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Economia

- Publicada em 23 de Junho de 2020 às 18:28

Atividade econômica tem recuo histórico em Caxias do Sul

Dados apontam para uma queda de 28,6% em relação a abril do ano passado

Dados apontam para uma queda de 28,6% em relação a abril do ano passado


ROBERTO HUNOFF/DIVULGAÇÃO/JC
Roberto Hunoff
Como era previsível, a atividade econômica de Caxias do Sul sofreu forte baque em abril com a paralisação da maioria dos setores produtivos em função das medidas restritivas para a contenção da propagação do novo coronavírus. Dados apresentados nesta terça-feira (23) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) apontam para uma queda de 28,6% em relação a abril do ano passado e 24% sobre março, que já apresentara variação negativa na comparação com fevereiro. Como consequência, o resultado do quadrimestre é 7,5% inferior ao mesmo período de 2019. Apenas o acumulado de 12 meses é positivo, mas minimamente, de 0,7%.
Como era previsível, a atividade econômica de Caxias do Sul sofreu forte baque em abril com a paralisação da maioria dos setores produtivos em função das medidas restritivas para a contenção da propagação do novo coronavírus. Dados apresentados nesta terça-feira (23) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) apontam para uma queda de 28,6% em relação a abril do ano passado e 24% sobre março, que já apresentara variação negativa na comparação com fevereiro. Como consequência, o resultado do quadrimestre é 7,5% inferior ao mesmo período de 2019. Apenas o acumulado de 12 meses é positivo, mas minimamente, de 0,7%.
Na avaliação dos diretores das duas entidades, abril pode ser considerado o fundo do poço, pois com o retorno parcial das atividades em maio os consumidores começaram a sinalizar uma leve recuperação. “Com a redução das restrições, houve reaquecimento na circulação, embora o movimento no varejo ainda seja muito pequeno”, comentou o assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness. Segundo o economista, a gordura do setor já foi queimada e a reserva de caixa não existe mais. “Será trágico se passarmos por novas restrições”, alertou.
A integrante da Diretoria de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Maria Carolina Gullo, destacou que o desempenho industrial da cidade ficou abaixo da base padrão de janeiro de 2005. Ainda citou o uso da capacidade instalada, que caiu para 70%, quase 10 pontos abaixo de fevereiro passado.
O diretor da CIC, Astor Schmitt, acrescentou ser perceptível uma pequena melhora no setor industrial, o que pode minimizar os efeitos da pandemia e dar início ao processo de recuperação econômica. Também cita iniciativas em andamento nas áreas econômica, de infraestrutura e agronegócio que poderão ser fundamentais na reversão do quadro atual.
Fez, no entanto, referência a temas que podem comprometer a atividade econômica de uma forma geral. A principal, segundo ele, é o elevado número de demissões da cidade. Em abril, o estoque de vagas formais era de 147 mil, número pouco acima do ofertado em 2007. Quando comparado ao volume de 2013, são 36 mil empregos a menos. “Isto é dramático”, definiu.
Outra situação é o recuo nas exportações, o que demonstra a perda de competitividade da indústria. Com US$ 27 milhões, abril teve o menor valor exportado dos últimos 12 meses, período que acumula US$ 640 milhões, cifra próxima a registrada em 2009. No quadrimestre de 2020, as vendas externas são 31% inferiores ao mesmo período do ano passado. A situação se repete nas importações, com recuo de 40% no ano. Em 12 meses, o total importado é de US$ 368 milhões, queda de 19%.
Afora as questões econômicas internas e externas e de saúde, Schmitt alerta para os conflitos entre os poderes constituídos. Para ele, a retomada mais consistente da economia depende da redução da politização instalada no país. “É uma confusão sem precedentes entre os poderes em todos os seus níveis. Tudo isto mais atrapalha do que ajuda”, enfatiza.
O assessor da CDL, Mosár Leandro Ness, incluiu outro ponto que agrava ainda mais a situação do comércio. Destacou que o estoque de dívidas e a quantidade de consumidores negativos cresceram em abril. Ao mesmo tempo, a busca de informações pelos clientes caiu 80%. “Sequer houve prospecção de compra. É um recuo total do consumidor”, reforçou.
Ness explica que o funcionamento de alguns segmentos foi insuficiente para amenizar o rombo causado nos empreendimentos que estavam fechados. “Supermercados e postos de combustíveis, individualmente, cresceram no período. Já o setor de ramo mole, que envolve, dentre outros, o varejo do vestuário, a queda chegou a 41%”, assinalou.
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