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Economia

- Publicada em 23 de Junho de 2020 às 23:47

Presidente do grupo SLC: 'Resiliência é a palavra que nos define'

Logemann celebra os 75 anos do Grupo SLC, cuja trajetória começou em Horizontina

Logemann celebra os 75 anos do Grupo SLC, cuja trajetória começou em Horizontina


MARCELO CURIA/DIVULGAÇÃO/JC
Osni Machado
O Grupo SLC completa, em junho, 75 anos de fundação. A empresa foi criada em 1945, no município de Horizontina, e hoje reúne a SLC Agrícola, uma das maiores companhias produtoras de grãos e fibras do mundo, e a SLC Máquinas, revendedora John Deere. A SLC Agrícola detém 454 mil hectares de terras em 16 fazendas espalhadas no Brasil, em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Piauí e Bahia.
O Grupo SLC completa, em junho, 75 anos de fundação. A empresa foi criada em 1945, no município de Horizontina, e hoje reúne a SLC Agrícola, uma das maiores companhias produtoras de grãos e fibras do mundo, e a SLC Máquinas, revendedora John Deere. A SLC Agrícola detém 454 mil hectares de terras em 16 fazendas espalhadas no Brasil, em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Piauí e Bahia.
Presidente do Grupo SLC, Eduardo Logemann salienta que o agronegócio continua gerando bons frutos. O ano de 2019, segundo o empresário, gerou um balanço sólido e com números extraordinários, principalmente, para a SLC Agrícola. Destaca também, o balanço do primeiro trimestre de 2020. Já para SLC Máquinas, Logemann projeta entre 75% a 80% do orçamento programado e uma queda nas vendas de máquinas, aqui no Rio Grande do Sul, ao redor de 20% a 25%, por conta da estiagem e dos efeitos da crise do coronavírus.
Jornal do Comércio - Como avalia o atual momento da empresa e os 75 anos do Grupo SLC?
Eduardo Logemann - Estamos completando 75 anos, três quartos de século, e eu vou fazer 70 anos daqui a um mês. Então, eu nasci um pouquinho depois da fundação da empresa, pelo meu avô, Frederico Jorge Logemann, depois o meu pai, logo em seguida, assumiu. E o interessante, a nossa empresa nasceu no ano da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Então, o Brasil já estava na crise naquele tempo, mas o meu avô, Frederico Jorge Logemann, disse: "vamos lá, a vida tem que seguir". Ele era alemão, veio para o Brasil antes da Primeira Guerra Mundial. E fundou a Schneider Logemann na época. Foi a origem de tudo, nós começamos com uma pequena serraria, depois um moinho de trigo, uma pequena ferraria, uma oficina que consertava máquinas pequenas de implementos agrícolas. Naquela época, nem trator tinha por aqui. Então, nascemos já no meio da dificuldade.
JC - E como define o Grupo SLC?
Logemann - A palavra que define o Grupo SLC é resiliência! Nós somos uma empresa familiar - a família Logemann é a controladora do Grupo SLC, que por sua vez, tem as empresas abaixo dela: a SLC Agrícola - empresa de capital aberto; a SLC Máquinas - revendedora John Deere. A empresa é uma das (três) maiores revendedoras hoje do Brasil, apesar de atuar na região Noroeste e Norte do Rio Grande do Sul.
JC - E o atual momento, em meio a este cenário atípico, com a pandemia de Covid-19 e a seca que atingiu o Rio Grande do Sul?
Logemann - Então, analisando o contexto: nós já passamos, nestes 75 anos, por inúmeras crises. As crises financeiras - todos os planos: Cruzeiros, Cruzados, Real -, as crises políticas e a empresa sempre teve uma orientação, um foco de ser uma empresa sólida, resistente. Sempre soube trabalhar com um baixo grau de alavancagem.
JC - Existe um lema na família em relação à empresa?
Logemann - Nossa família sempre procurou se dedicar à empresa. Como nós sempre dizemos: Nós servimos a empresa - não é a empresa que nos serve. Então, nas gerações, nós somos agora: eu sou terceira geração; a primeira geração foi o meu avô, o Frederico Jorge Logemann, depois o meu pai, o Jorge Antônio Logemann, que era filho único e agora, eu e meus quatro irmãos - acionistas, que controlam 100% do Grupo SLC. Nós temos, não é um lema, mas cada geração tem a obrigação de entregar para a próxima geração uma empresa melhor, mais saudável e maior do que ele recebeu das gerações anteriores.
JC - A empresa é identificada pelo respeito...
Logemann - Respeitar profundamente nossos colaboradores, empregados, funcionários, fornecedores, os nossos clientes. Entregar exatamente o que prometemos aos nossos clientes!
