Após a forte queda de 30% das vendas de abril sobre março, para total de 5.527 unidades, a indústria brasileira de implementos rodoviários melhorou o desempenho em maio. O setor emplacou 6.454 veículos, incremento de 17% sobre abril. Mas, no acumulado de cinco meses, sobre igual período do ano passado, o resultado segue negativo em 20%, acima do índice do quadrimestre, que foi de 13%. No total do período foram feitos 37.332 emplacamentos ante 47.745 do ano passado.
Mesmo com a retomada, a expectativa da Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, é que a retração causada pela pandemia na atividade econômica não deve ser revertida este ano. “A reativação não será no mesmo ritmo da queda”, avalia o presidente Norberto Fabris.
O entendimento é que a desaceleração dos negócios venha a ser minimizada pelo desempenho positivo do agronegócio. “A atividade é bastante representativa no faturamento da indústria de implementos rodoviários, sendo responsável por aproximadamente um terço das vendas”, acrescenta. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o agronegócio registrou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2020.
No segmento de veículos rebocados, a queda é de 21,5%, com total de 20.105 emplacamentos. Dentre as 14 famílias ativas, apenas duas registram saldo positivo no acumulado do ano. Foram vendidos 131 tanques inox e 59 silos, altas de 45% e 84%, respectivamente. Com baixa de 39,5% e 363 unidades emplacadas, o segmento de transporte de toras teve o pior desempenho. Negativas também foram as variações nos dois principais segmentos, que representam juntos perto de 45% do total: graneleiros e carga seca recuaram 37%, para 4.562 unidades; e basculantes, 10%, para 4.553.
Na área de produtos leves, a retração foi de 18%, com total de 17.227 unidades. Dentre as sete famílias, três apresentaram altas. As mais representativas foram em betoneiras, de 27%, para 217 equipamentos, e em tanques, de 22%, para 1.122 unidades. Também foi positivo o resultado na família de baús lonados, de 2,5 %, resultando em 123 vendas. As quedas mais significativas foram sentidas nos produtos de maior relevância: 35% em graneleiros e carga seca, com 4.060 unidades; e 16% em baús de alumínio e frigoríficos, para 7.393. Juntos representam 65%.