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conjuntura

- Publicada em 06 de Julho de 2020 às 03:00

Empresas acessam apenas 20% do crédito de socorro do governo

Em meio à reclamação de empresários sobre a falta de crédito durante a pandemia do novo coronavírus, apenas 17% dos recursos anunciados em programas de financiamento lançados ou regulamentados pelo governo foram desembolsados até agora. Os números fazem parte de levantamento feito pelo Ministério da Economia. Os dados mostram a baixa execução das iniciativas do crédito quase quatro meses após começarem as medidas de isolamento.
Em meio à reclamação de empresários sobre a falta de crédito durante a pandemia do novo coronavírus, apenas 17% dos recursos anunciados em programas de financiamento lançados ou regulamentados pelo governo foram desembolsados até agora. Os números fazem parte de levantamento feito pelo Ministério da Economia. Os dados mostram a baixa execução das iniciativas do crédito quase quatro meses após começarem as medidas de isolamento.
Dos quase R$ 70 bilhões anunciados para quatro grandes linhas, apenas R$ 12,1 bilhões foram executados. A área do crédito é a mais problemática do pacote econômico contra a crise da Covid-19, na avaliação do próprio titular da pasta, Paulo Guedes. O ministro diz que a situação é dramática porque a demanda quadruplicou e reconhece que ele e sua equipe têm encontrado dificuldades com o tema.
Diferentes fatores são apontados como causas para o cenário. Entre eles, grandes bancos evitando o risco de concederem dinheiro a empresas menores, enquanto pequenos empresários demonstrariam não ter garantias suficientes para as operações. Ao mesmo tempo, as grandes companhias acionaram suas linhas de crédito pré-aprovadas, drenando boa parte dos recursos disponíveis no começo da crise.
A Febraban notou, no fim de março, uma movimentação preventiva por parte de grandes e médias empresas, que recorreram a todas ou a parte das linhas de crédito que tinham a sua disposição, como estratégia para reforçar o caixa diante da pandemia. Na visão da equipe econômica, não faltaram recursos porque o Banco Central liberou liquidez no sistema financeiro e o problema maior foi a falta de apetite das instituições por risco.
Pesquisa do Sebrae de junho mostra que 39% dos pequenos empresários buscaram empréstimos na pandemia. Apenas 15% deles conseguiram. A principal razão alegada foi o chamado CPF negativado ou entraves no Serasa.

Fecomércio-RS sugere ajustes em flexibilização de contratos

Tendo em vista a constante mudança nas regras de funcionamento de estabelecimentos comerciais, a Fecomércio-RS enviou sugestões ao secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal, relativas a ajustes das regras trabalhistas no período de combate à Covid-19. No entendimento da Fecomércio-RS, a atualização na legislação se faz necessária, pois as medidas tomadas até o momento para flexibilizar os contratos de trabalho e permitir a redução da suspensão da jornada, embora tenham sido importantes durante os últimos meses, não são suficientes para acompanhar a velocidade nas liberações e restrições locais. As medidas impõem a redução no número de funcionários por estabelecimento ou até mesmo impedem o seu funcionamento temporariamente.
No documento, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, cita como exemplo o caso do Rio Grande do Sul, que adotou uma política de distanciamento controlado que prevê diferentes bandeiras, com regras específicas de acordo com o avanço da epidemia: "Nesse plano, o número máximo de trabalhadores que pode ser utilizado pelas empresas varia a cada semana, podendo, inclusive, chegar a zero nos cenários mais graves. Políticas desse tipo, além de causar às empresas reduções permanentes de receitas, exigem uma flexibilidade da gestão empresarial não compatível com as atuais regras trabalhistas brasileiras", argumenta Bohn.
A entidade solicita que, além de prorrogar a vigência da possibilidade de suspensão e de redução de jornada nos contratos, sejam adotadas novas medidas que permitam o fracionamento maior dos períodos de utilização desses mecanismos.