A expectativa de um grande rombo nas contas públicas neste ano por causa da pandemia do novo coronavírus levou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a testar novamente no Congresso o plano de privatizar a Eletrobras. Membros do Ministério da Economia afirmam que a privatização não apenas traria reforço ao caixa da União mas também destravaria investimentos privados no setor.
A ofensiva não é nova. Buscada sem sucesso pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), a venda da estatal de energia se tornou uma das metas de Guedes desde que assumiu o cargo, no governo Bolsonaro.
O Planalto chegou a enviar, em novembro do ano passado, um projeto de lei para viabilizar a privatização da empresa, que começou a tramitar - e travou - na Câmara.
Pela proposta, seriam emitidas novas ações da estatal para diluir a participação da União, que também venderia papéis que tem na Eletrobras. O governo, porém, jogou a toalha depois de o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmar que, mesmo que passasse na Câmara, a iniciativa dificilmente seria chancelada pelos senadores.
Em janeiro, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, afirmou que a venda da estatal ficaria para o segundo semestre de 2021. No entanto, diante da projeção de déficit primário superior a R$ 800 bilhões, Guedes decidiu retomar as articulações para tentar vender a estatal antes disso.