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Economia

- Publicada em 10 de Junho de 2020 às 15:03

'Estamos fazendo gestão do caos', diz secretário de Desenvolvimento do governo federal

Para Gustavo Ene, recursos do Pronampe devem ser suficientes para atender crédito

Para Gustavo Ene, recursos do Pronampe devem ser suficientes para atender crédito


Ministério da Economia/Divulgação/JC
Marcelo Beledeli
“Não estamos fazendo gestão de crise, mas gestão do caos.” Foi dessa forma que Gustavo Ene, secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, classificou o esforço da equipe econômica do governo federal para enfrentar as demandas causadas pela pandemia de Covid-19 no Brasil. Nesta quarta-feira (10), Ene participou da reunião virtual Tá na Mesa, da Federasul, para comentar ações de auxílio às empresas diante das dificuldades econômicas causadas pelo enfrentamento da doença. Também participaram do evento a presidente da Federasul, Simone Leite, e o vice-presidente da entidade, Anderson Cardoso.
“Não estamos fazendo gestão de crise, mas gestão do caos.” Foi dessa forma que Gustavo Ene, secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, classificou o esforço da equipe econômica do governo federal para enfrentar as demandas causadas pela pandemia de Covid-19 no Brasil. Nesta quarta-feira (10), Ene participou da reunião virtual Tá na Mesa, da Federasul, para comentar ações de auxílio às empresas diante das dificuldades econômicas causadas pelo enfrentamento da doença. Também participaram do evento a presidente da Federasul, Simone Leite, e o vice-presidente da entidade, Anderson Cardoso.
O secretário destacou que a pandemia interrompeu uma previsão de avanço econômico no País, que apresentava dados positivos até fevereiro. O Ministério da Economia vinha adotando medidas de liberalização das atividades empresariais, desburocratização e ajuste fiscal que tinham, entre os objetivos, colocar o Brasil na lista das 50 melhores economias para se fazer negócios até 2022. “Entre nossas metas estava o aumento da produtividade da mão de obra nacional, que passou de um pico de 40% da norte-americana para apenas 25%, e a redução do Custo Brasil, que hoje está em torno de 22% do PIB (Produto Interno Bruto)”, destacou.
A paralisação da demanda com a crise da Covid-19 alterou as previsões. “Agora operamos em uma condição de incertezas, tanto de saúde quanto econômica”, afirmou.
Segundo Ene, os efeitos do enfrentamento da pandemia nas empresas forçaram a equipe econômica a adotar medidas de auxílio emergencial. Entre elas, estão flexibilização e facilitação de acesso ao crédito, desoneração e financiamento da folha, possibilidade de suspensão de contratos e corte na jornada de trabalho e salários de funcionários, além de postergação de tributos, entre outros. Também foi criada a página Vamos Vencer, que disponibiliza informações sobre as medidas para empreendedores. “Muitas empresas não acessaram os auxílios por falta de conhecimento e estrutura, então essa ferramenta fornece um apoio para buscar esses benefícios”, destacou.
Em relação ao crédito, Ene afirmou que muitas micro e pequenas empresas não conseguiram obter financiamentos emergenciais por que os recursos disponíveis haviam acabado em abril. O secretário reconheceu também que muitos bancos deixaram de fazer empréstimos devido ao crescimento do risco dos financiamentos com a crise, o que tem pressionado as taxas de juros praticadas.
De acordo com Ene, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), lançado pelo governo federal nesta quarta-feira, deve ser suficiente para atender às demandas de crédito aos pequenos negócios. Com o programa, foram liberados R$ 15,9 bilhões do Tesouro Nacional, através do Fundo Garantidor de Operações (FGO), para avalizar empréstimos tomados pelos pequenos negócios.
Os recursos poderão ser pedidos em bancos públicos, privados, cooperativas e cooperativas de crédito que quiserem participar do programa. É permitida ainda a participação de agências de fomento estaduais, bancos cooperados, instituições integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro, fintechs (empresa de inovação e tecnologia do setor financeiro) e organizações da sociedade civil de interesse público de crédito.
Entretanto, o secretário alerta que os empresários devem estar atentos para o ritmo de retomada da economia. “Não adianta ter crédito e não ter atividade econômica. É preciso um retorno à normalidade com segurança e prudência para não haver dificuldades na frente”, comentou.
Ene também defendeu o avanço de reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, para que os cofres públicos estejam melhor ajustados para enfrentar as dificuldades que virão e gerar uma condição de negócios mais otimista no País. “Essa conta do Covid-19 virá mais cedo ou mais tarde. Todos os efeitos dos gastos a mais, postergação de tributos, liberação de crédito, acabarão sendo pagos pela população. Se não fizermos reformas, a recuperação do Brasil irá demorar ainda mais”, destacou.
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