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Economia

- Publicada em 28 de Maio de 2020 às 19:18

Movimento de clientes frustra bares e restaurantes que abriram em Porto Alegre

Estabelecimentos ouvidos pelo Sindha apontam frustração com fluxo e receitas

Estabelecimentos ouvidos pelo Sindha apontam frustração com fluxo e receitas


LUIZA PRADO/JC
Patrícia Comunello
Depois de divergências sobre adesão e condições de operação, bares e restaurantes de Porto Alegre que abriram para atender clientes dentro dos estabelecimentos indicam frustração com o fluxo na primeira semana de funcionamento após dois meses parados. Quase 100% dos que abriram apontou número "insatisfatório de clientes" e que o "movimento não compensa os custos da operação", segundo levantamento do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha).
Depois de divergências sobre adesão e condições de operação, bares e restaurantes de Porto Alegre que abriram para atender clientes dentro dos estabelecimentos indicam frustração com o fluxo na primeira semana de funcionamento após dois meses parados. Quase 100% dos que abriram apontou número "insatisfatório de clientes" e que o "movimento não compensa os custos da operação", segundo levantamento do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha).
Foram ouvidos 114 estabelecimentos. Destes, 57,9% retomaram as atividades recebendo público e 41,4% ainda não reabriram as portas no antigo modelo, mantendo tele-entrega e retirada no local (take-away). Apenas uma operação havia fechado as atividades.
Dos que abriram, 98,5% têm baixo movimento. Com isso, 93,8% dos ouvidos que abriram indicaram que enfrentam uma despesa maior do que a receita que ingressa. Dos que não retomaram a abertura de loja, 53,2% não estavam trabalhando com delivery ou take-away antes da pandemia. Já quem aderiu à tele-entrega ou retirada no ponto, 83% também admitem que o movimento não compensa os custos do negócio, sinalizou a pesquisa do Sindha. 
Os estabelecimentos têm de seguir protocolos de segurança sanitária rigorosos, além de reduzir o número de pessoas trabalhando. O sindicato apontou que, mesmo com as dificuldades, "93,8% dos salões que retornaram informam que o público tem respeitado as recomendações de segurança e proteção". 
O presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, lembrou que o segmento foi um dos que mais aguardou pelo retorno e vive a "angústia e insatisfação" com a situação do movimento. "O empresariado precisa entender que é um processo de construção. Para o consumidor se sentir confiante novamente levará um tempo e até lá vamos, dia após dia, criando novas formas de cativar e mostrar que estará seguro nos nossos negócios. Nada mais é como antes, é preciso criar e recriar", opinou Chmelnitsky.
O Jornal do Comércio mostrou exemplos de restaurantes que decidiram aguardar mais para voltar a abrir como no período anterior à pandemia, prevendo menor fluxo devido ao medo dos consumidores. Também há casos de estabelecimentos como o Premium que investem para instalar proteções em mesas que garantam maior segurança para os clientes.
O coordenador da área de Alimentos e Bebidas do Sebrae-RS, Roger Klafke, comenta que o comportamento do retorno era esperado e tem relação com o ambiente de risco que as pessoas associam, reforçado pelo aumento de mortes por Covid-19 no País. No Rio Grande do Sul, há um crescimento de casos e mortes, mas em ritmo bem menor que chega a ser considerado pelas autoridades e especialista como "controlado" e com certa estabilidade em relação à população que já pode ter sido contaminada, mas não foi testada.
Klafke cita ainda que são poucas as exceções de negócios que não foram afetados pela pandemia e que a maioria enfrenta perda de receita e mais custos, como se adaptar às exigências para abrir. "Mais de 90% das pequenas e microempresas foram afetadas e 80% tiveram redução de faturamento. É um impacto devastador", diz o coordenador, com base em monitoramento que a entidade faz semanalmente dos negócios. 
Segundo o coordenador do Sebrae-RS, a preparação já vinha ocorrendo para se ajustar às regras, observando até soluções adotadas em outros países. "As medidas estão sendo tomadas com muita cautela para não ter de fechar logo depois de abrir", comenta Klafke, citando que em outros locais, como na serra gaúcha, também teve um retorno mais lento.
"Pesquisas mostram que os principais medos dos consumidores é de ser contaminado e a higiene do local. Não dá para esperar que vai ser um retorno ao movimento da maneira como era." 
Em Gramado, uma baixa foi confirmada. O restaurante da irmã do jogador português Cristiano Ronaldo, Kátia Aveiro, fechou devido à pandemia.  

VÍDEO: Assista ao bate-papo com mais ideias de Roger Klafke

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