do segmento fossem liberadas para operar. "Mas, ao contrário, parece que ficou ainda mais restritivo trabalhar em Porto Alegre e não é algo compatível com o grau de contágio verificado no setor da construção civil", afirma.
Dal Molin Jr. comenta que muitos trabalhadores ao invés de estarem nos canteiros de obras, onde têm as medidas de segurança melhor observadas, estão fazendo consertos domésticos ou pinturas, sem tomar tantos cuidados, e essas demandas também implicam a circulação de pessoas pela cidade. "Às vezes, parece que o remédio prejudica mais do que a doença, a paralisação das atividades do setor da construção tem muito impacto econômico e social e pouco resultado no controle do contágio", reitera. O presidente do Sinduscon-RS alerta que quanto mais longo for o período da estagnação, maiores são as chances de haver demissões, pois os prejuízos vão se acumulando.

Regras mais rígidas já estão valendo na capital gaúcha

Cavaletes da EPTC impedem acesso à área azul, agora proibida

Cavaletes da EPTC impedem acesso à área azul, agora proibida


/LUIZA PRADO/JC
A terça-feira marcou o início das medidas mais severas para aumentar o isolamento social em Porto Alegre. Quem circulou pela cidade notou os cavaletes da EPTC impedindo o estacionamento nas vagas da área azul.
Está proibido deixar o veículo em vagas de estacionamento rotativo, entre as 7h e 19h, por 15 dias. Segue permitido estacionar apenas nas áreas próximas a hospitais e serviços públicos de saúde. Nesses pontos, o pagamento deve ser feito pelo parquímetro, já que as vendas pelo aplicativo e ponto de vendas estão suspensas, com permanência máxima de duas horas na mesma vaga.
Também ontem começaram a valer as restrições para o Mercado Público - que deve ficar fechado, e boa parte das operações começou a atender por tele-entrega ou o sistema pague e leve. A partir de quinta-feira, será suspenso o vale-transporte dos trabalhadores vinculados a empresas que estão sem operar, mais uma tentativa de reduzir o volume de pessoas nas ruas.