JC - E o pioneirismo?
Logemann - Não esquecemos que, na época em que fomos fábrica, desde 1965, quando nós começamos, o meu pai criou a primeira colheitadeira automotiva, no Brasil, feita lá em Horizontina, e até o ano de 1999 - em que nós tivemos fábrica -, nós éramos os líderes no mercado brasileiro de colheitadeiras. Hoje, também temos clientes satisfeitos, mas em outros produtos - no caso da SLC Máquinas, concessionário John Deere, oferecendo colheitadeiras, tratores, plantadeiras e pulverizadores. No caso da SLC Agrícola, uma qualidade de excelência em soja, milho e algodão.
JC - Houve mudanças...
Logemann - Já existia a SLC Agrícola, tinha propriedade aqui no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, uma propriedade em Goiás e outra no Maranhão. Não era nada perto do que é hoje. A família decidiu, (o meu pai já era falecido), nós vamos crescer nos ramos que a gente conhece e em outros. Então, nós crescemos a SLC Agrícola. Ampliamos a nossa rede de revenda de máquinas agrícolas também. Compramos as Ferramentas Gerais (2000) e também compramos a SLC Alimentos. E foram negócios que, ao longo dos anos, nos desfizemos. Em outubro de 2018, vendemos a SLC Alimentos e nos focamos no ramo original - no ramo agrícola, seja na produção de commodities, onde a SLC Agrícola é uma das maiores produtoras de grãos do Brasil, e a SLC Máquinas, que é a revenda da John Deere, que aqui no Rio Grande do Sul atende a 220 municípios, então é um negócio importante hoje dentro do nosso grupo (atualmente, a rede é composta por 18 lojas).
JC - E a situação atual do Grupo SLC?
Logemann - O Grupo SLC está sólido; acabou de publicar o balanço de 2019; um balanço sólido e com números extraordinários. Publicamos o balanço agora do primeiro trimestre, também, com números extraordinariamente bons. O agro continua gerando bons frutos. Voltando para a SLC Agrícola - 2020, em relação a 2019 - devemos ter uma receita ao redor dos 15% a mais (em relação a 2019) e o lucro, quem sabe seja, 30% a mais, em função, justamente, do câmbio. A SLC Agrícola plantou, na safra 2019/2020, um total de 448.596 hectares entre as suas propriedades em seis estados brasileiros. Deste número, 125.490 hectares de algodão, 235.444 hectares de soja, 82.392 hectares de milho e 5.270 hectares de outras culturas.
JC - E a SLC Máquinas?
Logemann - Para a SLC Máquinas também continua assim (sólida), mas com mais dificuldade, aqui no Rio Grande do Sul, por conta, justamente da seca, que afetou basicamente a venda de máquinas. Estimamos que vai atingir aí 75% a 80% do orçamento programado, com uma queda de vendas de máquinas, aqui no Rio Grande do Sul, ao redor de 20% a 25%, mas de qualquer maneira, seguimos confiantes. A SLC Máquinas tem uma projeção de faturamento de R$ 750 milhões, e deve faturar ao redor de R$ 570 milhões /R$ 580 milhões neste ano, com revenda de máquinas agrícolas.
JC - Qual é a sua avaliação para os negócios no futuro?
Logemann - Vamos falar da SLC Agrícola: alcança hoje 454 mil hectares, em 16 fazendas pelo Brasil como um todo: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Piauí, Bahia. Como tem capital aberto, não posso falar do futuro. A SLC Agrícola é extremamente conservadora na política de hedge. Sabemos de nossos custos e começamos a fechar posição de venda das commodities. Não diria que somos imunes, mas não deixamos de vender só no melhor momento. Ninguém sabe qual é o melhor momento. Queremos chegar a 600 mil hectares nos próximos cinco anos.
JC - E as commodities?
Logemann - O milho subiu muito por causa do câmbio, a soja em Chicago caiu de preço, o algodão na bolsa de Nova York caiu de preço, mas o agricultor brasileiro, ganhou mais. Então o fator preço da commodities mais o câmbio é o que resulta o preço da commodities no bolso do agricultor brasileiro. O agricultor brasileiro em 2020 vai ganhar mais dinheiro do que um agricultor já ganhou em 2019. No Rio Grande do Sul, as perdas realmente foram incalculáveis.
JC - E a crise do coronavírus?
Logemann - Logo no início, antes de ter a suspensão com a pandemia de Covid-19, o Grupo SLC criou um comitê de crise para administrar qualquer problema que viesse a ter com o coronavírus dentro das nossas empresas. Vamos lembrar que temos mais de 4 mil colaboradores. Tivemos, em toda a companhia, pouquíssimos casos.
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